Nos últimos dois anos a cantora mineira Júlia Ribas se afastou dos palcos para se dedicar exclusivamente à filha Rute, que nasceu em 2016. Já estava meio sumida antes, quando foi para o sertão. Perto de completar 40 anos de vida e 25 de carreira, em novembro, a artista decidiu que era hora de voltar à ativa. Dessa maneira, para celebração, preparou um show com canções que influenciaram sua carreira e outros projetos especiais.
O show ‘Júlia Ribas 25 anos Mais – A paz’ está marcado para o dia 10 de novembro na Livraria da Rua. No repertório, estarão músicas de arquivos e pesquisas feitas por ela e ainda de outros compositores que influenciaram a cantora. Sendo assim, dividem o palco com Júlia, artistas, como por exemplo, Marina Machado, Bianca Luar, Eda Costa, Bauxita, Pedro Braga e Nestor Lombida.
“Desde que voltei do Ceará já pensava em comemorar meus 25 anos de carreira. Um show especial com duas horas de duração e dois blocos. Escolhi o nome A paz por ser da canção do Gilberto Gil e João Donato e porque ela vai desde o estado de espírito, até de uma decisão social. É algo que quero para o mundo, para onde viverei com minha filha e as pessoas”, explica Júlia.
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Projetos comemorativos
Além do show, Júlia irá desenvolver um projeto com os barranqueiros do São Francisco, no dia 12 de outubro, em Pirapora, no norte de Minas. A cantora ainda planeja lançar, em 2019, um disco com canções que fez na Alemanha. Por dois anos transitou entre o país e a Áustria. Junto com João Luis Nogueira, parceiro de 15 anos, fez diversos shows do disco solo ‘Brasiliando’, gravado em 2005. Foi no final de 2009 que Júlia retornou para BH com as treze canções que vão compor o disco que pretende lançar.
Por aqui não ficou aqui por muito tempo. Em 2010 foi para o sertão cearense como voluntária de um trabalho filantrópico. No Nordeste Júlia trabalhou com sensibilização de arte e educação. Voltou para BH em 2013 para lançar o álbum ‘Voz, Violão e Essência’. Trabalho de música autoral em conjunto com o avô materno e João Luis Nogueira. Um ano depois voltou para o Ceará. Lá casou-se e foi morar em um quilombo. Por fim, ao ficar grávida da filha que decidiu retornar a capital mineira, onde está até hoje.
Aqui em BH chegou a fazer participações em festivais e shows como convidada, como por exemplo no lançamento do disco de Marcelo Veronez. Depois disso, dedicou-se inteiramente a Rute. Dessa forma, retorna em grande estilo. Além dos projetos de comemoração de carreira e pessoais, planeja o festival ‘Minas canta Marku Ribas’. Em resumo: projeto dedicado ao pai. Compositor, cantor e instrumentista, Marku foi um dos responsáveis pela repercussão da música brasileira no mundo.
Como tudo começou
Talento de Júlia vem de berço. Assim, se tornar artista foi quase um caminho inevitável. “Meu primeiro contato com a música foi na barriga da minha mãe. Minha infância foi influenciada pelo meu pai. Ainda pequena já tinha um grupo de canções autorais com minha irmã Lira Ribas e primas maternas. Já fazíamos apresentações. Aos 16 já estudava teatro e cinema. Mais tarde fiz canto na UFMG e educação artística com habilitação em música na UEMG, aos 22 anos”, conta.
Sendo assim, Júlia toda vida trabalhou com música popular brasileira com peso de jazz e samba jazz. Voltar aos palcos com projetos especiais deixa a cantora feliz.