A partir do dia 15 de dezembro, a exposição “Clara Nunes – Eu Sou a Tal Mineira” entra em cartaz no Museu de Moda de BH, o Mumo
A partir deste sábado, dia 15 de dezembro, o público mineiro terá a oportunidade de conferir de perto peças da indumentária da guerreira Clara Nunes (1942 – 1983). Pensada como uma exposição de longa duração, “Clara Nunes – Eu Sou a Tal Mineira”, que passa a ocupar o Museu de Moda de BH, percorre a carreira da cantora (nascida em Caetanópolis) do início à consagração. São 50 figurinos e adereços originais que serão exibidos pela primeira vez em conjunto. A iniciativa ocupa dois andares do Museu da Moda e inclui documentos, objetos, recortes de jornais e fotografias. Desse modo, esmiúça a relação de Clara com a cultura brasileira e a religiosidade de matriz africana.
Parcerias
A exposição é uma iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Municipal de Cultura e Museu da Moda de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Clara Nunes. Para Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura, a mostra destaca a importância da preservação de objetos históricos. “Neste caso, dando ênfase à intersecção entre as diversas manifestações artísticas que fizeram parte da trajetória de Clara Nunes”.
Tal qual, Luciana Féres, Presidente da Fundação Municipal de Cultura, entende que a mostra traz, na simplicidade e autenticidade da personalidade de Clara Nunes, um grande movimento de valorização da nossa história cultural. “Através das letras de suas músicas, roupas, adereços e documentação fotográfica, o visitante terá acesso à uma experiência imersiva na trajetória única de Clara Nunes através do prisma da moda”, destaca. Para o Instituto Clara Nunes, a parceria contribui para a visibilidade do acervo e para a divulgação das pesquisas realizadas desde 2005 por um grupo dedicado à organização, catalogação, preservação e difusão da obra da guerreira.
Tecelã da música brasileira
Clara Nunes, vale lembrar, foi a primeira mulher a vender mais de 400 mil cópias – no caso, com o LP “Alvorecer”, que lhe rendeu um Disco de Ouro. Foi batizada Clara Francisca, sendo a caçula do folião de reis e serrador Manoel Pereira de Araújo e de Amélia Gonçalves Nunes. O pai trabalhou na fábrica de tecidos Cedro Cachoeira. Desse modo, Clara e os irmãos também atuaram lá – ela, no ofício de tecelã. Posteriormente, já em BH, na Companhia Renascença, no bairro Cachoeirinha.
Os figurinos, criados por estilistas como Arlindo Rodrigues, Geraldo Sobreira e Reinaldo Cabral, marcaram a trajetória de Clara. No mostra, eles ocupam os dois andares do Museu. Elementos como renda de algodão, bordados, sisal, cordas, búzios e conchas compõem o cenário visual da mostra.
Salve o samba, salve a santa, salve ela
A exposição destaca a relação especial de Clara Nunes com o Carnaval, especialmente com a Portela. Esses laços remontam à relação com o compositor mineiro Jadir Ambrósio e a velha guarda do samba de Belo Horizonte. Em 1964, a cantora foi coroada como rainha do Carnaval na capital mineira. Do mesmo modo, no Rio, estabeleceu vínculos com a cena carioca, atuando como intérprete na passarela. Clara Nunes também fez gravações em homenagem a escolas como Salgueiro, Mangueira, Império da Tijuca, Mocidade Independente de Padre Miguel e Império Serrano.
Importante: em 2024, está prevista a realização de uma série de ações dentro da programação cultural e educativa da exposição do Museu da Moda.
Serviço
Exposição “Clara Nunes, Eu Sou a Tal Mineira“
Local: Museu da Moda (Rua da Bahia, 1.149, Centro)
Período expositivo: 15/12/23 até 15/12/25
Horário de visitação: quarta-feira a sábado, das 10h às 18h
Entrada gratuita sem inscrições prévias.
