Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

“Pérola”, com Drica Moraes, chega aos cinemas do Brasil

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Dirigido por Murilo Benício, “Pérola” leva às telas a icônica peça de Mauro Rasi; o Culturadoria conversou com Leonardo Fernandes, que vive o dramaturgo no longa

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Transcorria o ano de 1995 quando o ator Murilo Benício recebeu um telefonema do diretor Mauro Rasi (1949-2013) sondando-o para atuar naquela que seria a nova investida do também dramaturgo após o sucesso da peça teatral biográfica “Pérola” – que, então, seguia em cartaz. Como Murilo Benício ainda não havia assistido ao espetáculo, os dois decidiram, então, que assistiriam à peça juntos e, na sequência, sairiam para jantar, quando dariam prosseguimento à conversa. Finda a sessão, totalmente impactado com o que se desenovelou no palco, à sua frente, o ator se lembra de ter dito a Rasi: “Você tem que filmar ‘Pérola’. Isso é um filme”.

Drica Moraes em cena de "Pérola", filme que entra em cartaz no Brasil nesta quinta (Primeiro Plano/Divulgação)
Drica Moraes em cena de "Pérola", filme que entra em cartaz no Brasil nesta quinta (Primeiro Plano/Divulgação)

O tempo passou, e, infelizmente, Mauro Rasi acabou nos deixando. Mas, de alguma forma, aquela centelha ficou preservada em algum lugar da mente de Benício. E foi assim que, pouco antes da pandemia, ele próprio decidiu levar para o campo da prática o que havia pensado como sugestão. O resultado chega agora ao olhar do público: a partir desta quinta-feira, o filme “Pérola”, com direção de Murilo Benício, entra em cartaz em todo o Brasil.

“Pérola”, a peça

Antes de seguir adiante, como de praxe, algumas informações são necessárias para situar o leitor que porventura não tenha tido a oportunidade de entrar em contato com o universo de Rasi. Nascido em Bauru, São Paulo, Mauro Rasi se tornou um nome conhecido Brasil afora a partir do momento em que, já morando no Rio, colocou a assinatura em peças que se tornaram icônicas, como “A Bofetada”, “A Estrela do Lar”, “Viagem a Forli”, “5 X Comédia” ou… sim, “Pérola”. Portanto, o texto que responde pelo segundo longa-metragem dirigido por Murilo Benício (o début do ator na direção se deu com “O Beijo no Asfalto”, em 2017).

No teatro, “Pérola” foi protagonizada por Vera Holtz. O elenco também trazia Sérgio Mamberti, Sônia Guedes, Anna de Aguiar, Emílio de Melo e Edgar Amorim. O sucesso foi imediato – e em tal dimensão que a peça chegou a ganhar montagem em outros países. A narrativa, como contou o próprio Rasi, em entrevistas facilmente localizáveis na internet, surgiu na mente do dramaturgo logo após o sepultamento da mãe. No caso, ninguém menos que a “Pérola”, que batizou a peça e, agora, o filme. “Era uma italiana, tinha um metro e meio, os olhos cor de violeta, que eram os olhos da Ava Gardner. Era muito bonita”, declarou ele, a Nelson de Sá, em matéria de 1996, publicada pela “Folha de S. Paulo”.

“Pérola”, o filme

Leonardo Fernandes interpreta Mauro Rasi no filme “Pérola” (Primeiro Plano/Divulgação)

No filme de Benício, Pérola é vivida com brilhantismo por Drica Moraes, enquanto Mauro Rasi, pelo mineiro Leonardo Fernandes, que impressiona tanto no quesito interpretação (o que não é, de forma alguma, surpresa para quem acompanha a carreira dele) quanto na caracterização propriamente dita do personagem. Outro mineiro, Rodolfo Vaz, também brilha enormemente na pele do pai de Rasi, vivido por Mamberti no teatro. O restante do elenco não deixa por menos, sendo formado por nomes como Louise Cardoso, Mariana Armellini, Claudia Missura, Lavínia Pannunzio, Jefferson Schroeder, Valentina Bandeira e Gustavo Machado, entre outros.

