
Roberto Menescal e Leila Pinheiro chegam a BH com o show "Bossa Nova 65 Anos" (Cris Almeida/Divulgação)
Show “Bossa Nova 65 Anos” será apresentado nesta sexta-feira, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Pontualmente às 18h, horário marcado pela assessoria de imprensa, a cantora e pianista Leila Pinheiro entra no link criado pelo Culturadoria para a entrevista em vídeo referente ao show que apresenta na capital mineira nesta sexta-feira, dia 15 de setembro. “Bossa Nova 65 Anos”, o espetáculo em foco, tonifica a parceria da intérprete com o mestre Roberto Menescal. Assim, no palco do Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, os dois desfilam um repertório que certamente vai ganhar, nos vocais, o reforço emocionado e espontâneo do público, em função da clara notoriedade das letras de clássicos do movimento.
Falando com a reportagem diretamente de seu estúdio, que ficou conhecido em todo o país durante a pandemia, quando ela realizou, de lá, várias lives, Leila conta que “Bossa Nova 65 Anos” estreou em São Paulo, no inicinho de agosto. Primeiramente, foram duas apresentações com ingressos esgotados, no Sesc Pinheiros. Depois, a iniciativa aportou no Rio de Janeiro, onde ocupou o palco do Teatro Riachuelo, mais uma vez com a lotação máxima.
Agora, Leila chega a BH, cidade pela qual não esconde o apreço. “Primeiramente, estou muito feliz em me apresentar no Palácio das Artes, que é um templo das artes. E, também, em poder reencontrar o público daí, assim como grandes amigos, caso do Toninho Horta, o grande Toninho Horta, e Sergio Santos, Flávio Venturini e Murilo Antunes, autores de ‘Besame Mucho’, um dos maiores sucessos da minha carreira”, brinda ela. Leila estende os elogios a vários outros mineiros, incluindo, no rol, o criador Ronaldo Fraga.
Boa companhia
No palco do Palácio das Artes, Leila e Menescal estarão na companhia de quatro instrumentistas: Itamar Assiere (piano/teclado), Marcio Bahia (bateria), Zé Luiz Maia (contrabaixo) e Alexandre Caldi (sax/flauta). Itamar, vale dizer, divide a direção musical de “Bossa Nova 65 Anos” com Leila Pinheiro. Já Marcio Bahia é um velho parceiro de palco da cantora, enquanto Zé Luiz Maia e Alexandre Caldi fazem o début em um show com ela. Os arranjos são assinados por Menescal.
Pot-pourris
Leila explica que a ideia deste show, em particular, surgiu mesmo do ensejo de assinalar o marco dos 65 anos da Bossa Nova. A baliza é a data de lançamento do LP “Canção do Amor Demais”, de Elizeth Cardoso (1920-1990), que marcou a estreia da prolífica parceria de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Lançado em maio daquele ano de 1958, o álbum, vale lembrar, contou com a participação de João Gilberto ao violão, em duas faixas.
Assim, no afã de conduzir o público em um percurso o mais completo possível na história do movimento que conquistou fãs no mundo inteiro, os dois optaram por incluir vários pot-pourris. Deste modo, conta ela, foi possível ampliar o número de composições abarcadas no repertório de “Bossa Nova 65 Anos”. “O próprio Menescal montou estes pot-pourris, e os fez de um jeito tal que, ao fim, (cada um) parece uma música só”, pontua ela.
Logo, o público pode esperar uma rica fruição de clássicos de nomes como o de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Marcos Valle, Carlos Lyra, Johnny Alf, Durval Ferreira e, claro, o do próprio Menescal, entre vários outros.
Amizade longeva
A amizade de Leila Pinheiro e Roberto Menescal, é sabido, vem de longa data. Na verdade, o início pode ser localizado no certame que revelou a cantora paraense ao resto do Brasil: o Festival dos Festivais, promovido pela Rede Globo. Em 1985, Leila obteve o terceiro lugar na classificação geral, com “Verde”, de Eduardo Gudin e José Carlos Costa Netto. Da mesma forma, levou para casa o prêmio de cantora-revelação. À época, Menescal atuava como diretor artístico da Polygram (depois, Universal Music). E foi graças a ele que, no ano seguinte, Leila lançava seu primeiro disco por uma gravadora, “Olho Nu” – em 1981, ela já havia lançado um, independente.

