Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cinco exposições de acesso gratuito no Centro Cultural UFMG

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Duas das mostras já estão em curso no Centro Cultural UFMG, enquanto Fernando Augusto, Luiz Cláudio Perpétua Custódio e Giulia Souza abrem exposição nesta sexta

Localizado na avenida Santos Dumont, nas proximidades da Praça da Estação, o Centro Cultural UFMG é um espaço expositivo importante na vida cultural da cidade. Neste momento, o espaço está com duas exposições abertas, enquanto outras três terão vernissage nesta sexta-feira, dia 4 de outubro: as de Fernando Augusto, Luiz Cláudio Perpétua Custódio e Giulia Souza. Detalhe: todas com acesso gratuito.

Artista plástico, pintor, desenhista e fotógrafo, o baiano (radicado em Vitória, Espírito Santo) Fernando Augusto dos Santos Neto trabalha o desenho como uma maneira de pensar a pintura, a fotografia, a escultura e o próprio desenho. Desse modo, é a partir do desenho que o artista constrói toda sua obra, buscando lançar luz sobre o cotidiano pessoal, as relações interpessoais, a cultura, a tradição artística e cenas da vida brasileira. Ao lado do desenho, o artista utiliza também as linguagens da fotografia e da literatura, interferindo em livros diversos, catálogos de exposições de arte e criando livros de artistas. A exposição do artista ocupa a Grande Galeria. Confira, a seguir, um pouco mais desta e das demais mostras.

Trabalho de Fernando Augusto dos Santos Neto, que estará exposto no Centro Cultural UFMG (Fernando Augusto/Divulgação)

Fernando Augusto: desenho pintura fotografia e outras intoxicações

A exposição ‘Fernando Augusto: Desenho, Pintura, Fotografia e Outras Intoxicações’, título homônimo do livro do artista, oferece ao público uma retrospectiva dos 40 anos da trajetória artística de Fernando Augusto dos Santos Neto. A mostra será apresentada na Grande Galeria do Centro Cultural da UFMG. A expografia organiza a narrativa do artista em quatro módulos, abrangendo diferentes fases de seu trabalho. Primeiramente, Infância e Meninices; depois, Formação (1984 a 1990); bem como Rumo à Abstração (1991 a 2000). Por fim, Outra Paisagem: Livro de Artista.

A exposição ‘Fernando Augusto: Desenho, Pintura, Fotografia e Outras Intoxicações’, título homônimo do livro do artista, oferece ao público uma retrospectiva dos 40 anos de sua trajetória artística (Cacá Lima/Divulgação)

Além de apreciar a mostra, o público poderá participar de atividades complementares, como um encontro com o artista, para uma conversa sobre a carreira dele. A exposição tem curadoria e expografia assinadas por Isa Bandeira. Abertura nesta sexta-feira, 4 de outubro de 2024, às 19 horas. Na ocasião, haverá o lançamento do referido livro. Visitação: até 3/11/2024. A entrada é gratuita e a classificação, livre.

“Identidades” – Giulia Souza

O Espaço Experimentação da Imagem do Centro Cultural UFMG vai abrigar a exposição individual ‘Identidades’, da mineira Giulia Souza. A artista é graduanda em Artes Visuais pela UFMG. Seu trabalho está intimamente ligado à memória. Assim, a pesquisa que desenvolve tangencia questões da formação da identidade, tempo, fragmentos e morte. O desenho desempenha um papel central em sua lida. Desse modo, serve como um campo de influência em que objetos e elementos espaciais conduzem a experiências específicas de imersão na realidade percebida. Nesta busca por uma compreensão vivencial, o desenho age como um catalisador para a sua percepção tridimensional do mundo.

A mostra reúne fotografias de algumas das vítimas que foram mortas ou desaparecidas durante a Ditadura Militar, criando uma narrativa de lembranças, afetos e morte (Giulia Souza/Divulgação)

Através desses diversos processos, Giulia cria interpretações poéticas da paisagem. A partir daí, transforma o ato de desenhar em uma prática sensível e compartilhável. Nesta exposição, ela parte do conceito de memória e esquecimento. Assim, apresenta fotografias de pessoas mortas ou desaparecidas durante a Ditadura Militar. No entanto, os rostos estão cobertos por manchas pretas, simbolizando o ocultamento de quem foi silenciado de maneira brutal. Tal qual, a tentativa de ocultar a história, privando as novas gerações da possibilidade de entender o que aconteceu naquele período. Abertura na sexta, 4 de outubro, às 19h.

