Que a maioria dos artistas são versáteis não há dúvidas. Pensando musicalmente, eles interpretam diferentes ritmos, canções etc. Entretanto, muitos deles também se aventuram e criam até produtos para crianças, seja para passar um recado, experimentar. Ajudar a desmitificar padrões, tabus ou defender causas. Por isso, aqui vão cinco dicas de artistas da música da música que exploram a linguagem infantil, agradando adultos e crianças. As dicas vão desde o clássico Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, até produções mais recentes, como as obras do rapper Emicida.
Confira!
Adriana Partimpim
O apelido de infância de Adriana Calcanhotto era Partimpim. Então, quando pensou em fazer um trabalho para o público infantil, aderiu ao apelido, criando o heterônimo Adriana Partimpim. Trata-se de um trilogia voltada para o público infantil com músicas feita por gente grande, o que garante apreciação artística para adultos e crianças. É interessante observar que o repertório dos discos, principalmente os dois últimos, transita entre músicas feitas em outras ocasiões e canções feitas para o Partimpim.
Só para exemplificar, no Partimpim Dois, tem Gatinha manhosa (Caetano Veloso), O homem deu nome a todos os animais (Bob Dylan Versão: Zé Ramalho) e As borboletas (Vinícius de Moraes e C. Campos). Já o Partimpim Tlês, conta com Taj Mahal (Jorge Ben Jor) e Lindo Largo do Amor (Gonzaguinha).
O primeiro disco do projeto, lançado em 2004, o Grammy Latino de melhor álbum infantil. Os três discos estão disponíveis no Spotify e outras plataformas de streaming.
Ah! Além disso, tem também o registro visual do primeiro, intitulado Adriana Partimpim – O show. Os registros estão disponíveis no YouTube.
Emicida
Toda criança tem medo do escuro! É quase um consenso. Pensando nisso, o rapper Emicida trata do assunto no livro E foi assim que eu e a escuridão ficamos amigas, que está em pré-venda e chega nas livrarias em 5 de outubro. A história se dá a partir da jornada de personagens que enfrentam diversos sentimentos em relação à escuridão até que encontram a personificação do medo e da coragem. A proposta é mostrar que o medo não é necessariamente mau, mas deve ser colocado no seu devido lugar.
Esse é o segundo livro do artista. O primeiro, Amoras, 2019, é cheio de poesia, tratando com simplicidade um assunto complexo: a representatividade. Foi escrito a partir de música de mesmo nome e mostra a importância de se reconhecer o mundo e em pequenos detalhes.
Rita Lee
Rita Lee se aventura também na literatura infantil! Desde o ano passado, ela anda refazendo e revisitando a série do ratinho Dr. Alex, publicada entre os anos 1986 e 1992. Agora, em 2020 a série ganha mais dois volumes: Dr. Alex e o Phantom e Dr. Alex e os Reis de Angra.
A rainha do rock brasileira luta pela causa ambiental e animal há anos. Sendo assim, na série aborda temas relacionados a isso. Por que não ensinar sobre a importância de proteger o meio ambiente ainda na infância? Fundamental! Para isso, entra em ação o Dr. Alex. Ele é um ratinho que já foi humano, mas se transforma em animais para combater vilões e defender os outros animais e a natureza.
Outra dica de livro da artista é Amiga ursa, também para crianças. Ele conta a história uma ursa que veio para o Brasil através de tráfico de animais. Após ser resgatada vive em paz em um rancho. Compre aqui.
Chico Buarque
Seja na música ou na literatura, Chico Buarque é um exímio escritor. Ele já venceu o Jabuti e o Prêmio Camões pelo conjunto da obra e também se aventurou no universo infantil. O livro Chapeuzinho Amarelo é a prova disso. A obra foi lançada em 1970, mas marca gerações ate os dias de hoje. Trata da história de uma menina amarela de medo, medrosa de tudo, o que a impedia de fazer até tarefas simples do dia a dia.
Entretanto, o maior medo mesmo é do Lobo, que pode comer “duas avós, um caçador, rei, princesa, sete panelas de arroz e um chapéu de sobremesa”. Além de ter vencido o Jabuti de Ilustrações (foram feitas por Ziraldo!) o livro ganhou o selo “Altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro”.
Pato Fu
Em 2010, a banda mineira Pato Fu uniu miniaturas e instrumentos de brinquedo a canções conhecidas para gravar o álbum Música de Brinquedo. O trabalho vendeu mais de 40 mil cópias e ganhou Disco de Ouro em 2011, o que foi histórico, já que o Pato Fu foi a primeira banda independente a conquistar a certificação. Só para exemplificar, o disco contém faixas como Primavera (Tim Maia), Frevo mulher (Zé Ramalho), Love me tender (Elvis Presley) e Sonífera Ilha (Titãs).
Em 2017, o projeto ganhou o segundo volume, que, de acordo com Fernanda Takai, não é um disco apenas infantil. Para ela, é um trabalho que tem várias camadas de interpretação, que podem ser feitas por pessoas de todas as idades. Para todas as idades mesmo! Entre as músicas estão Severina Xique Xique, de Genival Lacerda, Every breath you take, The Police, e Palco, de Gilberto Gil.