Na foto, da esquerda para a direita, Claudia Missura, Mariana Armellini, Lavínia Pannunzio e Drica Moraes (Primeiro Plano/Divulgação)

Toque Almodóvar

Na coletiva de imprensa marcada para a apresentação do filme, semana passada, Murilo Benício comentou que, mesmo tendo tomado algumas liberdades em relação ao texto original, de modo algum mexeu na essência do que era a “Pérola” concebida por Rasi. “Portanto, os fãs da montagem podem esperar o mesmo termômetro, nos altos e baixos. Só que feito de uma outra forma”. O roteiro, vale dizer, é assinado por Adriana Falcão, Marcelo Saback e Jô Abdu.

Drica Moraes e Rodolfo Vaz (ótimo, como Vado, marido de Pérola e pai de Mauro Rasi) (Primeiro Plano/Divulgação)

O “Pérola” longa-metragem também se caracteriza pelo colorido, que se espraia nos cenários e figurinos. “Não me lembro se a peça tinha essa cor, mas sempre fiquei imaginando um lugar assim, meio Almodóvar. Então, quis puxar para este lado. Um degrau acima da realidade, digamos”.

Batuta

Benício comentou que, visualmente, logo nos primórdios da empreitada “Pérola”, se reuniu com Kika Cunha, responsável pela fotografia. Na ocasião, mostrou a ela dois filmes como referência do que tinha em mente. “Porque, na verdade, ainda sou muito leigo para falar de câmeras (tipos de câmeras ideais para obter o efeito que visava), mas, por outro lado, tenho muitas referências, consigo mostrar o que quero”.

Murilo Benício no set: “Pérola” é o segundo longa no qual ele assina a direção (Foto: Primeiro Plano/Divulgação)

Já na relação com os atores, no set, o diretor lembrou que, por ser também um ator, se projetou no próprio modus operandi para estabelecer a lida. “Particularmente, como ator, tenho um processo muito individual e pessoal. Assim, me senti à vontade para sentar com eles, ler as cenas, discutir… Mas, depois, eles ficavam no subsolo aqui, de casa (na coletiva, cada ator estava em uma localização, e Murilo Benício, na casa dele). Eles trabalhando e eu, não atrapalhava”.

Em toda mãe, uma Pérola

Protagonista do longa, Drica Moraes conta que chegou a assistir à montagem original, no teatro, com Vera Holtz. “Foi um impacto enorme”, rememorou. Ela ressaltou que o ator vive de observar (“tudo o que você vê, vai imprimindo em um banco de dados”). Assim, além da atuação de Vera Holtz, também usou referências da própria mãe e, por que não?, de si própria, no bojo da experiência da maternidade (Drica Moraes é mãe do hoje adolescente Mateus). “Minha mãe tem um lado Pérola, assim como eu. Na verdade, toda mãe é um pouco ‘Pérola'”, analisa. A construção da personagem também passou pela arquitetura do sotaque. “Sou boa de prosódia e, para o filme, inventei o meu sotaque, o meu ‘Bauru'”.

Momento família na tela, com os atores que interpretam Mauro Rasi e Elisa ainda crianças (Marcinho Nunes/Divulgação)

Nos sets

Na conversa com jornalistas, os atores teceram vários elogios ao Murilo Benício diretor. “Simples, sensível. Aprofundava os sentimentos e características de cada um”, comentou Valentina Bandeira, que, em “Pérola”, interpreta Elisa, a irmã de Mauro Rasi. Jefferson Schroeder pontua que Murilo é da cepa dos diretores que, muitas vezes por meio do silêncio, demonstram a confiança no trabalho dos atores escalados. “Em um jantar, comentei com a Drica o quanto o set deste filme foi calmo e harmonioso. Tem algo na personalidade dele (Benício) que leva a isso. Uma pessoa muito generosa”.

