Conheça os bastidores do Clube da Esquina no livro ‘Coração Americano’
Publicação de Andréa Estanislau ganha segunda edição com textos e fotos inéditos
Coração Americano - Foto: Thiago Fonseca / Culturadoria
Publicação de Andréa Estanislau ganha segunda edição com textos e fotos inéditos
Coração Americano - Foto: Thiago Fonseca / Culturadoria
A mudança de Milton Nascimento para Belo Horizonte, o encontro entre ele o cantor e Lô Borges, a criação e bastidores do álbum Clube da Esquina, ganharam, na mão de Andréa Estanislau, um livro repaginado. Lançado em 2008, Coração Americano, chega no inverno de 2020 com novos textos, histórias e fotografias.
“É a segunda edição do livro que foi fruto de um projeto do meu TCC. Sendo assim, o que mudou de lá para cá foi a maturidade, a inserção de novos textos, como o de João Paulo Cunha, e fotos inéditas. Além de deixar clara a importância do Milton Nascimento, que reuniu as pessoas em torno da música. Tem, ainda, a perda de quatro grandes nomes como Fernando Brant, Tavito e outros dois fotógrafos”, conta Andréa.
Você sabe como Milton e Lô se conheceram? Foi no edifício Levy, na Avenida Amazonas, 718, na região central de Belo Horizonte. Lá residia a família dos Borges quando, em 1962, Bituca chegou para morar no prédio. Anos depois desse encontro e das rodas musicais nas esquinas da capital mineira, os autores do Clube da Esquina foram parar em uma praia em Niterói.
Por lá, a dupla passava dias inteiros compondo as músicas do disco acompanhados do amigo Beto Guedes. Em seguida, foram para um estúdio com outros amigos para a gravação. Cada um deu o melhor de si. A música Um girassol da cor de seu cabelo, por exemplo, foi gravada com uma orquestra ao vivo. Segundo relatos expostos por Andréa no livro, Lô ficou com muito medo de errar, mas a gravação foi de primeira.
Essas e outras histórias, como a participação de Beto em quase todas as canções e o solo de Toninho Horta em O trem azul, estão registradas no Coração Americano.
Dessa forma, em 196 páginas, Coração Americano segunda edição traz novos depoimentos. Só para exemplificar, está presente o relato do ex-secretário de cultura de BH Juca Ferreira, do jornalista João Paulo Cunha. Além de fotos de Wilton Montenegro e Ivan Simas. A publicação tem, ainda, textos de Fernando Brant, Márcio Borges, Ronaldo Bastos, Lô Borges, Tavito, Toninho Horta, Chico Amaral, Bernardo Novais da Mata Machado e Rodrigo James.
“O livro reconstitui os bastidores da criação álbum de Milton Nascimento e Lô Borges. Tudo começou quando estava formando em Comunicação Visual, em 2000, e decidi criar um projeto gráfico do livro. Procurei a família do Beto Guedes e segui com os outros contatos. Depois de 10 anos da primeira edição, queria lançar a segunda com atualizações, que foi viabilizada por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH.
Na nova edição foram feitos mil exemplares que não estarão à venda. Eles serão distribuídos nas bibliotecas e centros culturais da capital mineira. Segundo Andréa, é uma forma de democratizar o acesso e levar a história para mais pessoas, uma vez que, os livros sobre o Clube da Esquina estarão disponíveis para empréstimo.
“É uma espécie de volta no tempo para os fãs e descoberta para as novas gerações. O que fiz foi uma contextualização da música no Brasil e da importância do Milton. É um projeto de vida. Dessa maneira, uma missão de levar cultura para as pessoas e mostrar que a educação e música mudam vidas”, ressalta Andréa.
Publicado por Carol Braga
Publicado em 07/08/20