
Agenda de Carnaval: 05 a 13 de fevereiro
Na foto, um pouco do que foi o cortejo do Então, Brilha! em 2023 (Leo Salvo/Divulgação)
Na foto, um pouco do que foi o cortejo do Então, Brilha! em 2023 (Leo Salvo/Divulgação)
Seleção do carnaval de BH com serviço completo dos principais blocos que desfilam entre os dias 05 e 13 de fevereiro
A sambista carioca Teresa Cristina se apresentará ao lado do compositor belo-horizontino Toninho Geraes, artistas mineiros convidados, e dos músicos da Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais. Sob a regência da maestra Ligia Amadio, o repertório incluirá releituras dos sambas mais conhecidos de Toninho. O evento será aberto pelo Coral Lírico de Minas Gerais, interpretando um medley de tradicionais marchinhas de Carnaval com arranjos de Fred Natalino. O concerto terá um ensaio geral aberto ao público em 7 de fevereiro, meio-dia, com entrada gratuita e, no dia seguinte, será apresentado o concerto principal, com ingressos a R$10.
Os blocos Havayanas Usadas, É o Amô e Samba Queixinho são as atrações do pré-carnaval Tagaragadá, dia 6 de fevereiro, no Mister Rock. O Tagaragadá é para o público ficar com os repertórios na ponta da língua. O Havayanas foi fundado em 2016 e vai desfilar em 2024 com mais de 170 integrantes na bateria. Já o É o Amô, desfilou pela primeira vez em 2028, com um repertório focado em clássicos do sertanejo e uma atmosfera alegre e contagiante. O Samba Queixinho surgiu em 2009 como um batuque entre amigos em Santa Tereza. Logo se tornou um dos blocos mais tradicionais de BH, conhecido por sua bateria potente, temas engajados e foco na cultura popular.
Sai pra lá capeta é um bloco que sai no bairro Floresta e tem a bateria aberta. Ou seja, como eles mesmos dizem, para tocar é só colar com instrumentos como surdo, tamborim, repique, xequerê ou agogô. O bloco surgiu em 2020 e o nome é uma referência à saída do ex-presidente. Assim, o nome é um repúdio contra movimentos e políticos não democráticos, intolerantes e negacionistas. O repertório é muito variado. Tem Gal Costa, Belchior, Pablo Vittar. Quem quiser ficar por dentro, aqui está o link.
Em 2024, o tema do desfile será “Eu vou torcer pela paz, pela alegria, pelo amor”. O Chama o síndico comemora 12 anos de vida e convoca o público para também celebrar os 50 anos do álbum “A Tábua da Esmeralda”, de Jorge Ben Jor. Gravado em apenas três dias em 1974, o disco se tornou um marco na música brasileira. Fazem parte do repertório, por exemplo, Os Alquimistas estão chegando e O Homem da Gravata Florida. A concentração será na Avenida Afonso Pena, 13,77 e a dispersão na altura do número 705.
Com proposta super original, o Bloco da Bicicletinha quer valorizar a cultura do ciclismo em BH. Então, quem tem bike pode se juntar e seguir o bloco. Em 2024, a concentração será na Praça da Bandeira, com uma parada próximo ao Parque Municipal, depois na Praça Raul Soares e finaliza no Viaduto Santa Tereza. A trilha sonora será dos anos 80, já que é a época homenageada.
Fundado em 2013, o Bloco Fúnebre atualmente reúne uma bateria composta por 180 instrumentistas, incluindo caixa, surdo, repique, xequerê, rocar e tamborins, além de uma banda formada por seis músicos. Com um repertório variado, o Bloco Fúnebre tem como missão resgatar canções que desempenharam um papel fundamental na identidade cultural brasileira. Para o desfile de 2024, as metas incluem a manutenção da qualidade musical e artística, bem como a promoção e fortalecimento do Carnaval de Belo Horizonte. O desfile começa na Praça da Bandeira e termina na Avenida Afonso Pena, 3801, próximo ao Tribunal de Contas.
