
Conversamos com Roger Deff sobre o novo disco do rapper mineiro
O rapper Roger Deff, que lança o terceiro disco da carreira solo (Flávio Charchar/Divulgação)
O rapper Roger Deff, que lança o terceiro disco da carreira solo (Flávio Charchar/Divulgação)
“Alegoria da Paisagem”, que já pode ser acessado nas plataformas, é o terceiro álbum do mineiro Roger Deff
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Lançado nas plataformas digitais no último dia 19 de outubro, “Alegoria da Paisagem”, novo disco do rapper Roger Deff, ratifica caminhos que o mineiro, na verdade, vem desbravando desde que adentrou o mercado fonográfico, com o Julgamento, mas, principalmente, na caminhada solo. “A ideia de ‘Alegoria da Paisagem’, na verdade, já nasce no meu primeiro disco solo, ‘Etnografia Suburbana’, de 2019. Nele, parto do conceito do cidadão negro periférico cruzando a cidade, de como eu levo a periferia comigo onde quer que vá. E (o disco) também subverte essa noção de ‘centro’. Porque, afinal, o que é ‘centro’? É ‘centro’ sob o ponto de vista de quem?”, argumenta o artista.
Ali, naquele momento do lançamento de “Etnografia Suburbana”, Roger Deff também extrapolava o citado questionamento sobre a noção de “centro” estendendo a discussão ao entendimento, vigente em boa parte de países europeus e dos EUA, de que a África ocuparia o posto de “periferia do mundo”. “Quando, na verdade, é (um continente) central para a cultura do mundo”, pontua. Já “Para Romper Fronteiras”, o segundo disco solo de Deff, marca o estreitamento de vínculos do artista com a cultura hip hop. “Ali, eu estava totalmente focado no contexto do hip hop. Estava fazendo mestrado em artes, na UEMG, e imerso em uma pesquisa sobre hip hop”. E foi nesse período que a ideia de “Alegoria da Paisagem” ganhou mais força.
O conceito, com uma nitidez maior, surgiu, mais especificamente, no bojo de uma discussão ocorrida em sala de aula. “Assim, em dado momento, me veio essa indagação: Afinal, o que seria uma paisagem da cidade? E aí, digo nesse sentido da ‘paisagem cartão postal’, do que visível, mostrado, valorizado. Enfim, do que é legitimado pela grande narrativa da cidade. Obviamente, sabemos que a periferia não é (legitimada nela). Consequentemente, as pessoas desses lugares. Ou seja, os modos de ser e de estar no mundo dessas pessoas não são legitimados por essa grande narrativa”. Sendo assim, as diretrizes de Roger Deff ficavam mais claras. “Levar essa paisagem – que é sonora, que é cultural, que é de pessoas – para um lugar de destaque”.
Ao definir o esqueleto que nortearia o álbum que aterrissa agora nas plataformas, Roger Deff optou por priorizar um recorte específico como inspiração: o bairro no qual cresceu, Jardim Alvorada. “No caso, como metáfora para falar de outras periferias Brasil afora. Porque as realidades são muito parecidas, como dizem os Racionais (MCs), né? Como diz o GOG, na verdade. Periferia é periferia em qualquer lugar”.
Mas se o conceito do disco começou a ser delineado em 2019, Roger Deff só foi retomar o processo dele efetivamente em 2022, “que foi quando eu voltei para as composições”. Assim, todas as letras foram escritas mesmo no ano passado. “Entre 2021 e 2022, eu comecei a me encontrar com os músicos Ricardo Cunha e Edgar Filho, guitarrista e baterista, que são produtores do disco, para fazer as músicas na casa do meu pai, no Jardim Alvorada. Para mim, era muito importante estar naquele espaço, naquele lugar, para reverberar aquele ambiente. Conceitualmente era muito importante para mim. Então, eu fiz isso. A gente se encontrava lá para pensar nas ideias das músicas”.
Estando lá, já com o processo iniciado, uma nova diretriz foi adicionada à inicial. “A gente queria que o álbum soasse o mais brasileiro possível. Claro, enquanto linguagem, por já ser pensado no português falado aqui, no Brasil, o nosso rap já é, por definição, brasileiro. Assim, pode parecer até redundante falar isso. Mas desde o início eu queria muito que o disco tivesse essa pegada forte da música brasileira, que fizesse parte do ambiente sonoro da periferia. No caso, principalmente por meio do samba”, elucida Roger Deff.
O rapper conta que, nas faixas nas quais não há a sonoridade do samba, a forma como as letras foram escritas de certa forma remetem o ouvinte a esse lugar. Já quando, no disco, a sonoridade se envereda pelo funk, Roger Deff pontua se tratar do funk setentista. “Assim, o funk da black music, à la Banda Black Rio”.
Tal qual, Roger Deff também cita, como parte do liquidificador sonoro do disco, a citação a artistas que foram referências para o pai dele, Teodoro. Caso do Jamelão, de Bezerra da Silva, de Altemar Dutra, de Nelson Gonçalves e outros não menos importantes. “Assim, cito porque essa miscelânea sonora que está presente na periferia é um pouco isso. E aí, as faixas são todas ligadas a esse conceito da paisagem. Logo, ‘Alegoria da Paisagem’ fala dessa paisagem que cresce e resplandece, apesar de tudo. E que morre e ninguém percebe. Fala de lugares, de pessoas que desaparecem e ninguém nunca nem ouviu falar, de tão invisibilizados que são. Um pouco isso”.
O título, pois, reverbera essa alegoria de uma paisagem sonora de pessoas, de lugares, de formas de ser e de estar no mundo. “Assim, trazendo esse lugar da legitimação através do discurso do rap, do samba, enfim. Inclusive porque a população negra, na maior parte do nosso tempo histórico aqui (no Brasil), não teve acesso à produção de livros, à escrita. Mas há muito discurso criado através da música. Logo, a música ajudou a narrar a nossa história até aqui”.
Uma música do repertório do álbum marcante para Roger Deff é “No Calor do Dia”, que tem participação da cantora Adriana Araújo. “Essa música, lembro de ter feito todinha lá, no terreiro da casa do meu pai, no Jardim Alvorada. À época, meu pai ainda estava vivo. E eu queria trazer essa coisa do samba para junto do som. Muito em homenagem às sonoridades que sempre marcaram a vida dele. Então, no final das contas compus um samba”.
Com música concluída, Deff começou a pensar em quem poderia interpretá-la no disco. “Em determinado momento, falei: ‘Cara, Adriana Araújo!’ Porque é uma mulher preta periférica, do samba, cuja voz ecoa pela cidade através da música. E também acho importante (ter a presença dela) porque eu não sou do samba. Logo, respeitando esse terreno, respeitando esse lugar, quis trazer uma pessoa que é dele. Quando a Adriana me disse que tinha gostado da música, falei: ‘Se você gostou, então tá tudo certo’. E, assim, o samba está aí”.
Em “Amor Pela Quebrada”, outra das faixas do novo disco, Roger Deff compartilha um pouco do lugar de construção da própria quebrada dele. “Quando mudei para o Jardim Alvorada, tinha três anos e meio. Me lembro de ter completado quatro anos lá. Assim, tenho a memória de ver de ver todo mundo ajudando a construir as casas um do outro, como em um mutirão. Um trabalho coletivo de ocupação, e isso diz também de uma luta política pela terra, por minimamente ter onde morar. E quando a gente vai entender que a população negra, no Brasil, foi alijada disso com uma abolição que não deu terra para ninguém…”.
Deff prossegue: “É um país no qual até hoje não se realizou uma reforma agrária. E aí, a luta por moradia se deu também com as ocupações das favelas. Nas ocupações que hoje têm esse nome exaltando o contexto político, mas isso está aí desde o início da história dos afrodescendentes do Brasil. Do mesmo modo, dos brancos pobres também. Mas é importante ressaltar essa questão, a de que a população negra não teve terras, não teve acesso”.
Ainda em “Amor Pela Quebrada”, Roger Deff também tem a oportunidade de citar pessoas que, de algum modo, tiveram a existência cruzada com a dele, mas que partiram muito cedo. “E de forma violenta. Logo, potenciais que não se realizaram por várias questões estruturais. Então, nesta música, eu as cito. Na verdade, sempre quis falar dessas pessoas, mas, até então, nunca tinha achado o lugar certo. Assim, ‘Amor Pela Quebrada’ foi esse lugar de poder falar deles. Cito a Kátia, uma grande irmã, que partiu cedo. Enoque… A gente dançava junto nos bailes, sabe? O Ed, o Denivaldo. Acho que é isso, dar nome a essas pessoas. ‘Amor Pela Quebrada’ é meu amor por eles, meu amor por essas histórias, por aquele lugar, por essa trajetória”, define.
Outra música do disco que ele ressalta é “Grão Após Grão”. “Essa é uma homenagem a meu pai. Nela, eu canto, interpreto, como se fosse o meu pai. Ele falando na primeira pessoa. E aí eu lembro do que o meu pai fez a vida inteira: construir a nossa casa. Ele passou a vida inteira fazendo isso, entre erros e acertos. Veja, meu pai não era perfeito, era humano. Tinha virtudes, limitações. Mas a história da construção da casa, ele enquanto homem negro lutando para ter o espaço dele e legitimando aquele lugar, é uma história que eu queria muito contar”.
Roger Deff lamenta não ter tido tempo de conversar mais com o pai sobre isso – o genitor do artista faleceu em outubro passado. “Assim, quando escrevi ‘Grão após Grão’, meu pai já tinha partido, infelizmente. Assim, restou lidar com o que eu sabia dele. E tentei trazer algumas coisas de como ele se auto-referenciava. E desse lugar também do homem negro sempre marginalizado. Como ele fala (na faixa): ‘Seis da manhã, tu não corre, esse é o acorde, identidade na mão para não tomar sacode’. Que é essa coisa, né? Sem identidade, a polícia te para e é: ‘O que você está fazendo aqui?'”.
A seguir, Roger Deff cita outro trecho da letra: “Preto brasileiro, mineiro sou eu, herdei do seu Henrique a minha fé em Deus, na luta pelos meus”. E explica: “Seu Henrique é meu avô. Então, aí é como se fosse o meu pai falando com o pai dele, ali. Aliás, no final ele agradeceu aos pais. Fala assim: ‘Ó, Dona Regina, seu Henrique, eu venci. Olha a família que consegui’. Porque, para o meu pai, com todas as dificuldades que ele teve, tudo, ele conseguiu formar uma família. A gente está aqui. Eu acho que o grande legado é a gente estar aqui. (O grande legado) Somos nós. Somos o que de mais significativo, no sentido da continuidade, ele deixou. E eu quis honrar essa memória”.
“Eu falei da Adriana Araújo, lá atrás, mas vou seguir aqui. Ela é rainha do samba. Como disse, uma das das vozes marcantes do samba produzido em Belo Horizonte. De uma cena de samba autoral rica protagonizada principalmente por mulheres. E Adriana, esse grande nome hoje, essa figura super relevante… Então, foi uma honra compartilhar essa faixa com ela. (Fico) Feliz mesmo”, enfatiza Roger Deff.
