Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

A volta do Pop Punk

Gostou? Compartilhe!

O gênero que conquistou corações entre o fim da década de 90 e o início dos anos 2000, o pop punk está mais vivo do que nunca, entenda porquê

Por Maria Lacerda | Culturadora

O pop punk está mais vivo do que nunca. O gênero que estava meio adormecido desde o fim da década de 2010, com o crescimento da música industrial, está de volta e parece ter um denominador comum. Mas, antes de entender como e porquê o pop punk voltou à ativa, o Culturadoria te conta um pouco sobre a origem do estilo.

Avril Lavigne. Foto: Reprodução/Instagram
Avril Lavigne. Foto: Reprodução/Instagram

Era uma vez

Para falarmos sobre o pop punk, é inevitável também falar do punk rock, movimento contracultura dos anos 1970. Marcado por nomes como Ramones e Sex Pistols, o punk rock tinha profundas raízes políticas e, na luta contra a cultura mainstream, buscava criar e distribuir suas músicas sem depender de grandes gravadoras. 

Com o tempo, a ideia de cultura do submundo acabou se perdendo com a popularização do movimento. É nesse momento que o pop punk começa a dar seus primeiros passos. Então, no fim dos anos 1980, bandas pioneiras da versão popular do punk, como Green Day e The Offspring, aparecem. 

Apesar das raízes claras, percebidas nas letras críticas, na força dos instrumentos e nos vocais marcantes, o novo gênero chega com uma cara mais comercial. Ao contrário do que o movimento punk tradicional defendia, as bandas assinaram com grandes gravadoras e acabaram se tornando grandes fenômenos populares. 

O auge e a queda

Com uma pegada mais radiofônica, mantendo a estética rebelde do punk, o gênero conquistou jovens por todo o mundo. Os nomes são muitos, indo de blink-182 à Avril Lavigne, Fall Out Boy à Paramore e Panic! At the Disco a Simple Plan. A glória do pop punk é então instaurada, dominando a indústria pelo som e pela estética.

Apesar do sucesso, com o aumento da popularidade de produções de música industrial, com uma pegada mais eletrônica, as características marcantes do pop punk acabaram sendo deixadas de lado. A combinação entre bateria, guitarra e baixo vai sendo trocada por synths, ou amenizadas nas produções. É o fim de uma era, mas por tempo limitado.

O renascimento

 A volta do pop punk tem um culpado: Travis Barker. Se você pensa que já ouviu esse nome, não está errado. Travis foi – e ainda é – baterista do blink-182, banda formada no fim dos anos 1990 que é uma das referências do pop punk. Já para os mais jovens, Travis também pode ser conhecido por seu recém título de noivo da Kourtney Kardashian.

Mas, qual a influência de Baker no renascimento do gênero?

Além de ser um dos bateristas mais renomados da atualidade, Barker também atua como produtor e tem sua própria gravadora, a DTA Records, criada em 2019. No mesmo ano, aconteceu um momento crucial para a volta do gênero, o lançamento – e o sucesso de I think I’m OKAY, faixa do álbum Hotel Diablo de Machine Gun Kelly.

MGK, até então reconhecido na música como rapper, tinha convidado Barker para participar de algumas das músicas do álbum, dentre elas a parceria com artista alternativo YUNGBLUD. O que ninguém esperava é que o single inspirado no pop punk tivesse um sucesso tão estrondoso. Mais de 1 milhão de singles foram vendidos somente nos EUA e, desde então, a dupla não se largou.

Em 2020, Travis foi responsável pela produção do álbum Tickets do My Downfall de Machine Gun Kelly. O disco, com claras raízes no pop punk, foi sucesso absoluto e, por isso, a parceria da dupla será repetida em mais um álbum de MGK, o Born With Horns, ainda sem data de lançamento.

Máquina de produção

Somente em 2021, Travis já foi creditado como produtor ou participante de mais de 25 faixas, dentre elas “Bite Me”, da icônica Avril Lavinge. A cantora, que agora também é representada pela gravadora de Barker, lançou na semana passada o single que fará parte do seu próximo disco – também produzido pelo baterista.

E não para por aí, Travis também participou do lately I feel EVERYTHING, álbum de estreia de WILLOW – sim, a Willow Smith. O primeiro single do álbum, transparentsoul, conta com mais de 148 milhões de reproduções no Spotify.

Além disso tudo, um retorno do blink-182 está sendo prometido para o próximo ano. Tá bom para vocês?

E ainda tem mais

Mas, não só de Travis Barker vive o pop punk. A banda Green Day está de volta com o single, “Hey Toledo!”. A música é parte da trilha sonora do filme Mark, Mary + Some Other People, mas a banda já tem lançamento de um álbum especial marcado para 10 de dezembro. Singles do BBC Sessions estão sendo lançados semanalmente.

O Simple Plan, que também andava sumido, está com álbum novo à caminho. O novo single, “The Antidote”, carrega a essência original da banda canadese, fará parte do próximo disco lançado depois de cinco anos sem músicas inéditas.

Fora os veteranos, nomes para estar de olho, além dos já citados, são MODSUN, Maggie Lindemann, blackbear e até mesmo a mais nova queridinha do pop, Olivia Rodrigo, que também se inspirou no pop punk em seu álbum de estréia, Sour.

Blink 182. Foto: Divulgação
Blink 182. Foto: Divulgação

Gostou? Compartilhe!

[ COMENTÁRIOS ]

[ NEWSLETTER ]

Fique por dentro de tudo que acontece no cinema, teatro, tv, música e streaming!

[ RECOMENDADOS ]