O Tira o Queijo foi criado pela percussionista Daniela Ramos em abril de 2013. Inspirado pelo movimento “Traga a Vasilha”, surgido em 2000 nas ruas de Recife-PE e ocorrendo todas as sextas desde então, o Tira o Queijo visa facilitar o diálogo musical entre percussionistas de diversas Nações de Maracatu, grupos percussivos de BH, Afoxés e outras expressões artísticas. Durante o Carnaval, o movimento assume a forma de Bloco, uma tradição mantida desde 2014, tendo realizado seu último desfile em 2020.
O bloco Então, Brilha, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, promete um Carnaval 2024 cheio de alegria e energia. O trajeto ainda não foi divulgado, mas a expectativa é que o bloco siga Avenida dos Andradas. O tema do bloco em 2024 será “O Sol que nos guia”, celebrando a energia do sol, que ilumina e aquece a vida, e a importância da união e da alegria durante o carnaval. A programação completa ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que o bloco conte com a participação de DJs, bandas e artistas de BH.
O Tchanzinho Zona Norte vai sair em 2024 com cerca de 160 batuqueiros e 50 pessoas na ala de dança. O desfile é um dos clássicos do carnaval de Belo Horizonte. O repertório é predominantemente composto por canções autorais e dos grupos É o Tchan, Terra Samba, Gera Samba, Tchakabum, Companhia do Pagode e Asa de Águia. O desfile será na Avenida dos Andradas, entre os números 3564 e 4002.
Aline Calixto tem se destacado no Carnaval de rua de Belo Horizonte desde 2014 com o Bloco da Calixto. Em 2024, convida a todos para uma viagem nostálgica aos anos 80 e 90, explorando a atmosfera da infância. O bloco recriará grandes sucessos dessa época, como “He-man” (Trem da Alegria), “Lua de Cristal” (Xuxa), “A Lenda” (Sandy e Júnior), “Super Fantástico” (Balão Mágico) e outros hits que marcaram o imaginário coletivo, todos adaptados ao ritmo carnavalesco. O bloco sai da Rua Professor Moraes, 226, na Savassi e dispersa na Avenida Cristóvão Colombo, 144, na Savassi.
O Abalocaxi nasceu sob a inspiração da Tropicália. Sendo assim, tal qual o movimento, desafia barreiras e paradigmas não apenas na música, mas também na política, moral, comportamento, vestuário e no corpo. Atualmente, a bateria conta com uma média de 300 integrantes no ciclo de formação 2023/24, sendo a maioria composta por mulheres. No repertório, claro, clássicos da MPB. O desfile será na avenida Amazonas, entre os números 527 e 145.
A Banda Lagum também tem um bloco para chamar de seu. Acompanhados de uma bateria de 50 músicos, Pedro Calais (voz), Zani Furtado (guitarra), Jorge Borges (guitarra) e Francisco Jardim (baixo) recriam as próprias músicas em ritmo de carnaval. Os novos arranjos surgiram a partir de uma construção conjunta com artistas que fazem parte do movimento, experimentando novas sonoridades e espaços. O cortejo começa na Rua Sergipe, 939 e dispersa na Avenida Brasil, 1547.
Mais duas bandas também resolveram se unir para criar um bloco de carnaval. Graveola e Lamparina estarão juntas no Trio Tropical que vai exaltar a música autoral mineira. Luiza Brina, José Luis, Thiago Corrêa, Bruno de Oliveira e Amanda Barbosa terão Sérgio Pererê e Nath Rodrigues como convidados. O desfile será na Avenida Assis Chateaubriand, entre os números 525 e 127.
