Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

“Romeu é Julieta”: um filme para se assistir de graça, no conforto do lar

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O filme “Romeu é Julieta”, de Giovanni Veronesi, está no catálogo do Festival de Cinema Italiano no Brasil, em vigor até 8 de dezembro

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Em cartaz até 8 de dezembro, em modo online, o Festival de Cinema Italiano no Brasil traz, nesta edição 2024, filmes dos mais variados direcionamentos, inclusive clássicos, na seção retrospectiva. Com um argumento, digamos, no mínimo inusitado, “Romeu é Julieta” (“Romeo è Giulietta”), de Giovanni Veronesi, tem sido um dos cinco mais vistos, em balanço divulgado pela assessoria de imprensa do evento. A narrativa flagra a história de uma jovem atriz – Vittoria (a belíssima Pilar Fogliati) – que se candidata ao papel de Julieta. No caso, a nova montagem do clássico de Shakespeare pretende marcar a despedida de um conhecido (e pernóstico) diretor, Federico Landi Porrini (Sergio Castellitto).

Cena do filme "Romeu é Julieta", uma das atrações do Festival de Cinema Italiano (Frame)

Ocorre que, mesmo tendo ido bem no teste, Vittoria é constrangedoramente humilhada, por conta de um ato cometido no passado, que, ali, vem à tona. Bem, verdade seja dita: “Fede”, como o diretor é chamado, é perverso com vários outros atores que passam pela seleção. A soberba é tal que ele não se contenta em apenas reprovar, mas, mais que isso, aniquila a autoestima de quem está concorrendo à vaga, seja pelo teor da palavras proferidas seja pela expressão facial, que resvala desespero.

Vingança

Diante da execração, e disposta a se vingar, Vittoria, com a ajuda de Gloria, uma maquiadora de teatro (também vítima da fúria de Fede, que a demite), bola um plano tão inusitado quanto arriscado. Com muitos artifícios, como uma peruca e um nariz falso, ela se traveste de homem, escolhendo, para tal aventura, o nome fictício Otto Novembre – na verdade, 8 de novembro, a data de seu nascimento. Assim, entra novamente na seleção, só que, desta vez, para pleitear o posto de Romeu. Até este ponto, o plano dela é que, no meio do teste, revelaria a real identidade e colocaria ‘Fede’ em seu devido lugar. Só que, para sua própria surpresa, acaba sendo a escolhida para viver o protagonista na montagem.

Frame do filme “Romeu é Julieta”, que está disponível, online, até 8 de dezembro (Festival do Cinema Italiano no Brasil/Divulgação)

Uma ousadia e tanto. Primeiramente, porque parece claro que não conseguiria manter a nova identidade por muito tempo. Depois, porque o próprio namorado de Vittoria, Rocco (vivido por Domenico Diele, que lembra muito o ator mineiro Daniel Oliveira), participou da seleção, justamente para o papel de Romeu. E, sim, não passou. Para não fazê-lo sofrer, Vittoria inventa que está deixando a cidade para ficar um tempo junto aos pais. Mas a coisa desanda quando o ator que interpretaria Mercúcio quebra a perna e, daí, a produção convoca, às pressas, o namorado de Vittoria, para substitui-lo. Ou seja: Rocco estará lado a lado de Otto, a persona masculina de sua fidanzata, no palco.

Contratempos

Não bastasse, o próprio diretor, bem como a jovem que acaba conquistando o papel de Julieta, Gemma (Serena de Ferrari), uma influencer indicada pelo patrocinador, para garantir público; começam a sentir uma certa atração por Otto. Cenas engraçadas, confusões, o carisma de Pilar Fogliati e as leves críticas aos influencers digitais garantem bons momentos do filme que, não bastasse, traz a participação especial de Asia Argento, representando a si própria.

Veteranos

Mas é preciso dizer que um dos pontos altos de “Romeu é Julieta” é a presença de dois grandes atores do cinema italiano. Um deles, já citado, Sergio Castellitto, conhecido no Brasil pela presença em filmes como “Imensidão Azul”, “Paris, Te Amo” ou “Simplesmente Martha”. No entanto, sobremaneira por “O Homem das Estrelas” (1995), de Giuseppe Tornatore. Como o “vilão” Fede, um diretor arrogante e asqueroso, Castellitto, mais uma vez, brilha.

Sergio Castellitto em cena de “Romeu é Julieta” (Frame)

Não menos portentosa em cena está Margherita Buy, como a avó de Vittoria. Ela faz uma atriz experiente que tem muito a ensinar aos mais jovens. Aliás, “avó” porque a atriz (que, vale lembrar, está na série “Ripley”, da Netflix) também se vale da excelente maquiagem de “Romeu é Julieta”, que, como já registramos, faz de fato Pilar Fogliati parecer um homem. Assim, Buy está perfeitamente caracterizada para se passar por uma mulher muito mais velha, uma idosa mesmo, diferentemente da atriz, lindíssima, aos 62 anos.

Confira o trailer

Serviço

“Romeu é Julieta” – Festival de Cinema Italiano no Brasil

Assista a esse e a outros filmes no site do evento. Clique aqui

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