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Céu desafia os estereótipos do reggae em apresentação em BH

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Em entrevista, a cantora fala sobre criatividade, moda, maternidade e amor

Por Helena Tomaz | Assistente de Conteúdo

Quando um artista passa a acumular certo tempo de carreira, é normal que o público que o acompanha já tenha se habituado ao gênero musical a ele atrelado, assim como ao estilo e até mesmo a eventuais trejeitos que adota no palco. Ainda que não haja absolutamente nada de errado nisso, é sempre interessante quando este mesmo cantor ou cantora subitamente se desvia daquele trajeto e parte para se arriscar por um novo – às vezes, até inesperado. Aliás, é na fuga do que é esperado que moram as surpresas.

Fotografia digital colorida. Céu é branca, tem cabelos castanhos cacheados e muito volumosos, usa batom vermelho vibrante e posa em um estúdio.
Céu. Foto: Fábio Audi

Por isso, a mais recente apresentação da cantora Céu em Belo Horizonte – no Festival Sensacional, realizado mês passado, na Pampulha – acabou chamando a atenção. É que, no palco, a intérprete – que, antes, vale dizer, também fez um show em Itabirito – optou por um breve desvio em sua bem sucedida história com a MPB para apostar as fichas no reggae.

Além disso, desafiou os estereótipos estéticos do gênero e investiu sem medo em seu próprio estilo. Bem, aqui, aproveitamos para lembrar que música e moda já há tempos estabeleceram uma relação simbiótica. No caso de Céu, o figurino sempre foi um elemento trabalhado na identidade dela enquanto artista. Assim, na capital mineira, a cantora optou por se apresentar com um longo vestido preto e brincos dourados.

Depois do show, que foi iluminado pelo fim de tarde belo-horizontino, a equipe do Culturadoria se encontrou com a cantora para um breve bate-papo. Em pauta, criatividade, maternidade e Minas Gerais, entre outros assuntos. Leia, a seguir, alguns trechos da entrevista:

O que você achou do show?

Eu amei! De certa maneira, a gente fez uma estreia. Na verdade, esse é um show que eu já tinha feito em outro formato, mas, hoje, foi a nossa estreia neste (nessa configuração). E foi uma grande honra poder estreá-lo em um festival tão lindo desses, em Minas. É uma terra que eu gosto demais e que é muito receptiva. O festival [Sensacional] tem um line up muito bonito, [e é realizado] em um fim de tarde. 

São muitas coisas trazendo à tona o que, para mim, é muito importante: som, união, diversidade. Que é a gente falar de amor, de união mesmo. O Bob Marley… Melhor dizendo, o reggae todo fala muito disso. E fico muito feliz em poder trazer os meus amigos para representar essa ideia toda. Bom demais! Estou muito feliz!

Queria saber um pouco como é o seu processo criativo: se você é mais espontânea, mais livre, ou, ao contrário, mais disciplinada…

Eu sou espontânea e livre, pouquíssimo disciplinada para criação. Agora, sou bem disciplinada no rolê. Assim, eu sou bem séria no meu ofício, mas, para criação, não. Veja, eu sou mãe, sou mulher. E a nossa jornada não é uma jornada só. Veja, eu não gosto de terceirizar a educação dos meus filhos, então, é uma loucura onde cabe a minha criação! Eu mesma fico chocada, mas acho que isso é bonito. Aliás, acho que fala muito sobre as mulheres. E assim eu vou levando, vou tentando achar as ideias de uma maneira meio caótica!

Parabéns por achar espaço no meio disso tudo para criar. Eu queria saber também: o que te inspira? Quais são as suas referências como artista? Tanto na música quanto no estilo (aliás, adorei o look de hoje), assim como em outros aspectos…

Quem fez esse look foi a Ode [curadora, escritora, stylist nascida em Itajubá, e já há alguns anos radicada em São Paulo]. Ela é uma menina muito absurda – para não falar um palavrão [para quem se interessar, o perfil no Instagram é @bornalongaroad]! 

Acho que as coisas que me influenciam, primeiramente, são as coisas que são basais culturalmente. Os meus pilares são: músicos, cinema, a arte de modo geral. Mas eu também sou uma pessoa muito ligada às coisas que estão acontecendo. Eu acho que as leviandades, as coisas do dia a dia, as besteirinhas, também me inspiram bastante! Acho que faço essa mistureba e, ao fim, dá naquilo ali que o público ouve no disco!

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