Há quem ache que animações são coisa de criança, então separamos 10 obras que provam que esse não é o caso.
Por Caio Brandão | Repórter
Quando pensamos em animações, o que vem à mente? É bem provável que, em um primeiro momento, estúdios como Disney, Pixar e Dreamworks se manifestem, tendo em vista a infinidade de blockbusters que produziram. Contudo, esse raciocínio reforça o estigma de que animações são algo destinado ao público infantil, ou, no máximo, familiar. Felizmente, porém, tempos mais recentes possibilitaram um boom de obras que desafiam essa noção, erguendo animações voltadas para adultos. Sendo assim, separamos 10 animações para um público mais maduro, confira!
Midnight Gospel – Netflix
Embora a identidade visual de Midnight Gospel não rompa tanto assim com o que é apresentado em animações infantis, o conteúdo da obra configura um material bem mais contemplativo. Assim, a animação ergue um passeio pela mente humana, quando um alien que possui um podcast usa um simulador de mundos para conversar com vários personagens sobre temas como mortalidade, espiritualidade, relações e outras questões existenciais, construindo momentos genuinamente tocantes.
Aggretsuko – Netflix
Assim como Midnight Gospel, Aggretsuko usa uma estética visual bastante infantilizada, mas isso é feito justamente para intensificar a subversão que se torna o fundamento da obra. Nesse sentido, a animação propõe uma discussão sobre o ambiente corporativo, as relações tortas que se dão dentro dele e, principalmente, os métodos que as pessoas inseridas nesse contexto usam para ter, ao menos, um pequeno escape desse meio tão alienante. Tudo é feito com uma pitada de humor, é verdade, mas isso não chega nem perto de tirar a validade das questões que Aggretsuko impõe.
Paprika – Netflix, Prime Video e Apple TV
Um dos clássicos do lendário diretor japonês Satoshi Kon, Paprika usa a animação impecável do aclamado estúdio Madhouse como recurso para criar cenários impressionantes e surreais na mesma medida. Não à toa, o filme foi, provavelmente, a principal inspiração para o filme A Origem, de Christopher Nolan, já que é possível ver cenas e premissas semelhantes à animação japonesa no longa do diretor britânico. Assim, a trama gira em torno de Atsuko Chiba, que, sob o codinome Paprika, atua como uma espécie de detetive onírica em um centro de auxílio psiquiátrico.
Persépolis – Prime Video, Youtube
Baseado na HQ homônima e autobiográfica de Marjane Satrapi, Persépolis registra múltiplas situações de um mundo globalizado e conflituoso, tal qual o que vivemos hoje. Ou seja, mesmo que tenha sido escrita no ano 2000, a obra se mantém atual. Além disso, a adaptação de 2007 ergue um estilo de animação singular, gerando uma das melhores adaptações de quadrinhos para cinema já feitas, até porque ela foi dirigida pela própria Marjane, em conjunto com Vincent Paronnaud. Dessa forma, a trama gira em torno de uma garota iraniana que acompanha mudanças radicais no panorama sociopolítico de sua terra natal. Tal processo acaba moldando sua personalidade e visão de mundo.
Love, Death & Robots – Netflix
Imagine Black Mirror, porém feito com o potencial criativo infinito da animação: isso é Love, Death & Robots. Feito no formato de antologia, cada episódio da série possui uma trama e estilo de animação próprio, indo desde a comédia, até o terror. Porém, existe um fio condutor que une todas essas histórias: todas elas apresentam algum tipo de reflexão acerca do comportamento humano, alguns mais sutis, outros mais explícitos. A série é ideal para grandes maratonas, tendo em vista a constante apresentação de novas premissas que, na enorme maioria das vezes, são muito interessantes.
Cowboy Bebop – Netflix e Crunchyroll
Outro clássico da animação japonesa, dessa vez dirigido e produzido por Shinichiro Watanabe. Cowboy Bebop talvez seja a representação quintessencial do visual icônico visto nos animes dos anos 90. Misturando a estética visual de ficções científicas com a vibe dos filmes de caubói, ou, simplesmente, westerns, a obra conquistou milhares de fãs completamente apaixonados. A animação ímpar, personagens vibrantes e bem definidos, e uma trama que varia entre o episódico e o recorrente, Cowboy Bebop entrega uma obra imersiva e envolvente.
Tuca & Bertie – Netflix
Tuca & Bertie é daquelas típicas “séries de conforto”, já que ela é centrada no cotidiano das protagonistas, obviamente chamadas Tuca e Bertie, ambas por volta dos 30 anos de idade. Assim, a trama contempla os desafios e reflexões que chegar nessa idade impõe, gerando aquela sensação de identificabilidade com os eventos que permeiam a história da série. Nesse sentido, existe ali um pouco de humor, tristeza, contemplação, enfim, uma ampla gama de sentimentos que surgem do ato de viver a vida.
Castlevania – Netflix
Baseada na série de jogos homônima e bastante querida, Castlevania foi uma surpresa no mundo das animações em 2017. Usando uma direção de arte diferenciada, a série reimagina a clássica história do Conde Drácula sob um véu de dark fantasy. Além disso, o elenco de dublagem conta com nomes conhecidos de Hollywood, como Richard Armitage, Lance Reddick e Malcolm McDowell. Castlevania não tem aspirações revolucionárias, mas entrega entretenimento de qualidade com uma trama instigante e personagens bem trabalhados. Ah, a obra contém violência gráfica, então veja por sua conta e risco.
Invencível – Prime Video
Ninguém aguenta mais super-heróis, é verdade. Desde que a Marvel se tornou o império midiático que é hoje, a indústria de entretenimento foi inundada de obras redundantes sobre super seres cuja única coisa que os diferem parece ser a cor das roupas que usam. Contudo, em 2021, a série Invencível foi lançada, causando um impacto enorme na cultura pop justamente por romper com a fórmula cansada que a Marvel instaurou. Nesse sentido, a animação subverte a figura de “super-herói bom moço”, adicionando nuances aos personagens super poderosos que constituem o elenco da série. Vale avisar que a violência presente em Invencível é absolutamente brutal e ainda pior do que Castlevania, então, novamente, assista por sua conta e risco.
