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Conheça a Tela Trans, plataforma que cataloga filmes realizados por pessoas trans

A ideia é construir um acervo do cinema dirigido por pessoas trans no Brasil. Já são mais de 100 produções disponíveis gratuitamente.
tela trans

Logo do site Tela Trans. Print da tela inicial.

Por Jaiane Souza | Culturadoria tela trans

Cada vez mais, temos visto no cinema uma evolução no que diz respeito à representatividade e diversidade. Entretanto, a produção audiovisual industrial continua sendo um espelho da desigualdade que vivemos em outras áreas da sociedade, classe social, raça e gênero, por exemplo. Com foco nesse último aspecto, o gênero, é que as cineastas Caia Coelho e Pethrus Tibúrcio criaram o Tela Trans. Trata-se de um acervo de cinema inédito composto por filmes feitos por pessoas trans no Brasil.

A plataforma estreou em 2021, mas é fruto de um trabalho que vem sendo construído há cinco anos. Ele é o primeiro no país a reunir longas, médias e curtas-metragens, documentário, ficção, videoclipes, videoperformances e videoartes realizados por mulheres e homens trans, travestis e pessoas não-binárias do Brasil.

História

As cineastas Caia Coelho e Pethrus Tibúrcio se conheceram há sete anos e, desenvolvendo projetos, elaborando produções intelectuais e frequentando festivais e circuitos de cinema, perceberam que a falta de produção de pessoas trans era um incômodo em ambas. Mesmo assim, sabiam que tais produções existiam, o problema era acessá-las por meio de festivais e curadorias.

Assim nasceu o Tela Trans, que já conta com 150 produções catalogadas e 50 perfis de cientistas da maioria dos estados brasileiros. A ideia é apresentar o perfil profissional das pessoas que dirigiram os projetos catalogados para apresentá-las para possíveis contratantes. Dessa forma, só para exemplificar como o cinema ainda é excludente, o filme mais antigo do catálogo é de 2002, o primeiro de diretoria trans que se tem notícia. Trata-se do curta Superstição, do homem trans negro Tiely.

Como funciona

Para além de mapear as realizações de mulheres e homens trans, travestis e pessoas não-binárias, o Tela Trans faz um levantamento apurado de regiões geográficas, gênero cinematográfico, carreira e outras informações sobre os filmes e pessoas. O objetivo é criar dados inéditos e importantes sobre as condições de realização cinematográfica da população trans brasileira. Inclusive há um formulário para inserção de novos realizadores disponível na seção “Seja Parte“.

Por outro lado, na página “Filmes”, é possível filtrar as produções por Gênero, Raça ou etnia e Estado. Tem filmes de todas as regiões do Brasil. Em resumo, uma frase que resumo o Tela Trans é: “Há cinema feito por pessoas trans no Brasil. Vamos assisti-lo”. Então, vamos? Basta escolher e dar o play.

Todos os filmes estão disponíveis gratuitamente e o projeto foi financiado pela Lei Aldir Blanc em Pernambuco. Acesse aqui.

Página “Filmes” do site Tela Trans.
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