Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Dudude leva seu Lab. in Vento ao Teatro Marília

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A dançarina e 12 artistas que participaram de laboratório ocupam os espaços do teatro em um Happening
Patrícia Cassese | Editora Assistente

Nesta terça-feira e na quarta, o Teatro Marília vai ser palco de uma iniciativa que certamente vai ficar gravada na memória de quem for conferi-la. Trata-se de um grande “Happening”, resultante da 2ª edição do LAB.in Vento, laboratório de pesquisa em criação e improvisação criado e dirigido pela bailarina Dudude Herrmann.

Nestes dois dias, no intervalo das 18 às 22h, o icônico espaço situado na avenida Alfredo Balena será transformado em uma espécie de “Museu Vivo”, no qual acontecerão ações simultâneas.

Os 12 artistas que participaram do Lab. In Vento, de Dudude (foto de Thaís Mol/Divulgação)
Os 12 artistas que participaram do Lab. In Vento, de Dudude (foto de Thaís Mol/Divulgação)

A própria artista de dança e improvisadora Dudude estará ali, junto a 12 artistas que vão propor a ocupação de alguns espaços do teatro.

Mas, que fique claro. Apesar de ter estado à frente das oficinas, Dudude não terá controle algum do que irá acontecer. “Na verdade, me despreparo para não esperar nada, mas viver no tempo do acontecimento”, diz a artista, conectando-se, por meio de sua fala, ao espírito abarcado na gênese do “happening”.

Conceito

O termo, vale lembrar, foi criado pelo artista estadunidense Allan Kaprow (1927-2006) nos anos 1950. “A partir dos anos 1960, o Happening foi desenhando seu lugar de encontro, de experimentações, e sendo praticado por várias linguagens afins, poesia, palavra, manifesto, artes visuais, teatro, dança etc”, conta Dudude, ao Culturadoria.

Em síntese, trata-se de um acontecimento no presente. Para os artistas envolvidos, há a experiência de criar no instante da ação, propulsionados pela escuta do espaço e do outro. Para o público, a chance de conferir a riqueza desse processo in loco.

O encontro no Teatro Marília, ainda de acordo com Dudude, se liga ao propósito de”fazer lembrar que as diferenças de expressão somam”. “E são afins neste lugar afirmativo do SIM, para nós, artistas que prezamos o tempo agora”, pontua ela.

O processo do Lab in vento

Foi em abril e maio que 12 artistas frequentaram o laboratório de criação idealizado por Dudude. Neste período, passaram por um treinamento diário de improvisação no Centro de Referência em Dança do Teatro Marília.

São eles: Felipe Saldanha, Alisson Damasceno, Brisa Marques, Fernando Barcellos, Fê Costa, Samuel Samways, Lívia do Espírito Santos, Morgana Mafra, Rodrigo Khan, Renata Fernandes, Luciana Lanza e Nath Cavicchioli.

“O Lab in vento teve a duração de apenas dois meses, nosso intuito foi treinar o presente. Deixar que a invenção se apresentasse. Foi trabalhar o desapego, muita coisa para justos dois meses”, analisa Dudude.

Germe da inquietude

Naquelas semanas, prossegue ela, foi lançado “o germe da inquietude, da vontade de criar e soltar lastros pelo espaço”.

Dudude emenda: “Esta linguagem da Improvisação em Dança demanda trino imbricado ao viver e, enquanto estamos VIVOS, estaremos sempre na perseguição do PRESENTE”, diz, acentuando algumas das palavras proferidas.

“E se o tempo nunca para de passar, estamos junto a ele, passando também. As oportunidades são como portas: abrem e fecham todo o tempo. Portanto, vida e arte estão na pauta do deixar mover, para, assim, criar bolhas oxigenadas de persuasão”, explana.

Dudude, em foto de Vanda Mota/Divulgação

A artista de dança é cirúrgica: “Na linguagem da improvisação não existe ‘depois eu faço isso’. É agora. Portanto, não há preocupação com resultados”.

Cumplicidade

“O encerramento improvisacional proposto do Lab in vento terá uma duração mais larga e o público poderá passear e contemplar o que lhe interessa”, situa Dudude. “Assim, esse modo Happening nos localiza neste acontecer no tempo presente”, complementa a artista.

Mesmo com o imponderável como espinha dorsal, o que poderíamos esperar de uma Improvisação?

“Talvez a cumplicidade entre os movedores. A escuta fina a serviço de possíveis composições, em que haja frescor, compromisso e responsabilidade”, diz Dudude. E o desejo que toque o sensível de cada pessoa que ali estiver, amplia ela.

Em suma, “celebrar a vida, acontecer no momento já da ação”. Não por outro motivo, Dudude arremata. “Aguardo os interessados em estar junto aos Movedores do Lab in vento para serem cúmplices. Aliados desejosos de ver, olhar, perceber e viver”.

Como resistir a tal convite?

Serviço

Happening no Teatro Marília sob condução de Dudude

Quando. Nesta terça e quarta, 9 e 10 de maio – de 18h às 22h

Onde. CRDança / Teatro Marilia (Alfredo Balena)

(Laboratório aberto a visitação pública).

Mais informações: instagram

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