Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cine Humberto Mauro inaugura nova faixa de programação

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A nova investida do Cine Humberto Mauro tem início nesta terça-feira, 7 de maio, com filmes do espanhol Víctor Erice

Nesta terça-feira, dia 7 de maio, o Cine Humberto Mauro inaugura uma nova faixa de programação, com filmes de um dos maiores diretores da Espanha, Víctor Erice. Assim, ao longo dos meses de maio e junho, o público poderá assistir, sempre às terças-feiras, a partir das 20h, a um título do “Ciclo Víctor Erice”. Primeiramente, a programação exibe “O Espírito da Colmeia”, de 1973. E termina em junho, no dia 11 (uma terça-feira), com o longa “Fechar os Olhos”, de 2023.

Em “O Espírito da Colmeia”, a trama centra-se na Espanha rural, em meio ao pós-Segunda Guerra e ao autoritarismo. Desse modo, na narrativa, uma garota é profundamente impactada pelo filme “Frankenstein”, adentrando o próprio mundo de fantasias. “O Espírito da Colmeia” (1973) foi vencedor do prêmio de Melhor Filme no Festival de San Sebastián. A exibição será comentada, com participação de João Dumans e Breno Henrique, cineastas e pesquisadores da área de cinema.

Cena de "O Sol do Marmelo", um dos filmes que serão exibidos no Cine Humberto Mauro (frame)
Cena de "O Sol do Marmelo", um dos filmes que serão exibidos no Cine Humberto Mauro (frame)

Haverá outra atividade formativa no dia 4 de junho: assim, João Dumans apresentará uma palestra sobre o o trabalho do espanhol. Do mesmo modo, uma entrevista exclusiva com o cineasta espanhol Jaime Chávarri, será publicada na plataforma CineHumbertoMauroMAIS. Ela foi mediada por Victor Guimarães, crítico, programador e professor de cinema.

Parceria

A mostra é uma parceria do Cine Humberto Mauro /Fundação Clóvis Salgado com o Instituto Cervantes de Belo Horizonte. A proposta é apresentar o trabalho de Erice de forma ampla. Assim, desde os trabalhos para a Escola de Cinema e curtas até os longas mais conhecidos. Mesmo com uma pequena filmografia, Erice é reconhecido mundialmente. Seu mais recente longa, lançado 30 anos depois do anterior, foi um marco, com estreia mundial na seção Cannes Première do 76º Festival de Cannes.

Trajetória

Aos 83 anos, o diretor já recebeu homenagens em Locarno e foi membro do júri de Cannes, além de ganhar os prêmios do Júri e da Crítica no Festival. Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e programador da mostra, pontua que o trabalho de Erice segue uma interessante tradição do cinema espanhol. Ele se refere ao uso elaborado de simbolismos, que tem, como maiores exemplos, mestres como Luis Buñuel e Carlos Saura.

Rodrigo Azevedo, da equipe de curadoria do Cine Humberto Mauro, lembra que a estética de Erice ecoa uma meticulosidade e um rigor visual que evocam as artes plásticas. “Assim, cada frame é como uma pintura. Ou seja, pensado desde a interação sutil de luz e sombra até a escolha cuidadosa de cores e texturas. Uma composição que não apenas enriquece a experiência visual, mas também ressoa com as camadas de significado subjacentes em cada sequência”, analisa. Para ele, tais características se constituem um convite para o espectador “mergulhar em um universo onde a poesia das imagens pode conter e contar muitas histórias”.

Os títulos

No dia 14 de maio, é a vez de “Os Desafios” (1969), que aborda como situações que parecem normais da vida podem acabar em surtos de violência. Na terça seguinte, o Cine Humberto Mauro projeta “O Sul” (1983). A obra fala de uma família na Espanha dos anos 1950, sob o olhar de Estrella, menina obcecada pelos segredos do sul do país.

Na última sessão de maio, o público pode conferir o documentário “O Sol de Marmelo” (1992). O filme venceu os prêmios do Júri e da Crítica em Cannes. Tal qual, figura na lista dos 50 maiores documentários de todos os tempos pela revista britânica “Sight & Sound”. A obra acompanha o processo de composição de um quadro do pintor Antonio López.

E mais

O média “Os Dias Perdidos” (1963), feito por Erice na Escola Oficial de Cinematografia da Espanha, como projeto de licenciatura, é a atração do Humberto Mauro em 4 de junho. Esta é uma das primeiras obras dirigidas pelo cineasta.

A mostra na Humberto Mauro finaliza com o mais recente longa-metragem realizado pelo diretor, “Fechar os Olhos” (2023). A produção percorre a história de Júlio Arenas, famoso ator que desaparece durante as gravações de um filme. Lançado 30 anos após o longa anterior, o filme conquistou a crítica mundial. Desse modo, constantemente é comparado com a própria vida do criador.

Serviço

Ciclo Víctor Erice

Quando. De 7/5 (terça-feira) a 11/6 (terça-feira), sempre às terças-feiras, às 20h
Onde. Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro)

Quanto. Entrada franca
Classificações indicativas: Variáveis
O interessado deve retirar o ingresso a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema
Informações para o público: (31) 3236-7400

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