Música

O Abelha e Ilusão Sonora lançam o disco “The Clash com Banana” nas plataformas

O Abelha e Ilusão Sonora. Foto Claudão Pilha

Com seis faixas autorais, o álbum de O Abelha e Ilusão Sonora já pode ser acessado nos principais serviços de streaming voltados à música

Por Patrícia Cassese | Editora Assistente

A aterrissagem nas plataformas musicais aconteceu no último dia 13, uma segunda-feira, e foi logo chamando a atenção pelo título singular: “The Clash com Banana”. O nome do primeiro disco lançado pelo artista O Abelha junto à banda Ilusão Sonora ecoa ritmos que, digamos assim, não costumam frequentar as mesmas festas: axé music e o punk rock. “Olha, essa escolha foi feita depois que o barco já tinha começado a navegar”, brinca Abelha, quando perguntado sobre como se deu a escolha sobre o caminho sonoro. “As primeiras músicas – “Maletinha” e “Vermelho Pede Vingança” – foram compostas numa guitarra que eu tinha em casa. A princípio, soavam meio ‘pop rock’, já com essa simplicidade do punk, que é a minha escola musical. Até que eu resolvi fazer um registro delas no  Minotauro Estúdio, do Vinimok, que viria a tornar-se o guitarrista da Ilusão Sonora”, lembra.

Uma pré-pré-produção

De acordo com Abelha, foi uma espécie de “pré-pré-produção”. “Para termos uma ideia de como iria soar”. Ali, ele assumiu a bateria e, como diz, o resultado saiu bem suingado, meio axé music. “Confesso que foi acidental, pois não havia nada muito planejado. E eu e Vinikov já havíamos tomado umas e outras (risos). Mas deixamos assim”.

Quando foram gravar para valer, os dois convidaram Pedro Fontenelle, baterista que, destaca Abelha, tem uma pegada suingada “muito fera”. “Aí o som se consolidou dessa forma e começamos a brincar que era uma mistura de punk e axé – e estamos nessa onda desde então”.

Com seis faixas, “The Clash com Banana” foi gravado no ano passado. Contudo Abarca canções inéditas e outras três que foram lançadas em formato single, incluindo “Chuva”, que conta com videoclipe.

Sobre O Abelha

Mas antes de seguir em frente, é preciso falar mais de O Abelha até para entender a sonoridade do trabalho. Trata-se de um personagem incorporado pelo baterista Mauro Novaes, 34, baterista com mais de duas décadas de inserção na cena de rock independente de Belo Horizonte.

E apesar de frisar que sua escola musical sempre foi o punk, ele acabou, organicamente, vivendo a fase áurea da axe music, nos anos 1990. “Nesta época, era febre em BH. Existiam vários festivais, o Araketu chegou a gravar um CD ao vivo aqui e tudo mais. Viajando com a família, de férias para Cabo Frio, acabei tendo a oportunidade de ver, no Cabo Folia, nomes como Daniela Mercury, Asa de Águia, É o Tchan e muitos mais…. Eu curtia a folia toda”, assume.

No entanto, ele salienta que quem despertou sua atenção para a música foi Mr. Bob Marley. “Antes dos 10 anos, eu tinha vários CDs, fitas VHS e revistas sobre ele. Até levava para a escola, para aplicar os coleguinhas, uma pastinha na qual guardava fotos, recortes de reportagens etc. Foi a primeira obsessão musical (risos). Também tive minha fase Raul Seixas (olha a música baiana aí)”. Ao começar a arranhar os primeiros acordes “e a bater os primeiros tambores como baterista”, Mauro montou uma banda com amigos da escola. “Aí descobri o punk rock, que fez – e ainda faz – a minha cabeça até hoje. Na adolescência, eu não queria escutar outra coisa, porque nada era bom o suficiente como o Ramones, sabe? É a banda perfeita”, decreta.

