Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Cinco músicas para celebrar a amizade

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Com vistas ao Dia do Amigo, festejado por países como o Brasil e a Argentina, selecionamos cinco composições cuja letra falam de amizade

Patrícia Cassese | Editora Assistente

“Amigo”

Esta é um clássico sobre a amizade. Gravada em 1977, a música de Roberto Carlos celebra a amizade entre o artista e seu fiel parceiro, Erasmo Carlos ( 1941 – 2022). A letra diz: “Você meu amigo de fé, meu irmão camarada/Sorriso e abraço festivo da minha chegada/Você que me diz as verdades com frases abertas/Amigo você é o mais certo das horas incertas”.

Chico Buarque gravou "Meu Caro Amigo" no disco "Meus Caros Amigos" (YouTube)

Erasmo e Roberto, amigos de fé, irmãos camaradas (Rede Globo/Divulgação)

A composição chegou a figurar numa lista das 50 melhores músicas latinas de todos os tempos elaborada pela revista norte-americana “Billboard”, porém, na versão em espanhol.

“Meu Caro Amigo”

A música de Chico Buarque e Francis Hime é de 1975. O site Música e suas Histórias, do pesquisador Paulo Arruda, conta que ela foi feita como uma carta pensada para o teatrólogo Augusto Boal, que, à época, se encontrava exilado em Portugal e queria saber notícias do Brasil. Ao fim, a letra cita a própria atriz Marieta Severo, então mulher de Chico: “A Marieta manda um beijo para os seus/um beijo na família, na Cecília e nas crianças/O Francis aproveita pra também mandar lembranças/a todo pessoal/Adeus”. Cecília é irmã de Boal, e foi quem entregou a ele a “carta” (na verdade, uma fita cassete) durante um almoço com amigos também em exílio, como conta Paulo Arruda. Dentre eles, Darcy Ribeiro e Paulo Freire, na casa onde morava em Lisboa. História emocionante, não?

“Canção da América”

Esta música deriva de “Unencounter”, por sua vez, feita por Milton Nascimento, em inglês, para homenagear o multi-instrumentista sul-africano Ricky Fataar. Os dois se conheceram em Los Angeles. Ao saber que Milton estava gravando por lá, Fataar quis conhecê-lo. Os dois tiveram uma longa conversa e, nela, Fataar teria dito que uma coisa que não existia em LA era a amizade, já que todo “mundo só andava de carro e ninguém visitava ninguém” (Letras.music.br). 

Mais tarde, Fernando Brant (1946-2015) fez a letra em português, registrada no álbum “Sentinela”, de 1980. Teve versões com outros artistas, como Elis Regina, Zimbo Trio, MPB-4. O cantor Daniel a registrou em 1997, em homenagem a João Paulo (1960 – 1997), com quem formava dupla. Naquele ano, João Paulo faleceu em um trágico acidente de carro.

“Amigo é Pra Essas Coisas”

Canção composta por Aldir Blanc e Sílvio Silva Jr em 1970, e gravada pelo grupo MPB-4 no álbum “Deixa Estar”, do mesmo ano. Chegou ao segundo lugar no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, da TV Tupi. O site 365 Canções Brasileiras lembra  Ruy, em carreira solo, regravou “Amigo É Pra Essas Coisas” com ninguém menos que Chico Buarque, num álbum justamente intitulado Amigo é pra essas coisas (1994). Outra curiosidade: a música marca o primeiro sucesso de Aldir Blanc (1946-2020). Um ano depois, ele conheceu aquele que se tornou o seu grande parceiro de trajetória musical, o mineiro João Bosco.

“Morro Velho”

Na modesta opinião da autora dessas linhas, uma das mais pungentes composições de Milton Nascimento. Fala de uma amizade entre duas crianças nascidas no mesmo local, mas em estratos distintos. Com o tempo, a realidade “Morro Velho” foi gravada inicialmente no disco “Travessia”, de 1967.

“Na letra, Milton Nascimento trata dos caminhos destinados a duas crianças, uma preta e outra branca, que moram na mesma fazenda. Explorando a desigualdade e o preconceito racial, a canção permanece atual ao apresentar como são diferentes as oportunidades dadas a esses dois personagens”, diz Mestre em Comunicação e professor universitário Marcelo Abud, no site do Instituto Claro.

Na letra da música, a parte mais emociona é a tristeza que se instaura quando o filho dos donos parte para “a cidade grande”. “Parte, tem os olhos tristes/Deixando o companheiro na estação distante/Não esqueça, amigo, eu vou voltar/Some longe o trenzinho ao Deus-dará/Quando volta já é outro/Trouxe até sinhá mocinha para apresentar

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