Um dos mais tradicionais do carnaval de BH, o Pena de Pavão de Krishna é um bloco espiritualista que reverencia divindades de diversas culturas, principalmente a hindu e as de matriz africana. O cortejo sempre começa bem cedo e com um café da manhã colaborativo, quando os foliões se pintam de azul. O repertório tem músicas espiritualistas autorais e do cancioneiro afro-brasileiro ao ritmo do ijexá. O desfile será entre os bairros União e Cidade Nova, entre a Rua Camilo Prates, 410 e a Rua Professor Costa Chiabi, 309.
Românticos São Loucos é uma grande homenagem ao cancioneiro de Vander Lee. Sendo assim, o repertório autoral dele em ritmo de carnaval. O repertório de Vander Lee, músico e compositor mineiro, é marcado por uma rica mistura de estilos musicais. As letras poéticas abordam temas como o amor, a fé, a esperança e a luta por um mundo melhor. Algumas das canções mais conhecidas são “Esperando Aviões”, “Onde Deus Possa Me Ouvir”, “Românticos”, “Farol” e “Sábio”. O desfile será na Rua Mármore, no Bairro Santa Tereza, entre os números 135 e 600.
Desde 2016, o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo vem desfilando pelas ruas do bairro Santa Efigênia. Essa iniciativa nasceu do comprometimento do multi-artista Marcelo Xavier com a defesa da inclusão. A intenção por trás do bloco é estabelecer um espaço seguro e livre para todos, sem restrições. A bateria do bloco está aberta a qualquer pessoa que deseje participar, sem exigências, e inclusive recebe a colaboração de muitas pessoas com necessidades especiais. O cortejo começa na rua Piauí, 596 e segue até o número 805, no bairro Santa Efigênia.
O Unidos do Samba Queixinho começou em 2009, quando um grupo de oito amigos, movido pelo desejo de diversão e entusiasmo, decidiu colocar o bloco nas ruas durante o carnaval. A batuta do Unidos do Samba Queixinho está nas mãos do fundador e Mestre Gustavo Caetano, responsável por conduzir bossas, chamadas e ritmos percussivos autorais. A bateria do bloco é composta pelos instrumentos rocar, tamborim, repique, caixa e surdo. Em 2024, Daniel Neto, o Nenel e o projeto Baixa Gastronomia são os homenageados. O desfile começa na Praça da Liberdade, 850 e segue até a rua Pernambuco, 280.
O Bloco da Alcova Libertina começou 2011 e desde então segue impulsionado pela paixão pelo rock ‘n roll, embalados por uma diversidade de ritmos afrodiaspóricos brasileiros. Atualmente, é composta por Igor Bigu, Branco, Bruno Egler nas guitarras, Beirão no baixo, Marcos Kim nos teclados, Geraldo Paim, Bruno Leal, Natalia e Ju Flor nos vocais. As percussões ficam por conta de Analu, Danilo Amarelo, Daylon, Badá, PG Rocha, Bela Couy e Bela Leite.Em 2024 o bloco promete convidar figuras representativas da cena negra. Além disso, introduzirá novidades ao repertório, incluindo composições que reafirmam a história negra do rock e arranjos para músicas de novos compositores da cena brasileira, com o intuito de reconhecer e destacar a ancestralidade negra no universo do rock. O desfile será na Avenida dos Andradas, entre os números 3560 e 4000, no bairro Pompéia.
O Bloco Afro Angola Janga teve sua origem em setembro de 2015, a partir da visão conjunta de seus cofundadores, Nayara Garófalo e Lucas Jupetipe. A criação do bloco surgiu da percepção dos idealizadores sobre a necessidade de promover a presença negra e periférica na então emergente cena de Carnaval em Belo Horizonte. Tendo experiência em diversos outros blocos da cidade, os fundadores notaram a ausência de pessoas negras e periféricas no Carnaval, além dos trabalhadores e ambulantes, de maneira semelhante ao que ocorreu há 45 anos em Salvador. Conscientes da necessidade de intervir para evitar a repetição dessa triste história em Belo Horizonte, o Bloco Afro Angola Janga foi concebido como um espaço dedicado à manutenção, preservação e divulgação da cultura afro-brasileira, por meio de seus repertórios e práticas. Em 2024, o desfile será na Avenida Amazonas, entre os números 547 e 143, no Centro.