Drica Moraes e Leonardo Fernandes em cena de “Pérola” (Foto: Marcinho Nunes/Divulgação)

Para Leonardo Fernandes, Murilo Benício é um diretor que se sobressai também pelo cuidado que transparece nos mínimos detalhes e atitudes. “Em determinado dia, por exemplo, ele precisava falar uma coisa comigo (e, veja, era uma coisa boa), mas estava (fisicamente) distante. Então, saiu de onde estava, atravessou o set e foi até mim”, diz, lembrando, ainda, a preocupação do diretor em gravar as cenas mais intensas no período da tarde, quando os atores já estariam mais, digamos assim, aquecidos. “O clima de alegria, de cumplicidade, realmente existiu do primeiro até o último dia de filmagem. E isso tem a mão do Murilo, desse maestro dando o tom para a gente”.

Liderança silenciosa

O premiado ator mineiro Rodolfo Vaz (que integrou o Grupo Galpão por mais de 20 anos) é Vado, pai de Mauro Rasi, no filme (Foto: Primeiro Plano/Divulgação)

Louise Cardoso (ótima, como de praxe) foi outra a falar da direção do colega. “O Murilo deixa a gente completamente à vontade, como nunca vi nenhum diretor deixar. Sem dar um grito. Uma liderança silenciosa. Isso ajudou muito a atmosfera (do set)”. Já o mineiro Rodolfo Vaz acrescenta: “Foi o set da delicadeza. O Murilo, muito ciente do que queria. E ele sabia que a gente estava construindo um filme bonito. Acho que a gente imprimiu, no filme, a alegria que realmente tomou conta dos bastidores. Eu digo que fui tomado de amor (com este projeto)”.

Louise Cardoso interpreta Dona Célia, em “Pérola”: momentos de comicidade (Marcinho Nunes/Divulgação)

Leonardo Fernandes compactua o sentimento do conterrâneo e o estende aos colegas do set. “Contracenando, na maioria das cenas, com uma atriz como a Drica, você fica ali aberto, recebendo. Só de olhar para os olhos dela, já ficava emocionado. Ela estava tão dentro (da personagem Pérola) que a cena parecia mais simples do que era”. Drica endossa: “O filme não tem bola fora, é redondíssimo. Aliás, como teve um corte, muita história da mãe e do filho ficou de fora. Assim, se o Murilo quiser fazer um spin-off…”, brincou.

Modo “pausa”

Ao fim, Murilo Benício lembrou que “Pérola” é um filme pré-pandemia. “A gente filmou em 2018, e teve a sorte de ter conseguido montá-lo. De lá pra cá, ficou em pausa, como a nossa própria vida ficou. Depois, apenas alguns ajustes muito finos foram feitos, mas ele já estava pronto, inclusive porque eu estava satisfeito com o resultado”, comenta. Drica Moraes arremata: “Quando o processo é bom, o filme é bom. É igual teatro, quando a coxia é boa…”.

Leonardo Fernandes, o Mauro Rasi da produção

Leonardo Fernandes, caracterizado como Mauro Rasi (Primeiro Plano/Divulgação/Frame)

Além de ter participado da coletiva, a reportagem do Culturadoria conversou, separadamente, com o ator Leonardo Fernandes, que, em “Pérola”, interpreta ninguém menos que o próprio Mauro Rasi.

Confira, a seguir, alguns trechos

Como se deu a entrada neste projeto?

A minha entrada no filme se deu por meio de testes. A (atriz mineira) Cynthia Falabella fez a produção de elenco e me chamou (para o teste). Passei. Inicialmente, fiz o teste para interpretar o namorado do Mauro, mas o Murilo (Benício) viu e acabou me escalando para fazer o próprio Rasi.

Como era a sua relação com a obra, o legado de Mauro Rasi, até então?

Bem, eu o conhecia de nome, sabia da importância dele. Cheguei a fazer a leitura de uma peça dele, “Cerimônia do Adeus”, mas não cheguei a assistir a peças dele. Só depois que fui chamado para este projeto é que fui ler “Pérola”.

Já incumbido da responsabilidade de viver Mauro Rasi na tela, como foi o processo de preparação para incorporar personagem?

