Amnesia - Crédito Romulo Fialdini
O cotidiano do brasileiro comum ganha protagonismo na exposição “Flávio Cerqueira – Um Escultor de Significados”, que estreia no CCBB BH em 12 de março. Com curadoria da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, a mostra reúne cerca de 40 esculturas em bronze que exaltam cenas do dia a dia, abordando questões de classe, identidade e raça. A visitação é gratuita até 2 de junho.
Cerqueira utiliza o bronze, material historicamente reservado às elites, para representar personagens anônimos, como um garoto distraído ou uma menina sonhadora. Suas obras, exibidas nas galerias e áreas externas do CCBB BH, exploram a relação entre arte e espectador, convidando o público a atribuir significados às esculturas. “Ele não cria retratos, mas personagens fictícios inspirados nas ruas, no transporte público”, explica Schwarcz.
A exposição de Flávio Cerqueira se organiza em cinco núcleos temáticos. “Labirinto da memória” traz peças autobiográficas, enquanto “Um caminho sem volta” aborda a relação do artista com a educação, refletida em esculturas como Foi assim que me ensinaram (2011). O núcleo “Histórias – as minhas histórias, as nossas…” apresenta obras que dialogam com memórias coletivas, e “O jardim das utopias” experimenta novas escalas e materiais. Por fim, “O processo é lento” revela bastidores da criação artística.
Apesar de tocar em temas sociais e raciais, Cerqueira rejeita o viés panfletário. “São narrativas que dialogam com a esperança”, afirma. A mostra integra o Circuito Liberdade, destacando o CCBB BH como um dos principais espaços culturais de Belo Horizonte. Os ingressos podem ser retirados no site ccbb.com.br/bh ou na bilheteria física.
