Além de ter sido diferentona, a cerimônia de premiação do 72º Emmy reconheceu o trabalho de jovens artistas. É o caso de Zendaya, vencedora da categoria de Melhor Atriz em Série Dramática pelo papel em Euphoria, da HBO. Na produção, ela vive Rue, uma jovem viciada em drogas que, assim como os colegas, passa por experiências amorosas, traumas e entendimento da sexualidade.
A surpresa da vitória de Zendaya no Emmy se dá pelo fato de ter competido com estrelas aclamadas de Hollywood, como Olivia Colman, Jennifer Aniston, Jodie Comer e Sandra Oh, por exemplo. Aos 24 anos, ela superou Jodie Comer, que ganhou o mesmo prêmio aos 26 anos, em 2019.
Além disso, é a segunda mulher negra a receber um Emmy na história da categoria Melhor Atriz em Série Dramática. Antes dela, Viola Davis venceu pela interpretação em How To Get Away With Murder. Isso mostra mais uma vez como as grandes premiações ainda são racistas e desprezam trabalhos excelentes de vários artistas e profissionais.
Mesmo tendo 24 anos, o caminho de Zendaya para conquistar o Emmy foi longo. Por isso, confira alguns pontos de destaque dessa trajetória e fique de olho nessa promessa.
Início da carreira
Zendaya começou a carreira como atriz na série Shake It Up (No Ritmo) do Disney Channel quando tinha 14 anos. Exibida entre 2010 e 2013, ela interpreta a modelo e dançarina Rocky Blue. Antes disso, ela já participava de comerciais de televisão e dançava em videoclipes, tendo trabalhado ao lado de grandes nomes da música pop, como Selena Gomez e Katy Perry.
Dá pra ver que pluralidade artística está no sangue, né? Em 2013 também embarcou no mundo da música e lançou o álbum autointitulado com os sucessos Swag it out, Replay e Watch me. Essa última foi um dueto com Bella Thorne, com a qual atuou em Shake it out. A canção alcançou a posição 86 na Billboard Hot 100. Dessa forma, nos anos seguintes conciliou diferentes habilidades artísticas na televisão, na dança, música e cinema.
Marvel
Já reconhecida na moda por montar as próprias coleções, na televisão e na música, a visibilidade no cinema chegou mesmo quando interpretou os filmes da Marvel. O primeiro, em 2017, foi Homem Aranha: de volta ao lar e depois Homem Aranha: longe de casa, em 2019. Em ambos os filmes, atuou como Michelle Jones. Ademais, participou de projetos do Disney Channel para a televisão, fez dublagens e vem aí mais dois grandes trabalhos. Duna, com previsão de estreia para este ano, e Homem Aranha 3, previsto para 2021.
HBO
Nós já compartilhamos as nossas impressões sobre Euphoria. A produção criada por Sam Levinson é baseada em um programa de Israel com o mesmo nome. Zendaya é a protagonista e passa por muitos dilemas ao lado dos colegas da escola. A segunda temporada da série já está confirmada e as gravações ocorrem em 2021. A primeira temporada está disponível no HBO Go. A atriz também fez participações em outras séries de renome, como Black-ish e The OA.
Representatividade, militância e outros empreendimentos
Além da representatividade em todas as produções nas quais participou, Zendaya desde sempre lutou ativamente para isso. Um exemplo é quando ainda era adolescente e o seu contrato estava acabando na Disney. Para renovar, ela exigiu que o canal aumentasse a diversidade na programação. Funcionou e uma das novas produções foi K.C. Undercover, uma sitcom sobre uma família de espiões negros.
Além disso, a atriz batalha contra o racismo desde sempre. Só para exemplificar, em 2015 compareceu ao Oscar usando dreads e foi vítima de piada pela apresentadora Giuliana Rancic. Em resumo, Zendaya é um ícone para pessoas de todas as idades. Desde a Disney até a marca de moda. No fim do ano passado, por exemplo, lançou uma coleção inspirada em mulheres trabalhadoras, principalmente na avó que viveu nos anos 1970. A justificativa era a possibilidade de que todas as mulheres, com seus mais diversos, corpos pudessem usar.
Dessa forma, vencer o Emmy prova a importância dessas lutas e da trajetória artística de Zendaya. Além disso, é mais um impulso para uma carreira promissora que vem por aí.