“Poderia Ser Rosa”

Inspirado pelos casos de feminicídio na região do Anel Rodoviário de Belo Horizonte no final dos anos 1990, o espetáculo “Poderia Ser Rosa” estreou em 2001, trazendo à tona a violência contra as mulheres. Mais de duas décadas depois, o tema continua urgente. Dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, as tentativas de feminicídio cresceram 7,1% e os casos de violência doméstica aumentaram quase 10%.

Diante desse cenário, a Cia de Dança Palácio das Artes reapresenta uma nova versão do espetáculo no Centro Cultural do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no centro de Belo Horizonte. Com coreografia de Henrique Rodovalho, a montagem será encenada no dia 18 de março, às 19h, com ingressos gratuitos pelo Sympla.

A narrativa acompanha quatro casais, explorando as fases de uma relação, do afeto ao desfecho trágico. Para Rodovalho, a nova versão amplia a abordagem do feminicídio, dando protagonismo às bailarinas na construção do espetáculo. “O que deveria ser uma simples remontagem demandou uma análise cuidadosa, para trazer um olhar atual sobre a violência de gênero”, afirma.

O Centro Cultural do TRT-MG, inaugurado em 2023, tem se consolidado como espaço cultural, recebendo espetáculos como “(in)tensões”, também da CDPA. A diretora da companhia, Sônia Pedroso, reforça a importância da obra. “Acreditamos ser essencial falar sobre esse tema para conscientizar e alertar. A arte pode ser uma ferramenta de transformação”, destaca.

Realizado pela Fundação Clóvis Salgado, com apoio do Governo de Minas Gerais e patrocínio de instituições como Instituto Cultural Vale e Cemig, “Poderia Ser Rosa” reafirma seu papel como denúncia e reflexão sobre a realidade das mulheres no Brasil.

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