
Leo Lara / Divulgação - Cine-Praça
Jaloo é um artista. Pode ser considerado por muitos apenas cantor. Entretanto o paraense também é ator. Uma das grandes surpresas e uma das apostas da música indie brasileira. O show dele na noite deste domingo, dia 20, na Mostra de Cinema de Tiradentes só reforça a proposta do evento em dialogar com outras artes.
Foi ao som de ‘Cira, Regina e Nana’, canção em parceria com Lucas Santtana, que Jaloo levou os presentes no Sesc Cine Lounge à loucura. Mesmo com melodias mais calmas ele conseguiu animar o público. A agitação foi tanta, que quem estava próximo ao palco tinha a sensação que o espaço iria cair de quanto que tremia.
Era uma plateia de nicho. Mesmo com muitos fãs por lá, quem não conhecia Jaloo se surpreendeu. Segundo a advogada Patrícia Lamounier, de 35 anos, o som dele transmite uma energia boa. Canções como por exemplo, ‘Céu Azul’, ‘A Cidade’, ‘Insight’ e ‘Say Goodbye’ estavam no setlist que durou cerca de uma hora.
Pouca fala, muita música
Jaloo não é de muito discurso, entretanto, quando fala ao público, é sobre o amor. “Não existe nada mais vingativo que ser feliz. O que temos que fazer é cobrar com amor e insistência”, disparou. Estar em contato com o público é algo nítido no show. Sendo assim, o artista foi para a multidão que o carregou ao se jogar.
Um dos momentos altos do show foi a versão de ‘Esquadros’, de Adriana Calcanhoto, que apresentou pela pela primeira vez. A música será o próximo lançamento do artista.

Show de Jaloo animou Tiradentes na noite deste domingo, dia 20 -Foto: Jackson Romanelli / Divulgação
Cultura por toda parte
Quem está em Tiradentes percebe que os ares são diferentes. “Nunca tinha vindo ao Festival e nem na cidade. Está sendo uma experiência ótima. Poder ver as novas tendências e os novos diretores. Os filmes estão provocativos, atuais e com propostas interessantes. Voltarei para casa reflexiva e renovada”, disse a estudante de cinema Laura Cravo. Ela e as amigas saíram do Rio de Janeiro para acompanhar o evento que para elas é tendência.
Na fila para assistir o longa ‘Tragam-me a Cabeça de Carmen M.”, dos diretores Felipe Bragança e Catarina Wallenstein, a produtora cultural Vita Christoffel conta que prestigia a Mostra há seis anos. “Aqui é muito Brasil, com conteúdo local. Produções recentes. São filmes que você não encontra no circuito comercial. São muito experimentais e conceituais. Acho isso superinteressante. A gente consegue ver uma produção que questiona e experimenta”, afirmou.
Mostra mais política e experimental
Essa que é a proposta da Mostra que abre o calendário nacional de festivais e mostras. A temática desta edição é ‘Corpos Adiante’. Um questionamento sobre quais corpos ganham imagens, narrativas, diálogos e subjetividades. Dessa forma, os longas e curtas em exibição são justamente para pensar em corpos para o futuro, tanto quanto um futuro para os corpos.
Quem veio no ano passado e neste também, percebe mudanças nas produções e disse encontrar em 2019 um conteúdo mais político. “Este ano a temática está muito legal com proposta bem interessante e que tem bastante haver com o momento atual. Estou vendo filmes muito bons. É muito legal”, afirmou o estudante Rafael Assunção. “Gostei muito dos filmes todos tiveram algum significado. Gostei dos curtas, e me surpreendi muito. Não estou acostumado com experimental, mas adorei”, contou o estudante Guilherme Cardoso.
Na noite do domingo, dia 20, foram exibidos as ficcções Tragam-me a Cabeça de Carmem M. e Inferninho, além do documentário Clementina. Este longa, dirigido por Ana Rieper, registra a importância da cantora Clemetina de Jesus destacando, sobre tudo, a diáspora africana.
Até o dia 26 de janeiro a Mostra de Tiradentes exibirá 108 filmes além de receber encontros, oficinas, debates e apresentações artísticas. A previsão é que o evento receba 35 mil pessoas, cinco vezes o número de moradores. Ao todo, duas mil pessoas são empregadas pelo evento. A programação completa você confere clicando aqui.
A equipe do Culturadoria viajou a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes