Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

“Um Giro pelo Mundo” traz 50 filmes infantis de oito países

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Mostra “Um Giro Pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil” propõe conectar pessoas por meio da narrativa que se desenvolve nas telas

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Cineasta e realizadora, Carina Bini conta que realizar a curadoria da mostra “Um Giro Pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil”, foi, sem dúvida alguma, um grande desafio. “Mas, ao mesmo tempo, foi prazeroso, porque a gente consegue fazer um passeio cultural por diversos continentes através do cinema”, explica ela, sobre a iniciativa que tem início nesta quinta-feira, dia 4 de janeiro, no CCBB BH. Assim, até o dia 4 de fevereiro, serão exibidos 50 filmes de oito países – incluindo, claro, o Brasil. Isso, entre curtas, médias e longas-metragens. São produções em animação, documentários e ficção. A programação acontecerá sempre de quinta a domingo, das 14h às 17h30. O acesso é gratuito, mediante retirada antecipada de ingresso.

Cena de "Napo", filme que está na mostra "Um Giro Pelo Mundo" (Miralume/Divulgação)
Cena de "Napo", filme que está na mostra "Um Giro Pelo Mundo" (Miralume/Divulgação)
"Calamity", uma produção francesa que fala sobre empoderamento feminino por meio de um western (Frame)
“Calamity”, uma produção francesa que fala sobre empoderamento feminino por meio de um western (Frame)

Além de produções brasileiras, serão exibidos filmes da Suíça, Espanha, França, Alemanha, Austrália, Itália e da Argentina. O tema desta edição de “Um Giro Pelo Mundo é a “tolerância”. Assim, ela está presente nas histórias de todas as produções exibidas na mostra. Da mesma forma, nas atividades artísticas e culturais oferecidas. A saber: oficinas, espetáculos, contação de histórias e atrações voltadas para a sustentabilidade. Ao longo da mostra, haverá cinco sessões acessíveis, com interpretação em Libras (direto na tela) ou Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE).

Diversidade

Ao Culturadoria, Carina explicou que o critério principal que norteou a curadoria foi a diversidade. “E esse universo da diversidade é imenso. Para aqueles que conseguirem acompanhar a mostra, acho que isso está muito presente”, diz ela. Carina acrescenta que é raro conseguir construir uma mostra que abrace produções de vários países. “Acredito muito que o cinema carrega a cultura de um povo. E essa cultura está representada ali, na tela, nas formas de contar uma história. Então, ‘Um Giro Pelo Mundo’ é muito isso, essa diversidade, esse passeio cultural”. Abaixo, frame de “Vanille”, produção francesa.

Assim, Carina Bini complementa com a informação que a curadoria se atentou a expandir o quesito diversidade para o que tange a formatos. “Então, falando de formatos e de linguagem, o universo do cinema infantil é imenso. Ele tem animação, ele tem a ficção, ele tem o documentário. Tem curta, média, longa, curtíssima. Assim, acho que todos esses formatos estão representados na mostra com esses olhares dessas diferentes culturas”.

“Napo”

Incentivada a destacar pontos da programação de ‘Um Giro Pelo Mundo”, Carina direciona a a atenção para a presença das produções brasileiras. “A mostra tem vários filmes brasileiros presentes. Alguns são séries, assim, a gente trouxe alguns episódios. E é muito rico trazer o cinema brasileiro infantil.
Eu fiquei muito feliz de ver a potência da produção brasileira descentralizada. Ou seja, não só do eixo Rio-São Paulo. Desse modo, a gente tem filmes de produtores do sul do país, por exemplo. Tal qual, do centro-oeste. Então, acho que mostrar que o cinema brasileiro também tem a sua diversidade. Assim, esse cinema brasileiro diverso também está representado na mostra”.

Entre o cardápio, o curta paraense “Napo”, de Gustavo Ribeiro, certamente vai ter uma sessão concorrida. “É muitíssimo premiado em vários festivais internacionais. Um filme belíssimo, que fala de uma criancinha que acolhe um avô com Alzheimer”. Carina também cita “Fábulas Tortas”, da escritora e jornalista Dilea Frate, baseado no livro homônimo. “É muito divertido. Os personagens são engraçados, meio desconstruídos e tortos. É muito o universo infantil”, diz a curadora de “Um Giro Pelo Mundo”.

Presença feminina

Outro fator a ser considerado, aponta Carina Bini, são as produções com protagonistas mulheres. Caso de “Valentina”, de Chelo Loureiro. Nele, a protagonista é uma garotinha com síndrome de Down (foto abaixo).

“Acho que essas meninas estão bem presentes na mostra. Assim, esse empoderamento feminino, esse lugar do feminino, já enquanto criança, nas protagonistas”. Um exemplo é “Tarsilinha”, de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo”, baseado na história da linda Tarsila do Amaral”.

