O que você faz com R$ 10? Pense bem, compra um lanchinho? Uma coxinha, uma cerveja… E se esse valor fosse doado para ajuda pessoas trans na formação profissional, educacional e artística? Essa é a proposta do financiamento coletivo realizado pela TransVest. Arrecadar fundos para manter as atividades de formação e apoio a pessoas trans.
A organização surgiu há quatro anos e foi idealizado por Uno Vulpo, Duda Salabert e Carol Sales. “Nós fomos para as ruas atrás das pessoas trans e foi aí que aconteceu a nossa primeira desconstrução. As pessoas não estavam em busca de curso pré-vestibular, que era o nosso objetivo inicial, mas sim de supletivo para terminar o ensino básico e formação profissional”, relata Uno Vulpo, cofundador da ONG. A fim de atender à demanda, os organizadores se adaptaram e começaram as aulas em uma sala alugada no Edifício Maletta, na região central de Belo Horizonte. Após isso, surgiram demandas de todos os tipos, inclusive a da ideia inicial dos idealizadores, que era aulas pré-vestibular. Só para exemplificar, no primeiro ano de atividades seis pessoas foram aprovadas no ensino superior.
Mercado de trabalho
“As pessoas trans são invisíveis na sociedade, porque geralmente estão trabalhando em lugares que não aparecem, setores internos e nas ruas, na prostituição, ou sequer têm oportunidade de emprego”, comenta Uno a partir de olhares da equipe do TransVest. Entretanto, este cenário está mudando. Quem compareceu ao Festival Sarará de 2019 percebeu com os próprios olhos que as pessoas trans estavam lá. Acontece que o TransVest, em uma parceria com a Macaco Prego, produtora de eventos, inseriu algumas pessoas para trabalhar nesta edição. Desde seguranças até pessoal de produção: as pessoas trans estavam lá!
Não apenas em eventos pontuais as pessoas trans estão atuando no mercado de trabalho. Elas estão presentes na música, como é o caso de Titi Rivotril, cantora trans que foi aluna da ONG e que, hoje, atua artisticamente. Ela tem como base, sobretudo, o aprendizado adquirido no TransVest. Todavia, esse é só um dos vários exemplos de bons frutos do projeto. O coletivo Academia TransLiterária surgiu dentro do TransVest e agora é independente.
Abordagens do projeto e financiamento coletivo
Pessoas trans interessadas em participar do TransVest têm aulas pré-vestibular de todas as disciplinas, ateliê aberto, dança, produção gráfica, curso de fabricação de bijuterias para aumentar a renda etc. “Além das atividades gratuitas, nós também oferecemos lanche e passagem para que os alunos realizem as atividades”, conta Vulpo, “por isso é tão importante a participação das pessoas no financiamento”.
A TransVest precisa de R$ 12 mil para funcionar mensalmente. Para reabrir o abrigo para pessoas trans em situação de rua são necessários R$ 60 mil mensais. O objetivo não está longe de ser cumprido, afinal o projeto é recorde de campanha de financiamento recorrente de BH.
Para contribuir acesse a plataforma Evoé. Sobretudo, continue acompanhando o trabalho da TransVest nas redes sociais e no site.
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