
Globo de Ouro. Foto: Forein Press Association
Será a vez da Netflix ser reconhecida como um dos grandes players – jogadores mesmo – de Hollywood? A julgar pela lista de filmes e séries indicados ao Globo de Ouro 2020, será bem difícil ignorar a força da plataforma de streaming na produção cinematográfica. Isso vale também para a HBO, que, igualmente, tem pegado pesado em produções para VOD (vídeo on demand).
Embora sejam serviços já populares, quando se fala na indústria de Hollywood, ainda havia muita resistência em reconhecer um filme que estreia na plataforma como cinema. Se Roma, de Alfonso Cuarón, não levou um Oscar para casa em 2019, em parte, foi por causa dessa resistência. Será que o fim dela está próximo?
Na lista das 25 de filmes e séries que vão concorrer ao prêmio entregue pela Associação da Imprensa Estrangeira que cobre Hollywood, 17 são produções da Netflix e 15 da HBO. Entre os cinco dramas indicados a melhor filme, três são produções da gigante do streaming. São eles, O Irlandês, Histórias de um Casamento e Dois Papas.
Início da temporada de prêmios
A lista do Globo de Ouro chama atenção por praticamente abrir a temporada de prêmios da indústria do cinema. Claro que tem aquela coisa de também servir como uma prévia para o Oscar. Na cerimônia passada, por exemplo, sinalizou a força de Green Book, que acabou levando o Oscar de melhor filme para casa.
Entre os intérpretes, os premiados também foram os mesmos. Ou seja, Rami Malek, Olivia Colman, Mahershala Ali e Regina King ganharam primeiro o Globo de Ouro e depois o Oscar em 2019.
Então, agora é hora de fazer algumas considerações reflexivas do que vem por ai. Ok, dada tamanha antecedência, digamos que são mais especulações do que apostas. A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para o dia 5 de janeiro de 2020, em Los Angeles.

Dois Papas, filme dirigido por Fernando Meirelles. Foto: Netflix/Divulgação
Zebra?
Pessoalmente, a presença de Dois Papas na disputa de melhor filme de drama foi uma das surpresas. O longa é dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e confirma a força da trajetória internacional do criador de Cidade de Deus. Mais um detalhe: é também uma produção da Netflix e estreia na plataforma dia 20 de dezembro.
Dificilmente levará o prêmio, já que disputa com O Irlandês, de Martin Scorsese e Coringa, de Todd Phillips. Mas só de estar entre os cinco, é um feito e tanto. Ao todo a produção recebeu quatro indicações.
Resgate do cinema clássico
O Irlandês e Era uma vez em Hollywood, respectivamente os filmes de Martin Scorsese e Quentin Tarantino não poderiam faltar nessa lista. Mesmo que não sejam produções que tem a minha torcida – e até simpatia mesmo, no caso da de Tarantino – imagino que a presença na lista tenha a ver com uma certa nostalgia dos votantes. Ambas produções fazem homenagens a produções clássicas ou modos de filmar que marcaram os primórdios da sétima arte. E isso pega direto no coração dos críticos mais saudosistas. Vale lembrar: quem vota do Globo de Ouro são 90 jornalistas que compõe a Associação de Imprensa Estrangeira que cobre Hollywood. A brasileira Ana Maria Bahiana faz parte dela. Portanto, ela vota!
Brasil no Oscar?
Só se for com Fernando Meirelles. O fato de A vida invisível, de Karin Ainouz não ter aparecido na lista dos concorrentes ao Globo de Ouro não é um bom sinal. Parasita, Dor e Glória e Les Misérables já eram esperados. Surpresa foram o chinês The Farewell e o francês, Retrato de uma jovem em chamas. Inclusive, vale o registro: são dois filmes da França. Pode isso, produção? No Globo de Ouro sim pois não tem a coisa das indicações dos longas pelos países.

Joaquin Phoenix como Coringa. Foto: Warner Bros./Divulgação
Intérpretes
A disputa do Globo de Ouro de melhor ator em drama promete ser uma das mais interessantes dos últimos anos. A performance de Joaquin Phoenix como Coringa é estupenda, ele é mesmo o favorito, mas nem por isso a disputa será fácil com Christian Bale (“Ford v Ferrari”), Antonio Banderas (“Dor e Glória”), Adam Driver (“História de um casamento”) e Jonathan Pryce (“Dois papas”). Entre as mulheres, sobretudo na categoria de drama, não me parece haver uma grande favorita entre Cynthia Erivo (“Harriet”), Scarlett Johansson (“História de um casamento”), Saoirse Ronan (“Adoráveis Mulheres”), Charlize Theron (“O escândalo”) e Renée Zellweger (“Judy – Muito Além do Arco-Íris”).
Séries
Os fãs de Game of Thrones cantaram a pedra antes demonstrando muito descontentamento com o fim da série. Agora, isso se confirmou. A série foi totalmente esnobada. Claro que não foi a única. Também foram sentidas as faltas de Olhos que condenam, da Netflix e Years and Years, da HBO. Entre as séries as indicações ficaram mais espalhadas. Por exemplo, Big Little Lies, Fleabag, Fosse/Verdon, O Método Kominsky, The Morning Show e Succession receberam com três indicações cada.