Logo que começaram os ensaios, ouvi muitos casos sobre ele (Rasi). Porque o Murilo conheceu o Rasi, a Drica fez peça dele, a Louise… E eles tinha relação de amizade mesmo. Então, isso traz uma responsabilidade, né? Só que eu não fui pelo caminho de tentar me parecer com o Mauro. Eu fui pelo caminho de, no filme, tentar fazer com que a minha alma se parecesse com a do Mauro. Uma alma de artista, de um cara que expunha o que sentia nas suas obras. Tanto que a sobrinha dele, que hoje é a detentora dos direitos autorais, me falou na première no Rio de Janeiro, agora, que várias cenas que estão na tela aconteceram de verdade.

Na cena em que Pérola e o marido, Vado, visitam o filho no Rio de Janeiro (Frame)

Como a da Célia (Louise Cardoso), para a qual a Pérola pede emprego para o Mauro, e depois volta atrás. Aquilo aconteceu. Daquele jeito. Então, muita coisa, como ótimo autor que era, o Mauro pegava e colocava nas peças. Outras, criava. O que apreendi é que ele era muito intenso, que sentia muito aquela família dentro dele, pulsando, e precisava colocar (aquelas vivências) no papel. Foi desse Mauro que foi atrás para o meu processo de construção. E como o filme se passa em épocas diferentes, tentei, também, me conectar com a minha energia de quando tinha aquelas idades que atravessam o filme.

Algum ponto em comum com alguma das vivências que o Mauro Rasi partilha em “Pérola”?

Na minha adolescência, meus pais, eles também me chamaram atenção para o fato de essa profissão (a de ator) ser instável. E no filme tem isso também, a Pérola quer que o Mauro seja advogado. Mas, veja, eu acho que meus pais fizeram certíssimo. É muito legítimo isso, porque é uma profissão difícil mesmo. Então, é legítimo abrir os olhos do filho para: ‘Olha, é um caminho difícil, você precisa saber disso’. Mas eles também me apoiaram muito, aliás, sempre me apoiaram bastante. Me apoiam muito. Então, o filme passa por esse lugar de identificação o qual me apeguei a ele. O fato também de o Mauro ser um cara do teatro, me emocionou muito, porque sou um ator que tem as raízes no palco. Já fiz 20 peças profissionais (como “Cachorro Enterrado Vivo”, com o qual ganhou prêmio APCA de Melhor Ator em 2016, e “Neblina”, dirigido por Yara Novaes). Assim, o lugar onde eu nasci (profissionalmente) é o palco. E aí, esse filme, com uma projeção dessa… O Murilo me chamar para fazer o Mauro, que é um cara do teatro… Me emocionou muito.

Uma curiosidade: como foram as filmagens?

O processo de filmagem foi muito intenso, porque a gente filmava muitas cenas no mesmo dia. E o Murilo deixava a gente muito solto, sabe? Deixava a gente muito à vontade para propor o que quisesse. Assim, a gente se sentia muita vontade, porque via, na expressão do Murilo, que estávamos livres para experimentar. Tem uma coisa que me chamou a atenção. Quando a gente filma, na maioria das vezes é complicado encavalar falas, porque isso pode deixar o processo de edição mais difícil. Mas o Murilo queria que a gente encavalasse falas, que as pessoas falassem ao mesmo tempo. Então, você vê que no filme tem muitas cenas nas quais a gente fala tudo ao mesmo tempo. E, sabe? Vira uma baguncinha boa, que resulta nessa vida que o filme tem. Então, a gente improvisava muito.

Eu adorei figurinos e cenários. Gostaria que me falasse da caracterização do personagem…

Como o filme atravessa várias épocas, a gente fez muito teste de figurino e muito teste de caracterização. Acho que eu passei por umas… Nossa, umas sete caracterizações do Mauro jovem até a gente chegar naquela peruca do filme. E ajuda muito quando você olha para o espelho e vê a caracterização. Assim, a direção de arte do filme ajudou muito a gente a chegar no papel, porque a gente tinha essa vida. Das cores que estão na casa, nas roupas dos personagens, nessa caracterização mesmo.

