
"Vison Negro" é o sétimo álbum da cantora e compositora carioca Anna Ratto, e chega agora às plataformas (Elisa Bezerra/Biscoito Fino/Divulgação)
“Este álbum, na verdade, não nasceu intencionalmente. Foi obra do acaso, digamos, muito bem-vinda”, revela a cantora Anna Ratto. Ela se refere a “Vison Negro”, sétimo álbum da também compositora, que chega às plataformas neste sábado, 11 de abril de 2025. O trabalho leva o selo Biscoito Fino. Anna conta que, durante os ensaios da turnê do disco “Contato Imediato”, baseado no repertório de Arnaldo Antunes, outras canções do compositor foram se agregando. “Por conta do tempo de show, além do repertório que já havia sido gravado”. Foi quando o produtor Kassin a provocou, sugerindo que regravasse três destas canções. “Composições que já estavam prontas, arranjadas, funcionando super bem. Eu adorei a ideia e topei!”, prossegue Anna Ratto, em conversa com Charles Gavin, enviada pela assessoria da Biscoito Fino à imprensa.
“Bem, semente forte, depositada em solo fértil, germina”, pontua Gavin. Para ele, “Vison Negro”, o sétimo álbum da carioca, “é o microcosmo onde essa sagitariana inquieta, dona de uma diversificada trajetória discográfica, iniciada em 2006, manifesta sua maturidade artística”. Para o autor do material alusivo ao disco, as escolhas assertivas de Anna Ratto passaram pela montagem de um notável combinado de produtores, músicos, técnicos. E, claro, pela especial seleção de repertório.
A princípio, o plano era registrar quatro canções, apenas. “Era pra ser um EP. Uma espécie de complemento pro “Contato Imediato”. Escrevi pro Arnaldo sugerindo que ele me enviasse algo novo. Seria a cereja do bolo, junto às outras três releituras. Mas ele mandou seis músicas! E depois, mais umas quatro!…”, explica. Assim, o EP transformou-se num álbum de dez faixas.
Repetindo a dose
Outra sugestão de Kassin foi reconvocar Liminha, o ex-mutante que produzira Anna no álbum anterior, “Contato Imediato”, de 2021. Outra decisão foi fazer um disco “cantado e tocado de verdade, com músicos de verdade”. As gravações aconteceram em total sintonia. “Somos três personalidades diferentes que se afinaram num lugar muito especial. Não sei muito explicar a magia… Esse tal de match”, completa Anna, abarcando Liminha e Kassin.

Repertório
A faixa-título, inédita, abre os trabalhos. De acordo com Gavin, a letra enumera o interesse pelo luxo consumista das influencers da vida, de onde emerge uma crítica certeira, ácida e bem humorada. “Este petardo sonoro e as energéticas ‘Melhor não enfeitar’ (A. Antunes/ P. Miklos/ Liminha), ‘Não temo’ (A. Antunes/ Anna Ratto) e ‘Sem você’ (A. Antunes/ C. Brown) formam um sólido bloco de rocks no qual Anna coloca seus pés de vez no gênero”
O disco de Anna Ratto também traz “Bam bam bam” (A.Antunes/ Hyldon/ Ceu), que Gavin diz ser “uma delíci”a. Depois, prossegue até o Caribe com o reggae dub “Dança” (A. Antunes/ M.Monte). Daí aterrissa em Belo Horizonte, com Fernanda Takai, que divide os vocais em “Todo dia e toda hora com você” (A. Antunes/ M .Jeneci/ B. Aguiar/ Fefê/ Junix). Outras faixas são “Um branco, um xis, um zero” (A. Antunes/ M. Monte/ P.Gomes) e “Se tudo pode acontecer” (A. Antunes/ A.Ruiz/ P. Tatit/ J. Bandeira).
Vale citar, ainda, a presença de Michael H. Brauer na mixagem. O engenheiro estadunidense, diga-se, consagrou-se ao trabalhar com estrelas como Aretha Franklin, Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, Leonard Cohen, Roger Daltrey e Coldplay.