Melhor filme Drama
1917
Coringa
Dois Papas
História de um Casamento
O Irlandês
Melhor filme comédia ou musical
Entre Facas e Segredos
Era Uma Vez em… Hollywood
Jojo Rabbit
Meu Nome é Dolemite
Rocketman
Melhor diretor de filmes
Bong Joon-ho (“Parasita”)
Sam Mendes (“1917”)
Todd Phillips (“Coringa”)
Martin Scorsese (“O Irlandês”)
Quentin Tarantino (“Era uma Vez em… Hollywood”)
Melhor atriz de filme – Drama
Cynthia Erivo (“Harriet”)
Scarlett Johansson (“História de um casamento”)
Saoirse Ronan (“Adoráveis Mulheres”)
Charlize Theron (“O escândalo”)
Renée Zellweger (“Judy – Muito Além do Arco-Íris”)
Melhor ator de filme – Drama
Christian Bale (“Ford v Ferrari”)
Antonio Banderas (“Dor e Glória”)
Adam Driver (“História de um casamento”)
Joaquin Phoenix (“Coringa”)
Jonathan Pryce (“Dois papas”)
Melhor atriz em filme – Musical ou Comédia
Awkwafina (“The Farewell”)
Ana de Armas (“Entre facas e segredos”)
Cate Blanchett (“Cadê Você, Bernadette?”)
Beanie Feldstein (“Fora de série”)
Emma Thompson (“Late Night”)
Melhor ator em filme – Musical ou Comédia
Daniel Craig (“Entre facas e segredos”)
Roman Griffin Davis (“Jojo Rabbit”)
Leonardo DiCaprio (“Era uma Vez em… Hollywood”)
Taron Egerton (“Rocketman”)
Eddie Murphy (“Meu nome é Dolemite”)
Melhor atriz coadjuvante em filmes
Kathy Bates (“Richard Jewell”)
Annette Bening (“O relatório”)
Laura Dern (“História de um casamento”)
Jennifer Lopez (“As golpistas”)
Margot Robbie (“O escândalo”)
Melhor ator coadjuvante em filmes
Tom Hanks (“Um lindo dia na vizinhança”)
Anthony Hopkins (“Dois papas”)
Al Pacino (“O irlandês”)
Joe Pesci (“O irlandês”)
Brad Pitt (“Era uma Vez em… Hollywood”)
Melhor roteiro para filme
Noah Baumbach (“História de um casamento”)
Bong Joon-ho and Han Jin-won (“Parasita”)
Anthony McCarten (“Dois papas”)
Quentin Tarantino (“Era uma Vez em… Hollywood”)
Steven Zaillian (“O irlandês”)
Melhor filme em língua estrangeira
“The Farewell”
“Dor e Glória”
“Retrato de uma Jovem em Chamas”
“Parasita”
“Les Misérables”
Melhor animação
“Frozen 2”
“Como treinar seu dragão 3”
“Link perdido”
“Toy Story 4”
“O rei leão”
Melhor música para filmes
“Beautiful Ghosts” (“Cats”)
“(I’m Gonna) Love Me Again” (“Rocketman”)
“Into the Unknown” (“Frozen 2”)
“Spirit” (“O rei leão”)
“Stand Up” (“Harriet”)
Melhor trilha sonora original para filmes
Daniel Pemberton (“Brooklyn – Sem Pai Nem Mãe”)
Alexandre Desplat (“Adoráveis Mulheres”)
Hildur Guðnadóttir (“Coringa”)
Thomas Newman (“1917”)
Randy Newman (“História de um casamento”)
TV
Melhor série – Drama
“Big Little Lies”
“The Crown”
“Killing Eve”
“The Morning Show”
“Succession”
Melhor série – Musical ou Comédia
“Barry”
“Fleabag”
“The Kominsky Method”
“The Marvelous Mrs. Maisel”
“The Politician”
Melhor série limitada ou filme para TV
“Catch-22?
“Chernobyl”
“Fosse/Verdon”
“The Loudest Voice”
“Inacreditável”
Melhor ator em série limitada ou filme para TV
Christopher Abbott (“Catch-22”)
Sacha Baron Cohen (“The Spy”)
Russell Crowe (“The Loudest Voice”)
Jared Harris (“Chernobyl”)
Sam Rockwell (“Fosse/Verdon”)
Melhor atriz em série limitada ou filme para TV
Kaitlyn Dever (“Inacreditável”)
Joey King (“The Act”)
Helen Mirren (“Catarina, a Grande”)
Merritt Wever (“Unbelievable”)
Michelle Williams (“Fosse/Verdon”)
Melhor ator coadjuvante em série, série limitada ou filme para TV
Alan Arkin (“O Método Kominsky”)
Kieran Culkin (“Succession”)
Andrew Scott (“Fleabag”)
Stellan Skarsgård (“Chernobyl”)
Henry Winkler (“Barry”)
Melhor atriz coadjuvante em série, série limitada ou filme para TV
Patricia Arquette (“The Act”)
Helena Bonham Carter (“The Crown”)
Toni Collette (“Inacreditável”)
Meryl Streep (“Big Little Lies”)
Emily Watson (“Chernobyl”)
Melhor ator em série de TV – Musical ou Comédia
Michael Douglas (“O Método Kominsky”)
Bill Hader (“Barry”)
Ben Platt (“The Politician”)
Paul Rudd (“Cara x Cara”)
Ramy Youssef (“Ramy”)
Melhor atriz em série de TV – Musical ou Comédia
Christina Applegate (“Dead to Me”)
Rachel Brosnahan (“The Marvelous Mrs. Maisel”)
Kirsten Dunst (“On Becoming a God in Central Florida”)
Natasha Lyonne (“Boneca Russa”)
Phoebe Waller-Bridge (“Fleabag”)
Melhor atriz em série de TV – Drama
Jennifer Aniston (“The Morning Show”)
Olivia Colman (“The Crown”)
Jodie Comer (“Killing Eve”)
Nicole Kidman (“Big Little Lies”)
Reese Witherspoon (“Big Little Lies”)
Melhor ator em série de TV – Drama
Brian Cox (“Succession”)
Kit Harington (“Game of Thrones”)
Rami Malek (“Mr. Robot”)
Tobias Menzies (“The Crown”)
Billy Porter (“Pose”)