É perceptível a química estabelecida entre você e a Drica Moraes. Queria que falasse um pouco sobre o convívio de vocês…

A Drica é uma atriz extremamente generosa. No set, foi o nosso centro, o nosso sol. Assim, estar com essa atriz, que é uma das melhores atrizes do Brasil, encabeçando o nosso elenco, e sendo uma generosidade de pessoa…. Imensa. Então, o jogo era muito bom com ela, sabe? Eu falo – e acho que falei isso na coletiva também – que tinha cena na qual você não tinha que preparar muito, não. Era olhar para a Drica… E a Drica é tão verdadeira, é tão bonito o que ela faz, que eu olhava para ela e já me emocionava. Isso de respeitar o jogo do ator é muito bom. Quando o outro te dá esse material humano tão bonito, tudo o que você tem que fazer é reagir.

Do que você acha que o filme trata que transcende a relação do Mauro Rasi com a mãe, Pérola, e que atinge o espectador de modo geral?

A primeira fala do filme, ela já é um soco no estômago: “Mamãe morreu, seu enterro foi ontem. Hoje é o primeiro dia sem ela”. Isso já pega a gente. E o filme é também sobre o luto, sobre a perda de um ente querido. Além da mãe, havia a perda da grande inspiração que era essa genitora, da qual ele tanto falou nas peças. E tem duas coisas que me tocam muito no filme. Uma, o fato de essa relação entre o artista e família aparecer no filme. Inclusive o lado “ruim”, que é esse lugar de o artista não encontrar uma estabilidade. Isso gera discussões no filme.

Quando a gente vê o Mauro… Pelo olhar do Mauro, a gente vê onde é que está a inspiração dele. O espectador o vê com a máquina de escrever, e ele olhando para mãe… A gente vê, por essa lente, onde ele se inspirava para fazer seus trabalhos. O Mauro é aquela coisa, daquela célebre frase: “Se você quer escrever sobre o mundo, comece por escrever sobre a sua própria aldeia” (citando o escritor russo Leon Tolstói). Inclusive, no filme aparece a imagem mesmo, do Mauro sentado, escrevendo e olhando para mãe, olhando para família, sendo alimentado por aquilo. E escrevendo um sucesso a partir daqueles – entre aspas – pequenos conflitos familiares.

E a segunda coisa?

Bem, a outra coisa que eu acho lindo, no filme, é o tamanho dos sonhos. Sabe, a casa deles é uma casa que se sonha do início ao fim do filme, e para mim fala do tamanho deles. Porque a Pérola quer ter uma piscina, esse é o sonho dela. Quer ter uma mansão com piscina. No filme, as memórias do Mauro com ela, são quase todas ali, em volta daquela piscina, pensando em como vai ser. As festas, as comemorações, o casamento da filha.

E já o Mauro, é esse sonho de ser um escritor. De sair daquele lugar que, para ele, se tornou pequeno. Ele queria mais. Então, em “Pérola, a gente acompanha dois sonhos em paralelo. Sonhos que ora se distanciam, ora se aproximam, e isso é bonito. Os sonhos também podem fazer isso, se distanciar, se aproximar. Então, para mim, “Pérola” fala disso, de sonhar…

Em tempo

Drica Moraes vive na tela o papel que, no teatro, nos anos 1990, foi de Vera Holtz (Primeiro Plano/Divulgação/Frame)

Na coletiva, Drica Moraes falou sobre a piscina dos sonhos de Pérola como uma metáfora sobre a construção da identidade daquela família. “Há várias cenas nas quais aquela mãe planeja o futuro, como ela riscando o chão (projetando o espaço da piscina), pensando num futuro brilhante. E o buraco (para abrigar a piscina). Por outro lado, há cenas como a da venda do piano, da qual gosto muito, e, com ela, tudo dando errado na perspectiva do que era dar certo para ela”. Drica também enxerga, na história, um paralelo entre a mãe de Pérola, que não morre, e a piscina, que não nasce.

Confira, aqui, o trailler da produção

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