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Dança

Conheça Thiago Granato: artista da dança que realiza residência artística em BH

Mundialmente conhecido, artista realizou residência com 16 mineiros. Resultado é apresentado neste fim de semana

Foto: Haroldo Saboia / Divulgação.

O garoto de Santos, no interior paulista, que começou fazer teatro aos oito anos, jamais imaginou chegar aonde está. Hoje, aos 40, é um dos maiores artistas da dança. Com projeção internacional, Thiago Granato já percorreu América do Sul, Europa, Oriente Médio e Ásia. Agora, chega a Belo Horizonte para residência artística dentro da programação do Verão Arte Contemporânea e Festival de Verão da UFMG. O resultado será apresentado nesta sexta, dia 31, e próxima segunda, 3 de fevereiro.

“Comecei teatro aos oito anos. Em uma aula de expressão, uma professora disse que minha arte era a dança. Sendo assim, aos 13 ingressei na modalidade. Aos 18, já era dançarino profissional. Me dediquei a estudar todos os tipos de dança”, relembra Granato. De Santos foi para São Paulo. Depois Rio de Janeiro. Logo ganhou o Brasil, ao desenvolver trabalhos com coreógrafos, como, por exemplo, Lia Rodrigues, Leo Nabuco, João Saldanha, Laura Samy.

Também foi professor no Estúdio Nova Dança. Em seguida, em 2008, foi para a França trabalhar com coreógrafos europeus. Em 2010, foi para Berlin. Durante os anos de 2013 e 2014 atuou como bolsista da Akademie Schloss Solitude (Alemanha) onde desenvolveu seu atual projeto Coreoversações. O trabalho, que transformou a carreira do artista, consiste na produção de uma série de três solos construídos a partir de conversa imaginárias entre diferentes coreógrafos que usam o corpo de Thiago como meio de comunicação.

Pesquisa e Performance

Na trilogia visito os artistas e o modo que eles trabalhavam. A ideia surgiu depois que li uma literatura de entrevistas feitas entre artistas. Os solos são uma conversa entre dois coreógrafos por meio do meu corpo.  A primeira parte é de coreógrafos que morreram, a segunda de vivos e, por fim, a terceira dos que não nasceram”, explica Granato.

Em resumo, um processo de pesquisa, escolha, criação, produção e educação. O projeto foi finalizado em 2018. “Desenvolvi metodologias e contexto pedagógico”, conta. Sendo assim, o projeto fez com que Granato recebesse convite para rodar o mundo com projeto de residências. Mesmo não confortável no lugar de coreógrafo, reconhece a função. Contudo, se denomina artista da dança.

Lava é resultado de residência de Thiago Granato em BH  – Foto: Haroldo Saboia / Divulgação

Residência em BH

Depois de vir à capital mineira para uma residência artística, em 2015, retorna neste ano para integrar a programação Verão Arte Contemporânea e Festival de Verão da UFMG. Durante oito encontros trabalhou com 16 artistas mineiros fragmentos do solo Trança, da trilogia Coreoversações. Em suma, a ideia foi trabalhar as mãos. O resultado da residência deu origem ao exercício Lava.

“A lava é um efeito de erupção. Tem a relação, também, das mãos que lavam. Uma ideia relacionada ao momento político que o Brasil passa, de erupção, efervescência etc”, comenta Granato. Vinte e seis pessoas se inscreveram para a residência. Os 16 foram selecionados pelo currículo e pela resposta à pergunta: O que move suas mãos na direção do outro?

“Foi um trabalho incrível, com pessoas de cultura em dança diferentes e pessoas do teatro. Dessa forma, senti uma adesão total das práticas. O espaço do CRJ foi inspirador. As pessoas podem esperar um exercício de dança interessante e depois podem ficar para um bate-papo”, ressalta. As apresentações, gratuitas, serão realizadas nos dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro, sexta às 19h e segunda às 20h, no CRJ – Centro de Referência da Juventude.

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