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Literatura

Livros para conhecer Octavia Butler, um dos maiores nomes da ficção científica

Autora é um dos maiores nomes da ficção científica da contemporaneidade e inovou inserindo nesse universo raça, gênero e refletindo sobre sociedade e poder.
octavia butler

Foto: Joshua Trujillo/AP

Aos 12 anos de idade, Octavia Butler escreveu o seu primeiro livro. Foi depois de assistir A garota diabólica de Marte, filme independente de David MacDonald. Na cabeça dela, poderia escrever narrativas muito melhores do que a contada no longa. Entretanto, a história com a literatura começou antes. Ela nasceu em 1947 em Pasadena, na Califórnia. Filha de mãe empregada doméstica e pai engraxate, desde sempre teve contato uma diversidade étnica e cultural, já que vivia em uma comunidade em meio a um dos auges da segregação racial dos EUA.

Ao mesmo tempo, Octavia Butler teve contato direto com o racismo quando acompanhava a mãe até o trabalho. Em alguns momentos chegou a ver a mãe entrando por portas dos fundos e sendo tratada com discriminação. Os livros e revistas que a mãe levava do lixo para casa ajudaram na inserção na literatura. Na escola, sofria bullying e passava muito tempo na biblioteca. Foi aí que começou a ter contato com contos de fadas, revistas de ficção científica e, enfim, narrativas literárias do gênero.

Escrita por descontentamento

Acontece que, ao ler nomes como John Brunner, Zenna Henderson e Theodore Sturgeon, Octavia Butler percebeu também que não havia muitas mulheres protagonistas nos livros, muito menos negros. Então, decidiu mudar a história. Sendo assim, sempre em primeira pessoa, Butler escreveu ficção científica criando novos mundos, falando de raça, gênero e refletindo sobre as hierarquias da sociedade e poder. 

Hoje é considerada uma das maiores escritoras de ficção científica da contemporaneidade. Não teve um reconhecimento estrondoso em vida. Mesmo assim, ganhou notoriedade por ter vencido o Hugo e o Nebula, dois importantes prêmios de ficção científica e fantasia dos Estados Unidos. 

Em 24 de fevereiro completam-se 15 anos desde a morte da escritora. Pensando nisso, selecionamos três livros importantes para conhecer a narrativa e celebrar a memória de Butler. Confira!

Kindred: laços de sangue

Uma das obras mais aclamadas de Octavia Butler tem inspiração nas experiências de ver a mãe sofrendo racismo na infância. Por isso, o livro conta a história de Dana, uma jovem escritora que está de mudança, desmaia do nada e é transportada para os tempos da escravidão no Sul do país. Dessa forma, entre idas e vindas entre o passado e o presente, Dana descobre que na fazenda em que chega no século XIX estão dois dos seus antepassados. Uma é a escrava Alice e o outro é o dono da fazenda, Rufus. Assim, ela precisa garantir a própria sobrevivência a partir de ações do passado. 

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A parábola do semeador

A narrativa se passa em um bairro totalmente cercado por muros com cacos de vidro e arame farpado. Além disso, há ainda um portão e um sino para alerta. O local é marcado pela desigualdade. A água, por exemplo, é um luxo para poucos. A população chegou a esse ponto devido a diversas mudanças climáticas e problemas econômicos. No meio desse caos é apresentada a protagonista Lauren, acometida pela hiperempatia. Ou seja, ela consegue sentir os prazeres e dores das outras pessoas e sensações externas. Quando sente que um perigo se aproxima lidera um grupo de refugiados em busca de um lugar melhor para construir outra vida. 

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Despertar

Primeiro livro da série Xenogênese acompanha Lilith Iyapo, que desperta após 250 anos e descobre que a Terra e toda a espécie humana está sob guarda de uma espécie alienígena com habilidades e tecnologias super desenvolvidas. Ela foi a escolhida para acordar pois vai preparar as outras pessoas para retornarem à Terra, que está habitável de novo. O grande desafio vai ser se adaptar ao planeta completamente diferente, desenvolver habilidades e sobreviver ao novo contexto. 

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Octavia Butler

Foto: Nikolas Coukouma

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