Na verdade, bem antes do festival, Leila já se dedicava à música com afinco: basta dizer que ela começou a estudar piano aos dez anos de idade. Hoje com 62 anos, a paraense já contabiliza 42 anos de carreira profissional. Desde o encontro com Menescal, os dois não se soltaram mais. Em 1989, por exemplo, ele produziu o disco “Bênção Bossa Nova”, pensado em comemoração aos 30 anos da Bossa Nova. Já em 2007, foi a vez do CD e DVD “Agarradinhos”, que trouxe a novidade de Leila letrar duas canções de Menescal.
Este ano, precisamente em março, saiu uma nova versão de “Bye, Bye Brasil”, parceria de Roberto Menescal e Chico Buarque, que foi tema do filme homônimo de Cacá Diegues, de 1980. Com a voz de Leila, a faixa integra o disco “Nós e o Mar”, de Menescal, Diogo Monzo e Ricardo Bacelar. Feita para festejar os 85 de Menescal, o álbum chegou às plataformas em julho.
BH no coração
Perguntada de supetão pela reportagem do Culturadoria, Leila Pinheiro não soube precisar com exatidão a data da última vez que esteve em BH com shows, mas se recorda com especial carinho o que fez em homenagem aos 100 anos de nascimento de Ella Fitzgerald, no palco do Grande Teatro do Sesc Palladium. O espetáculo, realizado em outubro de 2017, contou com uma big band e a presença da Orquestra de Câmara Sesc, além dos cantores Daniel Boaventura e Éllen Oléria. “Foi uma noite linda, em um teatro maravilhoso”.
Outros projetos
Sobre os planos para a turnê de “Bossa Nova 65 anos”, Leila Pinheiro conta que, pela estrutura, não é tão fácil assim, viajar com o espetáculo. Antecipadamente, ela revela, porém, que, em breve, o show deve ser apresentado gratuitamente na Praia do Arpoador, no Rio. Já em janeiro, o espetáculo deve cumprir temporada na mesma cidade. “É o período de férias, então, vários turistas procuram o Rio de Janeiro. Então, acho que um show sobre a Bossa Nova (gênero intrinsecamente ligado à capital fluminense) pode despertar o interesse (dos visitantes)”, comenta.
“Meus Compositores”
No entanto, paralelamente, Leila Pinheiro vem tocando outros projetos. Principalmente, um derivado do intrincado período de pandemia. Antes de mais nada, é preciso lembrar que, na época, a artista foi uma entre os artistas que mantiveram contato com os fãs por meio das lives. No caso dela, foram mais de 100. “Vou confessar que, sem elas, não teria sobrevivido”, diz, nitidamente emocionada. Com o excelente retorno, a intérprete montou um show – “Meus Compositores” – no qual mescla o repertório de quatro ícones da música brasileira: Chico Buarque, Gonzaguinha, Guilherme Arantes e Roberto Carlos.
Leila conta que a escolha foi motivada pela repercussão que as lives que dedicou a estes autores tiveram – ela chegou a fazer duas com o cancioneiro de RC. Neste show em particular, ainda inédito em Belo Horizonte, ela conta com a presença do músico João Felippe (cavaco de 5 cordas e guitarra baiana). Recentemente, a artista paraense lançou, junto ao pianista e compositor Paulo Francisco Paes, o single “Naquela Tarde”. Trata-se de uma música de Felippe com letra de Gustavo Vilela.
Mas tem mais. “Também vou lançar um disco dedicado a um artista, mas, por ora, não posso adiantar detalhes”, diz Leila, toda simpática.
Serviço
Leila Pinheiro e Roberto Menescal no show “Bossa Nova 65 Anos”
Nesta sexta, 15 de setembro, às 21h
Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537)
Valor dos ingressos: a partir de R$ 100,00
Plateia 1: R$ 390 (Inteira) e R$ 195 (meia). Família & Amigos *: R$ 215
Ingressos Plateia 2: R$ 290 (inteira) e R$ 145 (meia). Família & Amigos *: R$ 165
Plateia Superior: R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia). Família & Amigos*: R$ 130
*Essa modalidade de ingresso possui valor promocional. Venda exclusiva e promocional validada mediante a compra de, no mínimo, 2 ingressos. Válido somente para ingresso inteira. Desconto não cumulativo com meia entrada e/ou outras promoções.
Classificação Livre.
Ingressos: Bilheteria do teatro Palácio das Artes e pelo site Eventim.