A pandemia transformou o Tik Tok em fenômeno. O aplicativo segue em curva ascendente como um dos mais baixados no mundo. Lançada em 2016, a rede social permite o upload de vídeos de até 60 segundos com músicas famosas ou autorais. Sendo assim, a geração Z usa e abusa. Cria desafios, lança tendências e coloca músicas no topo de playlists mundo afora. Mas o que tudo isso tem a ver com uma nova forma de fazer música é o que queremos discutir.
Até então, nenhuma outra rede social permitia o upload de vídeos com trilhas de grandes artistas para além dos 15 segundos. Mesmo que o post fosse ao ar, logo seria banido por violação dos direitos autorais. Nesse sentido, o Tik Tok já saiu na frente. Esse foi um dos motivos da grande adesão ao aplicativo por criadores de conteúdo.
Desafios e trends
As coreografias para trechos de música foram os primeiros desafios a viralizarem pelo app chinês. Afinal, basta um usuário criar uma dança fácil de reproduzir que, em pouco tempo, era feita pelas contas famosas por lá. Foi assim, o movimento das trends, as correntes de desafios, fizeram com que os artistas ficassem de olho no Tik Tok.
A coreografia de “Say So”, da Doja Cat, por exemplo, virou uma febre no ano passado. Pois a dança ficou tão famosa que a própria cantora decidiu adicionar os passos ao clipe da música. Veja abaixo, no minuto 2:35:
Potencial do TikTok
Os artistas, usuários dentro da própria plataforma, tiveram a maior sacada: lançar singles no aplicativo já com uma sugestão de desafio. As músicas passaram a ser pensadas também para o Tik Tok. Como se o artista planejasse trechos que pudessem ser cortados para virarem trilhas perfeitas para trends no app.
E é claro, que os criadores do Tik Tok já entraram para o ramo da música com essa lógica. Dixie D’Amelio, irmã da garota com maior número de seguidores no TikTok, lançou o single “Be Happy”. Ela contou com a rede de amigos e da irmã, também famosos na rede social, para postarem o mesmo trecho da música que, por sinal, é super “catchy”. Nem preciso dizer que o áudio logo virou um dos mais usados na época, né?
Doja Cat aprendeu rápido e lançou “Streets”. O desafio é começar com um personagem fofo e na hora da mudança de tom, no início da música, colocar uma luz vermelha e a silhueta da pessoa de forma mais sensual. Vem cá ver no clipe (dos primeiros 20 segundos aos 30):
Músicas mais ouvidas no mundo
Já deu para entender o poder da plataforma. É por isso que as músicas que viram tendência lá no Tik Tok logo vão para o topo das paradas nas playlists do Spotify, por exemplo. Até porque as trends da rede social, geralmente, são recicladas lá no Instagram. Igual os memes que surgem no Twitter quando são compartilhados nas outras plataformas.
Foram muitos usuários que postaram canções autorais, viralizaram e conseguiram construir uma carreira. Muito disso acontece também porque o app proporciona uma experiência imersiva: vídeos que ocupam toda a tela do celular e sem opção de mutar o som. Então, você fica ali rolando a timeline vendo com uma grande frequência os mesmos trechos de música e desafios. Quase que impossível não ficar com as músicas e danças na cabeça.