O bloco Baianas Ozadas foi criado em 2012 e logo conquistou um público fiel e apaixonado pela celebração da cultura baiana. O repertório é composto por grandes clássicos do axé, samba-reggae e outros ritmos afro-brasileiros. Em 2024, o tema é “Sou caçador da Alegria” em uma homenagem ao cantor e compositor baiano Luiz Caldas e à banda Araketu. O desfile será na avenida Afonso Pena, entre os números 800 e 100.
O repertório do Havayanas Usadas é baseado no axé music dos anos 80 e 90 e influência dos blocos afro-baianos. Desfila com uma banda base composta por oito integrantes e dois regentes no trio, que se revezam durante a apresentação. Eles são acompanhados pela Bateria Chinelada, posicionada no chão, juntamente com outros 6 subregentes que fornecem orientações mais próximas à bateria. Esta bateria é formada por 200 ritmistas que participam de um processo de aprendizado e desenvolvimento de ritmos e arranjos ao longo de seis meses de oficinas e ensaios, preparando-se para as quatro horas de música no desfile. O cortejo será na Avenida dos Andradas, entre os números 3560 e 4000.
O bloco Corte Devassa é um convite à irreverência e à crítica social. Inspirado na corte portuguesa do século XVIII, o bloco satiriza a opulência e os abusos da monarquia, com fantasias luxuosas e caricatas, performances teatrais e um repertório musical irreverente que mistura marchinhas carnavalescas com críticas políticas e sociais. A bateria do bloco, composta por instrumentos tradicionais e elementos carnavalescos, dita o ritmo da festa, enquanto os foliões se divertem com as encenações e performances dos integrantes. O cortejo vai da Rua Sapucaí, 571 até a Avenida Assis Chateaubriand, 615, no Bairro Floresta.
A Juventude Bronzeada realizou o primeiro desfile em 2014, com o propósito de celebrar a rica história da música baiana, especialmente destacando o período entre as décadas de 1980 e 1990. Atualmente, a bateria do bloco tem mais de 350 percussionistas, distribuídos entre os instrumentos de caixa, repique, surdo, agbê, timbau e agogô. As bandeiras do bloco englobam a liberdade de expressão, igualdade social, luta contra qualquer forma de discriminação, igualdade de direitos e respeito às mulheres. O cortejo de 2024 será na Avenida dos Andradas, entre os números 3562 e 4002, no bairro Pompéia.
A Truck do Desejo foi fundada com o objetivo de dar maior visibilidade e protagonismo à identidade sapatão, sapabi e sapatrans. O repertório é formado majoritariamente por músicas populares brasileiras compostas por mulheres ou que se tornaram conhecidas nas vozes de mulheres lésbicas ou bissexuais. Composto por 150 integrantes, entre ala de dança, bateria e banda, o grupo se prepara para garantir a harmonia no desfile que conta com surdos, caixas, agbês e agogôs e toca ritmos que passeiam entre o samba reggae, funk, pagodão, marchinha, piseiro e reggaeton. O cortejo sai da Avenida Brasil, 1200 e chega na Rua Padre Rolim, 616.
O Bloco Magnólia leva o som do jazz para o carnaval de BH. A formação musical segue a abordagem instrumental, composta por naipes de sopros e uma percussão que se assemelha a uma bateria desmontada. Além dos músicos, a performance é enriquecida pela participação de dançarinas, dançarinos, um regente e um porta-estandarte, todos envolvidos em interações performáticas que se conectam diretamente com o público. A estética é cuidadosamente elaborada, baseada em extensas pesquisas sobre a diversidade cultural, musical, performática e, sobretudo, negra de New Orleans. O cortejo será na Avenida Américo Vespúcio, entre os números 2025 e 1261.
Publicado por Carol Braga
Publicado em 05/02/24