PakaPaka

No caso dos internacionais, a curadora se aventura a destacar “Vanille”, de Guillaume Lorin. “Um filme francês, lindo”. Na animação, uma pequena parisiense chega a Guadalupe para passar as férias com a parte materna de sua família.

Um destaque para o qual Carina chama atenção é a parceria da mostra “Um Giro Pelo Mundo” com o canal de TV argentino Pakapaka. “É o canal das crianças argentinas. Só faz produto infantil, uma TV pública. E eles nos cederam vários conteúdos. Então, é um formato mais TV. Assim, está muito bonitinha também, essa programação, com vários filmes curtinhos”.

Acima, frame de “Tito e os Pássaros”, filme de 2018 de André Catoto, Gabriel Bitar e Gustavo Steinberg

Atividades culturais e oficinas

Além da exibição dos filmes, a mostra Um Giro pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil trará uma série de atividades artísticas e culturais, como oficinas, contação de histórias, espetáculos e atrações voltadas para a sustentabilidade. A programação paralela à exibição dos filmes acontecerá aos sábados e domingos, sempre às 16h, também no Teatro II do CCBB BH.

No dia 6 de janeiro, sábado, a artista Madu narra “Ananse”, sobre uma aranha/gente, que se mete em enrascadas, mas usa a astúcia ou a artimanha para se safar. As histórias de Ananse, transmitidas oralmente e muito populares em Gana, África Ocidental, falam de costumes, tradições, ética e respeito. A oficina “Construção de Abayomis” será atração no domingo, dia 7. As crianças serão convidadas pela artista Fabiana Brasil para a construção de objetos, como bonecas Abayomis, desenhos e brinquedos feitos com materiais descartáveis. Em seguida, acontecerá uma contação de história coletiva com todos os objetos construídos pelas crianças.

E mais

O Teatro II do CCBB BH será tomado pelas brincadeiras e jogos lúdicos musicais do projeto “Vamos Brincar Cantando?”, da Companhia Dois em Um, no dia 13, sábado. Uma vivência brincante musical para crianças, realizada a partir da dramaturgia do texto teatral “A Língua do Fogo”, de Malu Grossi Maia. Tal qual, de atividades que envolvem experiências sonoras acompanhadas de instrumentos musicais, rítmica corporal, jogos teatrais e contação de histórias. A contadora de histórias Madu retorna à programação no dia 14, domingo, com a história “De Boca a Ouvido”, que fala da tradição oral afro-brasileira do encantamento pela escuta.

O grupo Makambas Brincantes convida as crianças no dia 20, sábado, a se divertirem com palhaçaria, cantoria, brincadeiras e contação de histórias, Isso em meio à apresentação do projeto “Menineça Sabi: O Sabor da Infância”. No dia 21, domingo, as músicas e histórias musicadas de Ralphen Rocca serão as atrações. Além de canções já consagradas como “O Vira”, “O Gato” e ” O Leãozinho”, o repertório traz também canções autorais do Ralphen.

“Agenor”

No dia 27, sábado, Fabiana Brasil conta a história “Agenor”, que começa com um enigma e tem aventura garantida. A artista Só Papo é atração do dia 28, domingo. No livro “Aqui&Aqui”, um garotinho se vê diante de um mistério: toda noite, adormece na sua caminha, mas, ao despertar, está em um quarto na casa vizinha. Ele decide, então, iniciar uma investigação, questionando se há um portal mágico entre as casas ou se alienígenas o transportam durante a madrugada.

E, no último final de semana, a Companhia Dois em Um retorna com o projeto de brincadeiras e jogos lúdicos musicais “Vamos Brincar Cantando?”, no dia 3 de fevereiro, sábado. O grupo Makamba Brincante encerra a programação no dia 4, domingo. Rouba bandeira, reloginho, cantigas de roda, cabra cega, pega chinelo, ciranda, raposa e galinha, briga de galo, pula corda, amarelinha e gincana são apenas algumas das brincadeiras.

Serviço

2ª “Um Giro pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil”

De 4 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024, de quinta a domingo.
Sessões: às 14h e às 17h30
Atividades artísticas e culturais: 16h – aos sábados e domingos
Local: Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH
Gratuito: acesso mediante retirada antecipada de ingresso no site ccbb.com.br/bh
Classificação: livre

Sessões acessíveis, com interpretação em Libras (direto na tela) ou Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE)

Dia 4 de janeiro

Exibição de curtas animados com interpretação em Libras e exibição do filme “Tarsilinha” com sessão acessível em LSE.

Dia 20 de janeiro

Exibição de curtas animados com interpretação em Libras.

Dia 27 de janeiro e dia 2 de fevereiro

Exibição do filme “Tiago e Ísis e os Segredos do Brasil” com sessão acessível em LSE.

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