Já na faixa “Canto Pra Subir”, Deff conta com a participação de Rodrigo Borges. “Ele, que, como se sabe, é filho do Marilton, sobrinho do Lô, e um grande amigo”. Os dois, aliás, já têm uma história profissional escrita. Juntos, compuseram, por exemplo, “Invasão Bárbara”, do segundo disco de Borges. “Eu participei do DVD do Rodrigo, a gente fez um show junto na Virada Cultural uma vez e tal. Enfim, uma figura pela qual eu tenho muito carinho. E um negócio que o Rodrigo tinha me falado, uma vez, do quanto que a gente na verdade constrói um movimento juntos, enquanto artistas, ao construirmos histórias musicais em conjunto. Isso é um negócio no qual eu acredito muito”.
Sendo assim, Deff já queria há tempos ter o amigo e colega em disco. “Assim, quando escrevi “Canto Pra Subir”, pensei justamente na voz dele. Mostrei a ele, que topou na hora. Pensei: ‘Nossa, sensacional’. Fiquei super feliz”.
A outra música que conta com uma participação bem especial é a própria “Alegoria da Paisagem”: no caso, de Michelle Oliveira. “Aliás, ela está presente em várias faixas do disco, mas acho que nesta ela se destaca. A Michelle é uma grande parceira minha. É de casa, está comigo desde o primeiro disco, faz parte da banda. Tenho a honra de tê-la nos vocais de apoio. Além disso, é co-autora, mais Celton Oliveira e eu, de ‘Pra Fortalecer o Saber’, música na qual eu falo da importância de fortalecer a sabedoria, de valorizar o conhecimento. Principalmente em tempos nos quais a ignorância virou discurso, deixou de ser vergonha tê-la”, diz, referindo-se à ignorância no mau sentido.
“Assim, é importante valorizar o conhecimento, se a gente quiser combater a barbárie. E precisamos combater a barbárie”, avalia Roger Deff.
E tem também a música “Não Desistir”, na qual Roger Deff fala dessa caminhada do rap, da música, e de não desistir desse lugar. “Apesar de todas as dificuldades que são grandes, são enormes, e aí eu chamei pra participar dois caras que, na verdade, vejo como meus professores – mesmo que eles não soubessem disso”. Um deles é X, da banda Câmbio Negro, de Brasília. “Que é uma das referências mais importantes do rap brasileiro, sim. Eu falo isso, não é nem um exagero. O Câmbio Negro tem uma importância tal qual Thaíde, GOG, Racionais, dentro do rap brasileiro, sabe? Embora muitas pessoas das novas gerações não saibam quem eles são. Muito porque o X ficou 16 anos sem cantar, mas é de uma importância gigantesca”.
A outra participação é do Radical Tee. “Fundador lendário Retrato Radical, grupo responsável pelo terceiro disco de rap gravado em BH, em 1995, em vinil. De certa forma, ao ouvir esses caras, eu fui aprendendo a fazer rap. Então, tê-los no meu trabalho, hoje, é gratificante. É muito importante para mim poder estar na mesma faixa com eles”. Roger Deff cita, ainda, a presença do percussionista Luciano Cuíca Play, ex-integrante do Black Sonora. “Uma figura importantíssima, o cara que fortalece esse lugar do samba no disco. Além da participação no primeiro disco, ele está na ficha técnica ao longo de outras faixas.
No dia 18 de novembro, Roger Deff se apresenta no Festival Artes e Vertentes, em Tiradentes. Ali, ele já vai fazer o repertório de “Alegoria da Paisagem”. “O Artes e Vertentes é um festival voltado principalmente para música clássica. Então, fico muito grato com o convite para participar dele com esse disco. Eles estão se abrindo cada vez mais para outras linguagens e eu fico muito feliz de poder ir”. Em BH, oficialmente, o show de lançamento de “Alegoria da Paisagem” será em dezembro. “Em breve eu falo a data. Mas é que o disco também vai ter a versão em vinil, e as cópias chegam só no finalzinho de novembro. Então, eu queria fazer o show já com o LP”.
