Cinema

9 filmes de terror dirigidos por mulheres

A Substância (2024), de Coralie Fargeat

Carol Marques | Repórter

Os filmes de terror dirigidos por mulheres chamam a atenção dentro do gênero, e não é de hoje. A Substância (2024), dirigido por Coralie Fargeat e estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley está fazendo sucesso notável. Naturalmente, o rebuliço causado pelo filme coloca em evidência não só a filmografia da diretora francesa, como também a trajetória das mulheres na direção do cinema de terror. Afinal, são muitos os aspectos da experiência feminina que podem ser traduzidos para a tela grande com a linguagem do medo, repulsa e desconforto. 

Sendo assim, fica aqui uma lista de filmes de terror dirigidos por mulheres, com diferentes perspectivas dentro do gênero. Todos eles estão disponíveis em plataformas de streaming, seja no catálogo comum ou por meio de aluguel. 

A Substância (2024)

O primeiro da lista não poderia ser outro além de A Substância (2024), que ainda está nos cinemas brasileiros e em breve chegará ao streaming via MUBI. No longa, a estrela Elizabeth Sparkle é demitida de uma emissora de televisão no aniversário de 50 anos. Abalada, sofre um acidente de carro e recebe a oferta de experimentar uma “substância” que promete uma versão mais jovem e melhorada dela mesma. 

Margaret Qualley em A Substância, de Coralie Fargeat

Por que assistir? “A Substância” é uma sátira direta e sem rodeios da obsessão pela juventude e etarismo. O longa de Fargeat choca com imagens de body horror (subgênero que apresenta intencionalmente violações gráficas ou psicologicamente perturbadoras do corpo humano) e é corajoso e extremista como poucos filmes do gênero têm se aventurado nos últimos anos. 

As Boas Maneiras (2017)

O Brasil tem uma boa coleção de filmes de terror contemporâneos, e um deles é As Boas Maneiras (2017), de Juliana Rojas e Marco Dutra. Estrelado por Marjorie Estiano e Izabél Zuaa, o longa acompanha a jornada de Ana, uma mulher rica e enigmática que contrata Clara como babá de seu filho.  Depois do bebê nascer como lobisomem, a enfermeira decide protegê-lo a qualquer custo.

Marjorie Estiano e Izabél Zuaa em As Boas Maneiras (2017)

Por que assistir? As Boas Maneiras é uma intrigante abordagem do lobisomem do ponto de vista da mãe. Entretanto, o longa vai além, colocando em choque as “boas maneiras” que se esperam tanto de uma boa garota rica quanto de uma empregada negra, o que culmina em um romance lésbico e o amor como tema essencial. 

Assista na Netflix.

Garota Sombria Caminha pela Noite (2024)

Anunciado como o “O primeiro Western de vampiros iraniano”, o longa em preto e branco de Ana Lily Amirpour se passa em Bad City, uma cidade iraniana desolada e sem leis. O jovem Arash luta pela sobrevivência e lida com o pai adicto enquanto a misteriosa Garota, uma vampira solitária, cruza seu caminho, mudando suas vidas para sempre.

Garota Sombria Caminha Pela Noite, de Ana Lily Amirpour

Por que assistir? A iraniana Amirpour explorou com maestria a monstruosidade feminina e o arquétipo do vampiro, com imagens deliciosas e cunho político: a vampira só mata homens que fazem mal a mulheres, levita de skate (um símbolo de resistência em países árabes onde as mulheres são proibidas de andar de bicicleta) e usa hijab. E também se apaixona por um humano, tudo isso com excelente trilha sonora. 

Assista no Prime.

Boa noite, mamãe (2014)

Os diretores Veronika Franz e Severin Fiala exploram dinâmicas familiares e a crueldade no longa austríaco. Após cirurgias plásticas, dois gêmeos desconfiam que a mulher que volta para casa não seja sua verdadeira mãe, mudando tudo entre eles.

Por que assistir? A atmosfera rural austríaca e o ritmo lento do filme criam um clima de angústia pontuado por uma dúvida cruel, que será sim respondida. Com um bom plot twist e uma saudável dose de inocente crueldade infantil, “Boa noite, mamãe”, inspirou até um remake americano (que não é tão bom quanto o original). 

Assista no Prime.

Psicopata Americano (2000)

O já clássico de Mary Harron acompanha, em Nova York, o belo e bem-sucedido Patrick Bateman, que leva uma vida dupla como um assassino em série. Trata-se de uma comédia sarcástica que explora como um homem se torna um monstro. 

Christian Bale em Psicopata Americano (2000)

Por que assistir? Muito mais do que um slasher, Psicopata Americano (2000) é uma crítica ao American Way of Life e que permanece atual quase 25 anos depois de seu lançamento. As cenas icônicas da rotina matinal de Bateman (interpretado por um brilhante Christian Bale) e a disputa silenciosa com cartões de visita são referenciadas com gosto na cultura pop até hoje. 

Disponível no Globoplay.

Morte, morte, morte (2022) 

No longa de Halina Reijn, um grupo de jovens organiza uma festa em uma mansão isolada durante um furacão, mas a celebração se transforma em um massacre quando um assassino começa a eliminá-los um a um.

Bodies, bodies, bodies (2022), de Halina Reijn

Por que assistir? Morte Morte Morte (2022) é um slasher (subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente) satírico que se apoia muito na crítica à geração Z. Essa crítica está presente até no plot twist, que pode não agradar a todos. É um filme para quem quer se divertir. 

Disponível no Prime Video. 

Saint Maud (2019)

Uma jovem enfermeira, recém-saída de uma internação psiquiátrica, torna-se obsessiva em salvar a alma de sua paciente terminal, enquanto forças sombrias de seu passado pecaminoso ameaçam sua missão. 

Saint Maud (2019), de Rose Glass

Por que assistir? O filme de Rose Glass se debruça corajosamente em temas religiosos, construindo tensão e insanidade com maestria. O rigor estético do longa também impressiona, da cena de abertura ao ato final, que, inclusive, é de deixar o espectador boquiaberto. 

Observador (2022)

No longa de Chloe Okuno, Julie se sente isolada e aterrorizada ao notar que seu vizinho a observa incessantemente, desencadeando sua paranoia em meio a eventos violentos.

Por que assistir? O filme é um angustiante retrato do efeito enlouquecedor e isolador do gaslighting, com sólida atuação e atmosfera angustiante. 

O Chalé (2019)

Duas crianças e a namorada de seu pai ficam presas em um chalé isolado por uma nevasca, onde forças sobrenaturais começam a aterrorizá-los.

O Chalé (2019)


Por que assistir? A premissa pode parecer simples, mas o longa de Veronika Franz, Severin Fiala surpreende não só pela presença aterradora do isolamento provocado pelo cenário, mas também pela dimensão dos personagens. É uma descida lenta até a insanidade.

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Publicado por Carol Braga

Publicado em 23/10/24

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