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FBC: bombando no streaming, rapper mineiro conquista discos de platina e de ouro

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FBC recebeu dois discos de platina e um de ouro pelo sucesso nas plataformas digitais. Rapper também lançou versão ao vivo do álbum ‘O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta (Ao Vivo em Belém)’

Por Carol Braga | Editora

Eu posso escrever que Fabrício FBC é multiplatinado?”, pergunta o próprio FBC para representantes da gravadora ONErpm em Belo Horizonte. A questão é uma mera formalidade pois logo atrás dele tem três quadros. Dois com discos de platina e um disco de ouro, entregues pela Pró-Música Brasil. Ou seja, o “multiplatinado” é um fato que ele celebra com alegria, com simplicidade, com humor e inquietação. Afinal, estas são apenas algumas características do rapper mineiro que a cada dia conquista mais espaço na música brasileira e internacional.

FBC recebe os discos de platina e de ouro. Foto: Gui Silva/Culturadoria
FBC recebe os discos de platina e de ouro. Foto: Gui Silva/Culturadoria

Os discos de platina são pelas faixas “Se tá solteira”, gravada com VHOOR e MAC Júlia do disco Baile (2021), que acumula 30 milhões de streams nas plataformas digitais e “Se eu não te cantar”, do disco Padrin (2019), que soma 25 milhões de streams. O disco de ouro, com 15 milhões de streams, é de “Delírios“, mais uma parceria de FBC e VHOOR. Em resumo: são mais de 70 milhões de streams em todas as plataformas digitais. 

Trabalho

Mas, embora muito feliz com o feito, Fabrício segue focado no dia-a-dia. “Prefiro trabalhar para fazer mais e não achar que nada é tão grande assim quanto eu imaginava que seria”, diz.  Se no passado ter um Disco de Ouro na estante, os desejos e as exigências vão mudando. 

“Se eu não escutar alguém tocando violão, não conseguir falar essa é tal nota, essa é tal nota. Tem hora que eu acho que estou indo para um caminho de um crítico digital, um influencer que acha que certos gêneros não são música. Mas eu não consigo ficar nesse lugar, que é o lugar do letramento”, confessa. 

FBC é nascido e criado na Cabana do Pai Tomás, na Zona Norte de Belo Horizonte. Foi lá que formou o olhar sensível para o mundo que aparece em letras que pegam fundo mesmo em quem não tem o rap como gênero musical preferido. “Tenho o sentimento de saber que música é aquilo que te faz sair do lugar, balançar”. É o que ele realmente tem feito. Detalhe: com boas e precisas doses de poesia popular.   

“A música não precisa ter uma progressão harmônica grandiosa, muito bem trabalhada para te tirar do lugar, já que se a gente bater palma aqui agora todo mundo vai balançar, todo mundo vai curtir. Isso é música”

Fabrício, FBC

Disco ao vivo

No último dia 29 de março, FBC lançou o álbum “O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta (Ao Vivo em Belém)”. A versão com banda do disco duplo, lançado em 2023, foi gravada durante o Festival Psica, na capital do Pará.

O trabalho – também disponível em vídeo – é composto de 13 faixas: “Atmosfera”, “Aham”, “Qual a Chance”, “O Que Te Faz Ir pra Outro Planeta?”, “Dilema das Redes”, “Antissocial”, “Não Me Ligue Nunca Mais”, “Cherry”, “A Noite no Meu Quarto”, “Madrugada Maldita”, “Estante de Livros”, “Químico Amor” e “Desculpa”.

Do Jazz ao Rap

É notória a alegria e o orgulho que FBC em estar acompanhado por uma banda no palco. Ele conta que logo nos primeiros ensaios já sacou o impacto que seria. “Eu falei: tem que registrar”. A ideia inicial era gravar na estreia, em Belo Horizonte, mas, segundo ele, o tempo contribuiu para que a sintonia dos integrantes crescesse ainda mais. 

“Todos os músicos são jazzistas. Quase todos ganharam o prêmio BDMG de música instrumental”, conta. Ou seja, é uma turma de excelência técnica, mas que dialoga muito bem com o que o rapper deseja na música. 

“É uma honra ter feito com eles e ter somado mas lógico que eu quis que fosse do meu jeito, tem isso. Eles são f***, são bravos, mas eu penso a música da forma que está na minha cabeça”, conta. 

Arte expandida

Além do interesse na sonoridade, a poesia é algo marcante em toda a carreira de FBC. Inclusive, o nome do disco deixa isso bem claro, afinal, “O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta”, é bem poético, né? Para o rapper, não faltam provas de que são coisas que realmente transformam. 

FBC tem uma relação tão íntima com a palavra que, inclusive, não descarta a possibilidade de publicar um livro. “Acho que a vontade de qualquer MC é escrever, colocar o seu pensamento, colocar aquilo que é o seu ponto de vista na ponta da caneta e ver essa necessidade de criar sendo suprida por algo que é físico”, diz.

Ou seja, não importa se palavra falada ou escrita, o lance é espalhar as ideias. “Acho que ser artista é isso. Arte é isso. A arte é totalmente dedicada às pessoas, ao registro do nosso tempo”.

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