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Cinema

“Parthenope” convida o público à contemplação e ao mistério

Filme de Paolo Sorrentino mistura mitologia e perda com uma estética arrebatadora.
Pathernope, filme de Paolo Sorrentino. Foto: Paris Filmes/Divulgação

Pathernope, filme de Paolo Sorrentino. Foto: Paris Filmes/Divulgação

Desde o lançamento mundial de “Parthenope” (ocorrido no Festival Internacional de Cinema de Cannes 2024), o diretor Paolo Sorrentino fez questão de, nas entrevista à imprensa, não desenovelar as reais intenções por trás de algumas das mais instigantes cenas do filme, que está em cartaz na capital mineira. Portanto, prepare-se.

Tendo Nápoles como cenário, “Parthenope” é  daqueles filmes que o público certamente vai passar dias decupando, à procura de uma compreensão mais ampla. Certo, também é provável que o longa vá provocar repulsa em espectadores não familiarizados com o universo de Sorrentino, particularmente pelas cenas ligadas à fé cristão, como as que fazem alusão ao milagre de San Gennaro. Mas não só.

Temáticas

São vários, os temas espinhosos que perpassam o longa. Aliás, o subtítulo adotado na exibição do Brasil – “Os Amores de Nápoles” – pode induzir o espectador mais desavisado (sem demérito) até mesmo à ideia de um drama romântico. Parthenope é o nome da personagem central da história, vivida pela belíssima Celeste Dalla Porta.

Na mitologia grega, Parthenope é uma sereia, que teria se estabelecido na região do golfo situado na parte sul do mar Tirreno, onde a famosa cidade – Patrimônio Mundial pela Unesco – emergiu. No filme, Parthenope também nasce na água e seduz a todos, tal qual uma sereia. No entanto, segue sua jornada – permeada por uma perda avassaladora – tentando se encontrar num mundo de vários estímulos e no qual as respostas às perguntas que assolam sua mente custam a chegar.

Feitas todas as considerações, vale ressaltar a inenarrável beleza plástica do filme. Cada cena foi certamente meticulosamente orquestrada, com todos os detalhes de enquadramento pensados, um a um, resultando em frames que arrebatam. Aliás, só pela estética em si, o filme já valeria a pena. Mas há outros pontos que contam a favor, como a presença de Gary Oldman no elenco. 

O filme está em cartaz nos cinemas.

Patrícia Cassese é colaboradora do Culturadoria.

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