Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Mulher-Maravilha 1984: quando a humanidade faz diferença

Novo filme da personagem da DC Comics tem a atriz Gal Gadot em mais uma marcante interpretação da heroína

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Sabia que o maior inimigo de Mulher-Maravilha 1984 pode ser você? Especialmente se for um espectador(a) com muitas expectativas em relação a esta produção dirigida por Patty Jenkins. Ainda mais considerando o histórico desse aguardado longa, já que era para ter saído no primeiro semestre. Tem também o sucesso estrondoso da estreia da atriz Gal Gadot na pele de Diana. 

Justamente por esperar tanto, confesso que vivi diversas fases ao longo da projeção. A abertura é absolutamente hipnotizante. Conta sobre experiências da infância da protagonista ainda entre as Amazonas. Corta para a década de 1980 e, em um primeiro momento, as cores e a moda que marcaram a década saltam aos olhos.  Logo depois fui perdendo a conexão com a trama. No meio do filme já não tinha certeza se estava gostando (kkkk). Quando terminou a percepção já era totalmente diferente.

Mulher-Maravilha começa com humor, com referências sobre o poder das mulheres, sororidade entre gerações e até sobre o significado de itens do vestuário feminino. O salto alto é um exemplo. Sendo assim, se pegarmos como referência a jornada do herói, o mundo comum da personagem é apresentado como colorido, divertido. Também é consumista, capitalista.

Mulher-Maravilha 1984
Gal Gadot Interpreta Mulher-Maravilha em novo longa da personagem. Foto: Warner Bros.

Vida comum

Diana é funcionária padrão do Museu Smithsonian. Sendo assim, mora em Washington, sente saudade do amor da vida dela, o piloto Steve Trevor (Chris Pine). É justamente no local de trabalho que ela recebe o novo chamado à missão. Aí o roteiro entra na fase de cumprir os requisitos do gênero. Tem perseguição, luta, até mesmo espaço para certo romantismo. Laço pra lá, tiara pra cá. A trilha de Hanz Zimmer bombando e a Mulher-Maravilha cumprindo o papel de defender a humanidade. 

Gal Gadot está, mais uma vez, estonteante como Diana. Ela é uma das mulheres mais bonitas em atuação em Hollywood hoje. Mas é claro que a marca dela vai além de um rosto bonito. Ainda bem! Gosto da presença da atriz na pele da heroína. Gal dá leveza à personagem. Curti especialmente todos os momentos em que a vulnerabilidade da Mulher-Maravilha esteve à mostra.

Os antagonistas

Pedro Pascal como Maxwell Lord e Kristen Wiig como Bárbara Minerva, ou melhor, Mulher Leopardo também seguram bem os papeis. Para quem está curioso sobre a transformação da antagonista, achei uma coisa meio Cat’s, sabe?  Não me pareceram vilões convencionais. São seres humanos cegos pela vaidade do mundo que estamos construindo.

Dessa maneira, Mulher-Maravilha 1984 também não é um filme de herói tradicional. Os entendedores dizem que é um exemplar da DC com muitas inspirações da Marvel. Por exemplo, apesar de ter luta, as soluções dos conflitos são mais intelectuais do que físicas. Ou seja, o que faz um mundo melhor é justamente o que pode haver de humanidade. ALERTA DE SPOILER. Em outras palavras, o causador do problema não precisa necessariamente morrer para a transformação nascer. A mudança está em cada um.

Sutilezas do roteiro

Sendo assim, Mulher-Maravilha 1984 me conquistou mesmo na reta final. Foi na parte que estimula reflexões com pegadas mais filosóficas, digamos assim. É quando a situação narrada no longa abre caminho para que o espectador faça as próprias conexões. No meu caso, eu dei uma pirada, confesso. Enxerguei as situações ficcionais como metáforas do nosso tempo. 

Estamos em uma sociedade absolutamente cega pelo desejo de sempre ter mais e mais. Talvez as pessoas nem saibam se realmente querem o que desejam. Isso cabe tanto para líderes mundiais soberbos como também para o cidadão comum. Não é possível concluir se há alguma solução para isso. O caminho para um mundo melhor está mesmo na atitude de cada um. E mais: nas escolhas. Faça as suas pensando no bem de todos.

Mulher-Maravilha 1984
Foto: Warner Bros.

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