Roger Deff explica o motivo de ser importante ter a versão LP. “Primeiramente, porque meu pai era um cara apaixonado por discos de vinil. Então, acho que não seria completo fazer um disco que inclusive o homenageia de várias formas sem o LP, que era muito presente na nossa casa. Ou seja, ter lançamento de vinil em desenho vai ser muito massa, muito simbólico. Então, são esses os planos por enquanto. Outras conversas estão sendo realizadas para a gente conseguir seguir para outros caminhos, mas é isso, né? Vamos lá no desafio de poder de romper fronteiras, de levar esse disco para outros espaços também”.
Quando começou o atual trabalho, Roger Deff nem imaginava que, ao fim, seria um disco de despedida tanto do pai, Teodoro, quanto da casa na qual cresceu. “De despedida do meu pai do plano físico, mas, enfim, o encerramento de um ciclo. Então, é difícil! Tem também a minha tia Luzia, que faleceu em 2020 – meu pai se foi em 2022. Os dois foram duas figuras importantes para a minha formação e foram embora muito cedo. No entanto, estarão sempre nos meus versos, no que escrevo, nas ideias. No que tento ser como pessoa, como ser humano. Inclusive, na ideia de valorizar uma simplicidade que se perde às vezes”.
Deff reflete que, não raro, vezes, as pessoas querem soar maiores do que são. “Acho importante entender que, mesmo o nosso espaço, aqui, sendo pequeno, tão breve, esse lugar talvez nos faça maiores do que a certa empáfia que está colocada (no mundo) de várias formas. E a homenagem a meu pai, no disco, está em vários lugares. Na capa, por exemplo. Porque aquela casa que está colocada ali, aquela entrada com o número 203, é a entrada da minha casa. A casa que ele construiu. Então, tê-la na capa é um jeito de homenageá-lo. E de fato trazer a quebrada como paisagem”.
“Alegoria da Paisagem” é o terceiro álbum solo de Roger Deff, mas o sexto disco que grava na trajetória pela música. “Porque tem também os do Julgamento, minha banda de origem. São três discos também (“No Foco do CAOS”, de 2008; “Muito Além”, de 2011, e “Boa Noite”, de 2018). E aí, acho que este meu terceiro disco é um trabalho no qual tento trazer o que aprendi nesses anos fazendo rap. Ao mesmo tempo, é um disco no qual me vejo mais livre. No sentido de não estar preso a conceitos. Quis ser o mais livre possível no sentido de trazer referências à vontade, sem me prender a nenhum conceito pré-estabelecido”.
“Obviamente, eu não tenho intenção nenhuma de reinventar a roda. Assim, não tem nada no disco que não tenha sido feito em alguma outra vez. Mas o que tem, o que eu acho que tem, a originalidade das coisas, está na forma como a gente faz. E na legitimidade que a gente dá para aquilo, no senso de qual que é o sentido que isso tem para mim. Então, todas as participações, por exemplo, aconteceram no sentido muito mais orgânico do que de estratégia do ‘artista que pode me dar uma visibilidade maior’. Tem a ver de fato, exclusivamente, com o compromisso, com o resultado artístico e da relação que eu tenho – emocional ou pessoal – com esses artistas”, diz Deff.
Assim, “Alegoria da Paisagem”, prossegue Roger Deff, marca a sequência da caminhada de um artista underground de Belo Horizonte. “Que não é nada fácil. Mas uma coisa que eu sempre costumo dizer: Eu me inspiro nos que vieram antes de mim para não desanimar. Porque a luta nunca foi fácil. Na verdade, sempre foi difícil e, assim, estou feliz por chegar nesse terceiro álbum solo. E sim, tenho projetos novos pela frente. Tem os clipes das músicas ‘Amor pela Quebrada’ e ‘Alegoria da Paisagem’, que vão sair em breve. E é isso. Estamos aí, fazendo nossas conexões para ampliar, para que a mensagem chegue cada vez mais a mais pessoas. Vamos que está tudo bem”, conclui.
Ouça o disco
Publicado por Carol Braga
Publicado em 24/10/23