Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cinco mulheres que transformam nossa cultura hoje

Beyoncé, Teuda Bara, Elza Soares… conheça algumas mulheres que fazem a diferença na arte no Brasil e no mundo

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A cultura e suas manifestações têm papel fundamental na sociedade. São responsáveis pela formação de identidade dos indivíduos, assim como na identificação e localização das pessoas em determinados contextos sociais. Para que isso ocorra vários fatores são determinantes. Um deles, provavelmente o mais importante: as próprias pessoas. São os agentes que personificam, potencializam o pensamento crítico cultural a fim de quebrar barreiras e comprovar na prática como a cultura e a arte são transformadoras em diferentes esferas.

Pensando nisso, junto com a chegada do Dia Internacional da Mulher, destacamos aqui algumas personalidades femininas que fizeram e ainda fazem diferença na cena cultural brasileira. Mas essa lista não surgiu sozinha. Pedimos ajuda aos nossos seguidores no Instagram. Então, destacamos os nomes mais citados. Tem mulheres poderosas da televisão, do teatro, do cinema e da música. Confira! 

Fernanda Montenegro

Considerada umas das melhores atrizes do Brasil, Fernanda Montenegro, só para começar, foi a primeira latino-americana e também a única brasileira a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por uma atuação em português. A indicação foi pelo papel de Dora, interpretado no filme Central do Brasil (1998). O longa mostra a história de uma professora aposentada que escreve cartas em nome de pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil. 

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Foto: Eurivaldo Bezerra / Divulgação

Além disso, foi a primeira brasileira a vencer o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz. A premiação foi pela atuação em Doce mãe, em 2013. Mais recentemente, em 2019, Montenegro lançou três filmes (A Vida Invisível, O Juízo e Piedade), publicou a sua biografia, atuou Brasil afora nos palcos do teatro com leituras de Nelson Rodrigues e ainda participou da novela A dona do pedaço. Vale destacar que tudo isso foi feito aos 90 anos. Sendo assim, fica dica para conhecer mais sobre a atriz: leia o livro Prólogo, ato, epílogo. Ele está disponível para venda por R$ 49,90 no site da editora em formato físico e por R$ 29,90 em formato ebook.

 

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Foto: Guto Muniz/Divulgação

Teuda Bara

Esta gigante do teatro mineiro está fazendo 80 anos de vida e de história. Teuda traz consigo diversos personagens interpretadas em diferentes palcos, como o do teatro, televisão e cinema. Ao lado de Eduardo Moreira, Wanda Fernandes e Antônio Edson, foi a responsável pela criação do Grupo Galpão, companhia de teatro mineira com prestígio mundial. Só para exemplificar a pluralidade e a facilidade de adaptação, Teuda participou do espetáculo internacional K.À., do Cirque du Soleil. Além disso, atuou no filme O palhaço, junto com Selton Mello e Paulo José, O contador de estórias, de Luiz Villaça, e Menino Maluquinho, de Helvécio Ratton e também O Lodo. Já na televisão fez novela e série de humor.

A atriz estreou em 2015 a sua primeira peça solo, ‘Doida’, uma produção independente que ela mesma encabeçou. Ela atua ao lado do filho Admar Fernandes dirigida por Inês Peixoto (integrante do Galpão). A peça é inspirada na obra de Carlos Drummond de Andrade e explora o espírito do interior de Minas Gerais. Tem também o espetáculo Luta, criada com e para a atriz. O enredo visita as suas memórias, ficcionaliza a trajetória e cria imagens. Ou seja, é uma alegoria para o teatro e para a própria vida da atriz.

Para conhecer mais sobre a vida e trajetória indicamos Teuda Bara: comunista demais para ser Chacrete. O livro foi escrito por João Santos e está à venda no site da Editora Javali por R$ 50. 

Angela Davis

Angela Davis é figura fundamental na história contemporânea mundial ao que se refere à luta ao combate à violência contra a população negra principalmente. Isso porque é símbolo da causa negra nos Estados Unidos. Ela nasceu em Alabama, o estado mais racista do sul dos EUA, e enfrentou o racismo desde cedo. Aos 14 anos, teve a oportunidade de participar de um intercâmbio no norte, onde passou a conhecer ideologias políticas.

Mais tarde, foi simpatizante de movimentos como o Black Power e os Panteras Negras. Davis se formou como professora e filósofa e toda a sua experiência rendeu em publicação de obras principalmente sobre mulheres, raça e classe. Além disso, ela fala também sobre as prisões e o sistema carcerário americano. 

Recentemente esteve no Brasil para o lançamento do seu livro, que se chama Uma autobiografia, e reuniu mais de 15 mil pessoas em São Paulo. O livro está sendo publicado pela primeira vez no Brasil e é um retrato das lutas sociais nos Estados Unidos. Você pode adquirir o seu por R$ 40,60 no site da Boitempo.  

 

Foto: Netflix / Divulgação.

Beyoncé

Estrela mundial, Beyoncé ficou conhecida por ser uma das integrantes do grupo feminino Destiny’s Child, que já alcançou a marca de 50 milhões de discos vendidos no mundo inteiro. Quando seguiu em carreiro solo continuou sendo sucesso absoluto. O primeiro disco, por exemplo, Dangerously in Love (2003), ficou em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Em 2004, ganhou cinco Grammys. Os próximos discos atingiram marcas parecidas, o que a fez ficar em quarto lugar na lista de melhores artistas da década de 2000, feita pela revista Billboard.

Um marco na carreira da artista foi o álbum Beyoncé, lançado em 2013. O projeto visual chamou atenção, pois foi algo que ainda não tinha sido feito no meio comercial. As músicas foram lançadas acompanhadas de curtas-metragens com temas feministas, de relacionamentos e amor monogâmico. O álbum seguinte, Lemonade (2016), mostrou que Beyoncé é mais que uma artista do gênero musical pop. Ela representa culturalmente um espaço para a discussão sobre o que é ser negro na sociedade. 

O disco foi lançado acompanhado de um filme exibido no canal HBO dividido em 11 capítulos, que é fundamental para entender a linearidade do álbum. Lemonade fala da mulher negra e sua relação com a traição, solidão da mulher negra e questões a respeito de relacionamentos familiares e amorosos, enfim. Em resumo, a negritude e a feminilidade são protagonistas do álbum. O vídeo ao qual nos referimos está disponível apenas na plataforma de streaming TIDAL. Entretanto, outro filme sobre a artista, o Homecoming está disponível na Netflix. Trata-se de um documentário sobre Beyoncé e a sua apresentação no festival Coachella.

 

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Foto: Daryan Dornelles / Divulgação

Elza Soares

Para concluir, mais uma brasileira poderosa na lista de mulheres que fazem a diferença na cultura e na arte. Elza Soares é uma das maiores artistas da música brasileira, eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora do milênio no Brasil. Além disso aparece na lista da revista Rolling Stone Brasil como uma das 100 maiores vozes da música brasileira. 

A história é de muita luta contra a pobreza e para entrar no mundo da música. Mas deu certo após participar de uma programa de auditório que recebia calouros. As suas composições falam sobre romance, racismo e feminismo. Exemplo disso é o álbum lançado em 2018 intitulado Deus é mulher. O empoderamento e subversão do tradicional já começa no título. A história é extensa e emocionante. Para saber mais, você pode adquirir o livro Elza, biografia feita pelo jornalista Zeca Camargo. A obra está à venda no site da Editora Leya por R$ 35,90

 

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