Mas, enfim, o tempo passou, o interesse apaixonado pela música se manteve e Mauro acabou descobrindo (“e redescobrindo”) muita coisa boa. “E comecei a olhar para a música brasileira em geral com um olhar mais carinhoso”.

 REPERTÓRIO

A maioria das músicas do disco foi escrita por Vinikov, que, a pedido do Culturadoria, falou sobre a inspiração para a faixa “Diva”. “Ela tem uma curiosidade que vai parecer pedante, mas não é. Eu estava indo ao dentista e peguei um livrinho de bolso chamado ‘Broquéis’, do poeta catarinense Cruz e Souza”, diz, dando início à narrativa. Vinikov foi lendo e percebeu que Cruz e Souza usava muitas aliterações, do tipo ‘ó  formas alvas, brancas , formas claras, de luares, de neves, de neblinas’. “E quando eu estava esperando o ônibus pra voltar pra casa, me ocorreu o primeiro verso de ‘Diva’, que é assim: ‘ô minha diva, devagar, devagarinho, vou divagando no divã’. Daí eu fiquei cantarolando isso e criando a melodia pra essa letra”.

Ao chegar em casa, pegou o violão e desenvolveu o resto da letra. “E, a partir disso, concluí que estava cantando para uma mulher, uma musa, alguém muito especial. Só que, na hora, não tinha nenhuma pessoa específica em mente. E foi assim que nasceu a canção, de um jeito muito espontâneo, a partir de um jogo de palavras e aliterações meio inspiradas em Cruz e Souza, que deu em uma canção de amor, música que elogia a musa.”

Já Abelha toma a palavra para contar a  história de “Eu Te Quero Toda Hora”, também de Vinikov. “Essa música faria parte de um disco de rock que ele estava gravando. No caso, eu estava tocando algumas baterias para ele. Mas O Abelha & Banda Ilusão Sonora apareceu atropelando esse projeto (risos). E, aí, algumas músicas que já existiam passaram a ser ‘abelhadas’, como se a gente tivesse colocado um colar de flores e um drink de abacaxi na mão delas, entende? ‘Eu Te Quero Toda Hora’ é isso aí. A letra é meio obsessiva, né? (risos). Mas é festa!”.

O nascimento de O Abelha

Já com a ideia do projeto em mente, Mauro sentiu a necessidade de criar uma persona. “O Abelha pode mergulhar nisso de corpo e alma, o Mauro nem tanto”, ri. E por qual motivo a escolha do animal? “Bem, a abelha sempre foi recorrente em sonhos e viagens mentais… Até que, no período em que as primeiras músicas estavam sendo feitas, eu estava utilizando com frequência algumas técnicas de expansão da consciência em busca de inspiração. E, um dia, como uma luz, virei para minha companheira e disse: ‘Eu sou O Abelha’”.

Com o disco lançado, a meta, agora é tocar ao vivo. “A banda está bem redonda e queremos levar essa energia boa para o Brasil todo. Também já estamos começando a produzir novas músicas, clipes e outros materiais. O ano de 2023 ainda vai ter muita novidade!”, afiança.

Tracklist:

1. Lágrima de Crocodilo
2. Eu Te Quero Toda Hora
3. Diva
4. Preciso de Um Chope
5. Chuva
6. Quero Você Aqui

Ficha técnica
Gravado no Minotauro Estúdio, Belo Horizonte/MG.
Mixagem e masterização: Pedro Fontenelle e Vinikov de Morais
Produzido por O Abelha & Banda Ilusão Sonora
Capa: Estranha Dupla (https://www.instagram.com/estranhadupla)

O Abelha & Banda Ilusão Sonora:
Mauro Novaes: Guitarra e Voz
Vinikov de Morais: Guitarra e backing vocals
Pedro Vasseur: Baixo e backing vocals
Pedro Fontenelle: Bateria e backing vocals
Claudão Pilha: Percussão e backing vocals

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Publicado por Por Patrícia Cassese | Editora Assistente

Publicado em 20/03/23

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