Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

5 playlists para você ouvir no Dia Internacional do Jazz

Data comemorativa foi criada pela Unesco apenas em 2012 mas o jazz marca a história da música desde o final do século XIX

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Foi o pianista americano Herbie Hancock quem anunciou ao mundo que 30 de abril seria o Dia Internacional do Jazz. Apesar da força histórica desse gênero musical, curiosamente a data foi criada apenas em 2012 pela Unesco. O objetivo é reforçar a importância do Jazz, não só para a música como também para a sociedade. O estilo está diretamente ligado à luta pela liberdade nos Estados Unidos. Mas não apenas isso, claro!

Esse espírito combativo aparece no recém-lançado filme Estados Unidos vs Billie Holiday. O controverso longa indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz para Andra Day, conta fragmentos da vida da cantora americana, mas a partir de um episódio específico: a canção Strange Fruit. É uma música de protesto, que denuncia o racismo americano no início do século XX. Estados Unidos vs Billie Holiday está disponível na Amazon Prime Video.

O jazz nasceu em Nova Orleans, no final do século XIX. Entre os grandes nomes deste gênero, além de Billie Holiday, estão Miles Davis, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Nina Simone, John Coltrane, Louis Armstrong, Edward Ellington, Dizzy Gillespie e muitos outros. Bom, estes já são clássicos. Será que o Jazz tem espaço para renovação? 

Billie Holiday. Foto: Alx/Divulgação
Billie Holiday. Foto: Alx/Divulgação

Para Marcelo Costa, trompetista da Happy Feet Jazz Band, a ampla possibilidade de improviso do Jazz faz com que os músicos sejam também autores. “Isso ajuda na evolução da música, mas tudo tem um limite”, ressalta. Ou seja, depois de tanta mudança, chega uma hora que a sonoridade fica bem distante daquela do jazz original, criada principalmente entre os anos 1910 e 1960.

“Quando você trabalha o improviso, tem que ter uma estrutura aberta. Isso faz com que consiga trocar. É quase como se tivesse uma porosidade na música”, comenta Bruno Golgher, idealizador do Savassi Festival, dedicado ao jazz e à música instrumental brasileira. O evento é realizado desde o início dos anos 2000 e ao longo do tempo acompanha todas as transformações do gênero. 

É justamente essa abertura, de acordo com Bruno, que faz com que permaneça contemporâneo. “É o tempo inteiro olhando o que você recebe para ver o que você devolve. Por isso, consegue conversar com vários estilos musicais diferentes de uma maneira a mais intensa do que outros”, completa.

“Ao longo do tempo a gente viu o jazz evoluindo por si só e incorporando outros estilos. Teve a fusão com a Bossa Nova, com o rock e com um funk. Isso abre bastante os caminhos para a música”, comenta Marcelo Costa. 

Brasil

Bruno e Marcelo se tornaram referência quando o assunto é jazz em Belo Horizonte não só porque se dedicam à produção de eventos relacionados ao gênero, mas principalmente porque são também pesquisadores apaixonados. Ambos ressaltam que o estilo demorou um pouco para conquistar o Brasil.  

Segundo Marcelo, na Argentina e no Uruguai o jazz foi forte desde o início, mesmo tendo o tango e a milonga fortes por lá. No Brasil, o interesse pelo chorinho e o samba-canção fizeram com que a “descoberta” do jazz se desse a partir dos anos 1960. 

Como se trata de algo que nasceu nos Estados Unidos, Bruno prefere chamar a produção do nosso país de “música instrumental improvisada”. “Nossa rítmica é muito diferente, muito diversa. Essa é a nossa colaboração que torna a nossa música particular”, ressalta Golgher. 

Então, neste Dia Internacional do Jazz queremos prestar um tributo e assim, seguem algumas sugestões de playlist no Spotify para você dar o play hoje! 

Jazz Classic

É a pedida mais simples e cheia de hits do estilo. Entre as 100 músicas escolhidas, tem Corcovado do antológico álbum Getz/Gilberto. E mais: Blue Moon com Billie Holiday e Cheek to Cheek com Ella Fitzgerald e Louis Armstrong.

Jazz Brasileiro

A seleção especial do jazz nacional tem músicas para sete horas de contemplação. É um bom caminho para conhecer a renovação da cena instrumental do Brasil. Claro que também tem Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Moacir Santos e outros grandes.

Jazz & Bossa Nova

Eis uma combinação que deu mais do que certo. Essa playlist foi feita por fredericoantilonl e tem 518 músicas. Dá para imaginar a variedade, né!

Jazz /Blues

A playlist criada do Bowerbird & Friends Antiques junta clássicos dos dois estilos, além das canções claramente influenciadas pelo Jazz. Amy Winehouse, Billie Holiday, Madeleine Peyroux, Frank Sinatra, Nina Simone e muitos outros. 

Jazz-Funk

O encontro do jazz com o funk também resulta em músicas cheias de estilo e swing. Essa playlist é ótima para conhecer também gravações mais contemporâneas.

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