Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Ouro Preto recebe 1ª Semana de Arte Contemporânea

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Evento 1ª Semana de Arte Contemporânea se inicia nesta sexta-feira, dia 11, na cidade histórica

Patrícia Cassese | Editora Assistente

A artista Emiliana Marquetti, que tem obras expostas na Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto (Heber Bezerra/Divulgação IC)
A artista Emiliana Marquetti, que tem obras expostas na Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto (Heber Bezerra/Divulgação IC)

Diretora artística do Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, o IA Ouro Preto, Bel Gurgel conta ao Culturadoria que tudo lá atrás, começou quando, junto à artista Vera Café, falecida há três anos, veio a ideia de pensar um projeto relacionado à efeméride dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, celebrados em 2022. “E é claro que nada como a cidade de Ouro Preto para a gente tentar modificar a história”, diz ela, acrescentando, que, desde os primórdios, a proposta da iniciativa era colocar em voga a arte feita em Ouro Preto. Ou seja, por artistas nascidos ou residentes em Ouro Preto, tentando, assim, propor uma passagem entre o moderno e o contemporâneo. Nascia, assim, o embrião da Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto, cuja primeira edição se inicia nesta sexta-feira.

As atividades ocorrerão em ambientes fechados, ao ar livre e, tanto quanto, virtualmente, sempre com entrada franca e classificação livre. No caso do presencial, o Instituto de Arte Contemporânea ocupará, assim, espaços históricos com nada menos que obras de 30 artistas. São expoentes que passaram pela residência do IA, que, vale dizer, está em sua 6ª edição. Vinte desses artistas são de Minas Gerais, sendo dez da cidade de Ouro Preto e região.

Outros chamarizes

Tal qual, dois artistas – Emiliana Marquetti e Advânio Lessa – sobre os quais o Instituto desenvolve pesquisas sobre a vida e obra, e, ainda, um outro convidado – o argentino Craca Beat – ligado ao universo da arte sonora e da tecnologia.

A programação da Semana de Arte Contemporânea também prevê quatro shows musicais – Dani Nega e Craca (SP), Atlântica Banda (BH), Julliano Mendes (OP) e Sofia Só (OP) – e um seminário, com rodas de conversas e palestras temáticas. No caso dos debates, a curadoria é de Christine Greiner, João Simões e Alex Calheiros.

Lançamentos de livros também estão no radar da Semana de Arte Contemporânea. Entre eles, “Frans Krajcberg (1921-2017) “[…] Ao Acordar, a Natureza Estava Preta e Branca – Em diálogo com o fotógrafo Luiz Garrido” (Edições Pinakotheke). E, ainda, “O Negro Visto por Ele Mesmo – Ensaios, Entrevistas e Prosas”, que reúne parte da obra da historiadora negra Beatriz Nascimento, publicado pela Editora UBU. Por último, mas não menos importante, “O Corpo em Crise”, de Christine Greiner.

Dani Negra e Craca se incumbem de um dos quatro shows previstos no evento (José de Holanda/Divulgação)

Museu da Inconfidência

De acordo com Bel Gurgel, porém, a melhor forma de efetivamente entender a proposta da iniciativa Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto é conferir in loco as atrações. Caso da exposição coletiva, que foi organizada no Museu da Inconfidência – equipamento que, vale dizer, está completando 79 anos de existência. “Pela primeira vez, temos 30 artistas (contemporâneos) conversando, dialogando, com o acervo colonial do Brasil”, salienta ela.

Já no anexo do Museu da Inconfidência, a Semana de Arte Contemporânea traz a individual “Ano Que Brilharei”, de Emiliana Marquetti. “Uma artista nascida no Recife, mas que sempre morou em Ouro Preto”, comenta Bel. A curadoria, no caso, é assinada por Valquíria Prates. “Do mesmo modo, no Adro da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, temos o artista Advânio Lessa, mostrando uma coleção através de um site specific incrível das obras dele”.

FAOP

“E na FAOP, vamos estar mostrando a primeira obra doada para o IA pelo artista argentino Craca Beat. É a primeira vez que essa obra é exposta depois da Bienal do Mercosul”, comenta Bel Gurgel. Craca é artista visual e produtor musical.  Sua pesquisa foca a escuta e o desenvolvimento da linguagem enquanto fenômenos antropológicos e políticos. Atua, prioritariamente na área da arte sonora e da arte tecnológica, ambiente onde desenvolve instalações e performances. 

Teve trabalhos expostos na Bienal Sur (Argentina), Bienal de Arquitetura, EAC (Uruguai) e foi comissionada para o desenvolvimento de obra inédita para a 13 Bienal do Mercosul. Além destes, expôs em importantes coletivas no Museu Bispo do Rosário, Casa França Brasil, Santander Cultural além de diversas galerias e espaços culturais. 

Com uma produção ininterrupta nos últimos 20 anos, a artista Emiliana Marchetti vem produzindo pinturas em acrílica e aquarela. Já participou de exposições individuais e coletivas. É filha do artista Ivan Marquetti e da bailarina Bete Marinho.

Advânio Lessa, em frame de documentário (Lucas de Godoy/Divulgação IC)

Já Advânio Lessa vive e trabalha em Lavras Novas, e é artista e agricultor. Pesquisa materiais e resinas naturais, tridimensionalidade, gravidade, equilíbrio e os ofícios da agroecologia, da marcenaria e dos trançados de fibras. Participou de exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e tem obras em coleções na Alemanha, Japão, Bélgica e Estados Unidos.

Artistas Residentes

Os artistas residentes que participam da exposição coletiva na Semana de Arte Contemporânea são, por ordem alfabética:

Da letra A à letra E: Abiniel João do Nascimento, Adriano Machado, Ana Fátima Carvalho, Ana Paixão, Bárbara Bija, Bárbara Mol, Beatriz Toledo, Belize de Melo Neves, Bruno Novaes, Charlene Bicalho, Douglas Aparecido da Silva, Duo Paisagens Móveis (Bárbara Lissa e Maria Vaz) e Efe Nogueira Godoy.

Letra F à P: Felipe Rezende, Jorge Lopes, Josiane de Fátima Souza, Lucas Soares, Lygia Peçanha, Massuelen Cristina, Nita Monteiro e Pedro Ton.

E mais: Shima, Suttane Hoffmann, Sylvia Vartuli, Tiago Aguiar, Walla Capelobo, Washington Da Selva, Xikão Xikão, Yanaki Herrera e Yná Kabe.

Serviço

1ª Semana de Arte Contemporânea de Ouro Preto

11 a 20 de agosto de 2023 – Entrada franca.

Locais

Ações Artísticas Comunitárias | Locais: Alto das Dores, Distrito de Antonio Pereira e Praça Tiradentes;

Mostra Coletiva | Local: Museu da Inconfidência;      

Individuais | Local:  Sala Athaíde no Anexo do Museu da Inconfidência e Adro da Igreja de Nossa Senhora do Carmo;

Programa IA de Arte e Tecnologia | Local: Galeria Nello Nuno na FAOP – Fundação de Arte de Ouro Preto;

Seminários, Debates, Palestras | Local: Auditório do Museu da Inconfidência;

Atrações Musicais e Performances | Local: Adro da igreja de Nossa Senhora das Dores;

Lançamentos de livros | Local: sala IA – FAOP – Fundação de Arte de Ouro Preto.

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