Nascida nos Estados Unidos, mas há tempos radicada na Suíça, Tina Turner faleceu nesta quarta-feira, aos 83 anos
Patrícia Cassese | Editora Assistente
A relação turbulenta com Ike Turner. Uma lista de hits emplacados para ninguém botar defeito. Músicas que entraram para trilhas sonoras de filmes emblemáticos. Um visual único, com vestidos que exaltavam sua forma física de uma mulher sarada. Falecida nesta quarta-feira, aos 83 anos, Anna Mae Bullock, ou simplesmente Tina Turner vai, indubitavelmente, deixar saudades.
Obviamente, seu legado musical permanecerá para sempre. Mas a figura, Tina, também se tornou referência, por estar ligada a uma mulher que sobreviveu à violência doméstica, embora não sem sequelas. Tina Turner faleceu na Suíça: em 2013, ela se tornou cidadã deste país.
No curso de sua carreira, venceu 12 Grammy. A carreira solo foi alavancada com o estouro de “Let’s Stay Together”, em 1983. No ano seguinte, “Private Dancer” vendeu mais de 20 milhões de cópias. Tina Turner gravou com astros calibrados ao longo de sua carreira, como Mick Jagger, Rod Stewart, Elton John, David Bowie, Eric Clapton, Bono Vox etc.
Casamentos e filhos
Tina Turner teve dois filhos biológicos, Craig Raymond Turner, do casamento com o saxofonista Raymond Hill, e Ronnie Turner, da relação turbulenta com Ike Turner (1931-2007). O primeiro, porém, suicidou, em 2018. O segundo, faleceu ano passado, de câncer. Seus outros dois filhos – Ike Jr e Michael – eram filhos biológicos de Ike Turner e adotados por ela.
Tina Turner se casou em junho de 2013 com o produtor alemão Erwin Back – ali, os dois já contabilizavam 27 anos de vida conjunta. A vida de Tina Turner foi retratada no longa-metragem “What’s Love Got to Do with It” (1993), de Brian Gibson. Há dois anos, foi lançado, no Festival de Berlim, “Tina”, filme de Daniel Lindsay e T.J. Martin.
Confira, a seguir, algumas curiosidades da carreira de Tina Turner relacionadas com o Brasil levantadas pelo Culturadoria.
Exposição em SP
Coincidentemente, neste momento está em cartaz em São Paulo, precisamente no Museu da Imagem e do Som, a mostra “Tina Turner: Uma viagem para o futuro“. Com visitação até 9 de julho, reúne cerca de 120 fotos da artista apresentadas junto a espaços e conteúdos interativos.
A mostra é organizada em torno de quatro temas principais relacionados à vida da diva: a inigualável carreira musical, o poder feminino (que fez de Tina Turner um referencial de superação), a participação na sétima arte e o estilo único, refletido nos figurinos e nos penteados emblemáticos, envolvendo colaborações com grandes nomes da moda.
Homenagem a Ayrton Senna
Em 1993, a cantora e o piloto brasileiro Ayrton Senna subiram juntos ao palco. Ela, que se apresentava em Adelaide, na Austrália, viu Senna na plateia e, então, dedicou a ele a música “Simple The Best”.
O corredor de Fórmula 1 faleceu no ano seguinte. A letra (em tradução livre) diz: “Você é simplesmente o melhor/Melhor do que todo o resto/Melhor do que qualquer outro”.
Recorde no Maracanã
Em 1988, a cantora conquistou um recorde mundial ao se apresentar, com a Break Every Rule Tour, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para nada menos que 184 mil pessoas. À época, foi o mais numeroso público atingido em um concerto.
Inspiração para Regina Casé
Tina Turner foi inspiração para a atriz Regina Casé compor a personagem Albertina Pimenta, a Tina Pepper, da novela “Cambalacho”, de Silvio de Abreu. Exibida pela Rede Globo, em 1986, teve a direção de Jorge Fernando.
No elenco, Casé interpretava uma moça que sonhava com a fama. Inspirada na cantora estadunidense, a personagem abusava dos dourados e do animal print.