Nós viemos da lama, não podemos morrer longe do rio” – por Samuel Maria

Samuel Maria é artista visual natural de Cataguases, interior da Zona da Mata mineira, graduando em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG. Sua pesquisa perpassa a intimidade com as paisagens mineiras, as cores das terras da região e a ligação com o Rio Pomba, que corre atrás da casa em que cresceu. Atualmente, pesquisa as cores das terras mineiras, bem como suas possibilidades artísticas. Tal qual, as relações socioambientais que envolvem nosso chão e rios, o relevo e as características geográficas. “Além do impacto da mineração sobre o solo e sua influência na transformação da paisagem local”.

A mostra de Samuel Maria reúne pinturas e produções a partir do protagonismo da terra (Samuel Maria/Divulgação)

As obras apresentadas na exposição, conforme o material de divulgação, são fruto dessa pesquisa. “Precisamos levar o debate acerca da destruição da terra para todos os lugares. A mineração irresponsável que devasta o Brasil e já desencadeou inúmeras tragédias segue sendo o maior problema que temos pela frente. Assim, através da arte, percorro o caminho entre as belezas naturais e as tensões causadas pela indústria, essa linha tênue que vem formando quem eu sou”. A exposição, na verdade, já está em curso e pode ser vista até 27/10/2024, na Sala Celso Renato de Lima do Centro Cultural UFMG. Classificação indicativa: livre. Entrada gratuita

“Só Mais Uma das Coisas” – Nana Coelho

A exposição individual combina pintura, gravura e instalação escultórica. A ideia é instigar o público a explorar a angústia da autorreflexão, o delírio em querer e os caminhos do sentir. Natural de BH, Nana Coelho tem 24 anos e, neste momento, conclui a formação em Artes Visuais pela UFMG. Com foco em pintura, seu trabalho também passeia pelos âmbitos da gravura, escultura e instalação. Os temas de suas produções vão desde a profunda reflexão no autorretrato, pensando corpo, gênero e identidade, até a catarse da paisagem e a dualidade entre natureza e cidade.

A mostra da artista visual Nana Coelho combina pintura, gravura e instalação escultórica (Nana Coelho/Divulgação)

Costurando-se entre tudo isso, está o pensamento dos rituais e a simbologia da bruxaria como arte e linguagem, que descreve sua relação com o mundo e leva o espectador ao limbo entre o real e o imaginado, o desejo e o desespero. A mostra está na Sala Ana Horta do Centro Cultural UFMG, até o dia 27 de outubro, e a classificação indicativa é livre. Entrada gratuita.

“Um Olhar ao Redor” – Luiz Cláudio Perpétua Custódio

O artista capixaba Luiz Cláudio Perpétua Custódio abre nesta sexta, 4 de outubro, a exposição da obra ‘Um Olhar ao Redor”, no Hall do Centro Cultural UFMG. A mostra tem a curadoria do professor Fabrício Fernandino e poderá ser vista até o dia 03 de novembro de 2024. A entrada é gratuita. A iniciativa integra o projeto Escultura no Centro, que destaca os trabalhos tridimensionais desenvolvidos por alunos do curso de Artes Visuais com habilitação em Escultura da Escola de Belas Artes da UFMG. A classificação é livre.

Luiz Cláudio Perpétua Custódia mostra, no Hall do Centro Cultural UFMG, a obra “Um Olhar ao Redor” (Foto feita pelo artista)

“Um Olhar ao Redor” é uma obra que convida a explorar novas perspectivas sobre o ambiente que nos cerca. A busca por compreender e perceber as constantes transformações que ocorrem, desde o início do mundo, seja de maneira evidente ou sutil, externa ou interna, proporciona uma ressignificação por meio de ações e até mesmo de pensamentos sobre tudo que nos rodeia. “Na natureza, as transformações estão presentes em cada detalhe, permitindo novos começos ao rompimento dos ‘casulos’. Diferentemente da natureza, nossos casulos são mentais, impostos sobre nós, dificultando a visão daqueles que temem alçar voo”, diz o texto de apresentação.

SERVIÇO

Exposições no Centro Cultural UFMG

Onde. Av. Santos Dumont, 174, Centro.

Visitação. Terças a sextas: das 9h às 20h; sábados, domingos e feriados: das 9h às 17h

Quanto. Gratuito.

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