
Tamara Franklin e Samora N’zinga apresentam GINGA no Afrogalpão
Tamara Franklin e Samora N’zinga levam o álbum visual ao Afrogalpão, em celebração ao Dia da África
Helena Duarte
Tamara Franklin e Samora N’zinga levam o álbum visual ao Afrogalpão, em celebração ao Dia da África
Helena Duarte
O álbum visual GINGA, de Tamara Franklin e Samora N’zinga, será apresentado no dia 31 de maio no Afrogalpão (Av. Dom Pedro II, 2725 – Alto Caiçaras), em Belo Horizonte (MG). O show integra a programação do evento AFRODIÁSPORA – Especial Black Queens: Dia da África, que destaca a atuação de mulheres negras em contextos de resistência e memória afro-brasileira.
O evento terá início às 19h com uma roda de conversa sobre a inserção da mulher negra no mercado de trabalho. Estarão na mesa Houéfa Carina, Chanceline Sobako, Verônica Pahimi, Francisca e Camila Costa Marques. Às 20h, o espaço será ocupado por feira de afroempreendedores e apresentações artísticas.
Além do show de GINGA, o line-up conta com os DJs Blackoof, DIA, Henderson, Capone e Viviane Barcellos. Os ingressos do segundo lote estão disponíveis por R$ 35. A programação completa está nas redes sociais dos organizadores.
O projeto GINGA homenageia a trajetória política e espiritual da rainha angolana N’zinga Mbandi. A obra estabelece conexões entre a figura histórica e as formas de resistência protagonizadas por mulheres negras na diáspora.
No palco, Tamara Franklin e Samora N’zinga conduzem um espetáculo que começa no meio do público, com poesia e ambientação sonora, e se desdobra em interpretações ao vivo do repertório do álbum. Com improvisos, freestyle e interação direta, a apresentação busca dissolver a separação entre público e artista.
A escolha do Dia da África para a performance é simbólica. Celebrado em 25 de maio, o dia marca a criação da Organização da Unidade Africana e, no Brasil, é associado ao fortalecimento da memória africana.
Belo Horizonte figura entre as nove capitais brasileiras com maior população afrodescendente, de acordo com o Censo de 2022. Nos últimos anos, a cidade tem recebido novos fluxos migratórios de países africanos como Angola, Guiné-Bissau, Nigéria, Congo e Senegal.
Esses grupos têm atuado em áreas como gastronomia, moda, música, educação e pesquisa. Com isso, fortalecem as trocas culturais e consolidam uma cena local que valoriza as experiências da diáspora africana e afro-brasileira.
Eventos como o Afrodiáspora tornam-se pontos de encontro entre diferentes trajetórias negras. Mais do que entretenimento, oferecem um espaço de reafirmação identitária e construção de pertencimento.
Tamara Franklin é artista de Ribeirão das Neves (MG) com 20 anos de trajetória no RAP. Foi a primeira mulher a lançar um álbum solo do gênero em Minas Gerais. Seus trabalhos transitam entre reggae, samba, música experimental e afrofuturismo.
Criadora do projeto HIP HOPsique, Tamara articula Hip Hop, Psicologia Social e Filosofia Africana em práticas educativas voltadas para juventudes periféricas. Em 2025, ela celebra duas décadas de carreira com novos lançamentos e ações comemorativas.
Samora N’zinga é um dos nomes proeminentes da cena Hip Hop em BH e pioneiro do AFROTRAP no Brasil. Seus álbuns D.A.A.T e Amor e Fim do Mundo abordam questões sociais e espirituais. Em 2023, recebeu reconhecimento da Lei Aldir Blanc como agente da cultura urbana.
Ambos os artistas constroem uma linguagem própria que funde crítica social, pensamento ancestral e expressão estética periférica. O show do álbum GINGA no Afrodiáspora materializa essa fusão como vivência coletiva.
Publicado por Nefertiti Busara
Publicado em 30/05/25