Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Por que Janis Joplin foi a rainha do rock e uma das maiores cantoras de blues e soul?

Artista viveu carreira curta, mas intensa. Foi um dos ícones do rock, do movimento hippie e da contracultura. Agora, biografia definitiva chega ao Brasil nos 50 anos da sua morte.

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Há 50 anos morria Janis Joplin. Considerada a maior cantora de blues e soul da geração à qual pertenceu e a rainha do rock, ela nos deixou no auge da carreira, aos 27 anos. Agora, ano em que completa cinco décadas da sua morte, chega ao Brasil a biografia definitiva da artista. Janis Joplin – Sua vida, sua música foi escrito pela crítica de música Holly George-Warren e se debruça em facetas pouco exploradas de Joplin. Além de relembrar, é claro, a carreira estrondosa e breve da cantora, o livro trata das minúcias, por meio de pesquisa com familiares, amigos, arquivos, entrevistas e cartas.

Em resumo, consolida mais ainda como Janis Joplin rompeu com o padrão e regras do rock existentes até então nos anos 1960. Além disso, como foi desafiadora, rebelde e abriu espaço para outras mulheres se expressarem por meio da arte e um ambiente majoritariamente masculino. Mas o que fez com que Janis Joplin fosse tão emblemática para a história da música?

Origens

Janis Joplin nasceu Port Arthur, Texas, em 1943, em meio a uma família religiosa e tradicional. Mesmo assim, desde cedo ouvia escondida vários artistas do blues, como Big Mama Thornton e Bessie Smith, por exemplo. Vale destacar aqui que o Texas enfrentou muitos anos de segregação racial. Então, ouvir artistas como esses era um ato de rebeldia, já que pessoas negras não tinham direitos básicos, como o de frequentar escolas.

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Foto: Daily Mirror / Mirrorpix / Getty Images

Na época, Janis estava em contato com a música, pois cantava no coro da igreja por imposição da família. Quando terminou a educação básica, passou a morar em Austin para estudar Artes Visuais na Universidade do Texas. Por lá, formou uma banda com amigos e começou a cantar folk e blues nos bares da região. 

Outro ponto importante que merece destaque é quanto o bullying pode ser perverso na vida das pessoas. Devido a ataques sofridos na escola e na universidade por causa do corpo e estética, Janis desenvolveu bulimia e depressão. Isso foi um dos motivos que levou a artista a começar a fazer uso de drogas e álcool além da conta, hábitos que levou durante toda a curta vida. 

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Foto: Hulton Deutsch

Trajetória na música

Em 1966, desistiu da faculdade e mudou-se para São Francisco, onde começou a cantar com a banda de rock psicodélico Big Brother and the Holding Company. Assim, lançou o primeiro disco, que ganhou o mesmo nome da banda, em 1967.

O sucesso do grupo veio no Festival Pop de Monterey, o primeiro grande festival de rock do mundo, que serviu de inspiração inclusive para o Woodstock. Além da estreia para o grande público de Janis Joplin, também se apresentou pela primeira vez Jimi Hendrix. Mais de 200 mil pessoas compareceram e a data, 16 a 18 de junho de 1967, marca o início do “Verão do Amor” dos hippies. 

A cantora passou a ser reconhecida pela voz marcante, junto a outras características, como independência e rebeldia, a qual já vinha se posicionando desde a infância. A soma de fatores transformou Joplin na primeira mulher estrela do rock dos EUA. Os temas como sexualidade, dilemas e psicodelia eram marca registrada nas letras.

Em 1968, veio o segundo álbum com a Big Brothers intitulado Cheap Thrills e Janis estourou de vez. A canção Piece of my heart alcançou o primeiro lugar nas paradas da Billboard.

Carreira solo

Em seguida, partiu carreira solo acompanhada pelo grupo Kozsmic Blues Band. Juntos fizeram apresentação memorável no Woodstock, principalmente pela execução de Piece of My Heart, e gravaram o disco I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!, em 1969. O último trabalho da vida de Janis Joplin foi o álbum Pearl com a banda a Full Tilt Boogie Band, lançado postumamente em 1971.

Janis Joplin se destacou, além do seu comportamento em relação à cena musical, principalmente por causa da voz marcante e carregada de sentimento. Ela é considerada uma das maiores cantoras de rock, soul e blues dos anos 1960. Isso porque desde sempre esteve conectada principalmente com o blues e jazz e teve como referência grandes nomes. Alguns deles são Billie Holiday, Aretha Franklin, Big Mamma Thorton e Etta James. 

Janis Joplin
Janis Joplin no Carnaval do Rio de Janeiro Crédito: Arquivo Nacional

Janis Joplin no Brasil

No auge da ditadura militar, a artista desembarcou no Brasil, em fevereiro de 1970, para ficar longe da heroína e participar do carnaval. E teve de tudo, ela viu o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, fez topless em Copacabana, cantou em boates cariocas na madrugada. Por fim, foi para a Bahia conhecer a aldeia hippie de Arembepe, próximo a Salvador.

Tudo isso ocorreu cerca de sete meses antes da morte. Janis voltou para Los Angeles e durante as gravações do disco Pearl foi encontrada morta no hotel em que estava hospedada em 4 de outubro de 1970. O laudo constava overdose de heroína.

Joplin morreu aos 27 anos, entrando para o “clube dos 27” ao lado de Jimi Hendrix, Brian Jones, Curt Cobain, Amy Winehouse, e Jim Morrison. Em resumo, teve uma carreira 100% intensa, mesmo que curta. Sendo assim, o que fica é um legado na história do rock, do soul e do blues. Uma das maiores vozes de todos os tempos.

Com uma história cheia de altos e baixos muita coisa fica de fora, mas o livro Janis Joplin – Sua vida, sua música, de Holly George-Warren, já está disponíveis no Brasil. Além disso, pode ler lista de curiosidades e histórias correlatas, como essas 10 curiosidades sobre a artista e a linha do tempo da história do rock por playlists

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