Sylvio Fraga se apresenta no Clube de Jazz do Café com Letras

Sylvio Fraga, em foto de João Atala/Divulgação

O artista e poeta Sylvio Fraga ocupa o palco da casa nesta quinta-feira, dia 22, dentro do projeto Noites Rocinantes

Patrícia Cassese | Editora Assistente

O projeto Noites Rocinante, que vem sendo apresentando no Clube de Jazz do Café com Letras, traz como atração, nesta semana, o poeta, cantor e compositor carioca Sylvio Fraga. Ele sobe ao palco nesta quinta-feira, a partir das 20h (a casa abre suas portas às 19h). A iniciativa, de um modo geral, propõe performances de músicos que compõem o catálogo da gravadora. Assim como, já passaram pelo Clube do Jazz, este ano, o artista mineiro Rafael Macedo e a pianista Erika Ribeiro. Quem vai encerrar a série de apresentações em BH, em julho, é Thiago Amud.

Sylvio Fraga, vale dizer, é inclusive um dos fundadores da Rocinante, assim como o criador artístico da gravadora. Em BH, no Clube do Jazz, ele, porém, apresenta o repertório de seu mais recente disco, “Robalo Nenhum” (2022). No palco, estará acompanhado de seu grupo, atualmente formado pelo baixista carioca Bruno Aguilar e por três baianos: o pianista Marcelo Galter e os percussionistas Reinaldo Boaventura e Luizinho do Jêje.

Repertório

“O disco ‘Robalo Nenhum’ é a base, mas a gente não vai tocar o disco inteiro. Selecionamos algumas faixas e completamos com composições novas, inéditas, que compus com o Luizinho do Jêje e o Marcelo Galter, que são de salvador, mas vieram morar um tempo no Rio. A gente ficou muito junto e fez um tantão de música. Então, estamos experimentando-as no palco”, diz Sylvio, em entrevista ao Culturadoria.

“São composições que foram feitas realmente em conjunto, não aquele tipo de colaboração que estou mais acostumado a fazer, que é você fazer uma música e enviar para o parceiro completar. Foram criações realmente feitas com as partes juntas presencialmente”, complementa ele.

Gravadora

Ao todo, Sylvio Fraga já contabiliza quatro discos na carreira,. Seu álbum de estreia, “Rosto”, foi lançado em 2012. Em seguida, vieram “Cigarras No Trovão” (2017) e “Canção da Cabra” (2019) – este último, o primeiro já chancelado pela Rocinante.

A gravadora e fábrica de discos de vinil Rocinante, vale dizer, foi criada em 2018, em Petrópolis. Trata-se do fruto do encontro de Sylvio Fraga com o conhecimento técnico do engenheiro de som Pepê Monnerat. O selo lança discos em vinil e em formato digital, com destaque para a canção e a música instrumental brasileira na composição de seu catálogo.

No romance “Dom Quixote” de Cervantes, Rocinante é o nome do cavalo do protagonista. Portanto, de acordo com os sócios, a gravadora é uma aventura que se assume quixotesca. “O Noites Rocinante tem sido uma grande alegria para a gravadora”, saúda Sylvio Fraga. “Para começar, é uma iniciativa pós-pandêmica. A gravadora praticamente nasceu já na pandemia e sair só do fonograma e ir para o palco, trocar, conhecer as cenas locais…. Expandindo mesmo, as fronteiras do nosso conhecimento… É muito bom”, complementa.

Sylvio diz que os shows feitos no Nordeste, por exemplo, foram “cada um mais incrível que o outro”. Não bastasse, a iniciativa, pontua, permite conhecer novos artistas, novas músicas, através dos contatos travados com as pessoas de cada região. “Esse rodízio entre os artistas da gravadora tem sido muito bom. Eu acho que, além de divertido, é bastante insólita, essa ideia de circular, pelo Brasil, com o elenco de uma gravadora, a música que ela propõe”.

Projetos Rocinante

Ainda sobre a gravadora, Sylvio fala dos vários planos em curso. “São muitos. Primeiramente, serão cinco lançamentos ainda para este ano, como o do Rafael Macedo, o segundo dele na casa”. Depois, prossegue, tem um de Jards Macalé com o Sergio Krakowski Trio, tocando músicas do Zé Kéti. “Em seguida, vem o disco de estreia da violonista de São Paulo Gabriele Leite. Acabamos de gravar o disco dela no Brooklyn (ela está fazendo doutorado por lá)”.

E a agenda segue com o lançamento de um disco do Aguidavi do Jêje, que é o grupo do Luizinho Jêje. “Sou suspeito, mas é uma música que acho que ainda não foi ouvida no Brasil. Ele é um compositor absolutamente original, está cercado por uma orquestra de atabaques, que ele inventou. Logo, é um acontecimento”.

“Para finalizar o ano, temos a grande emoção de lançar inédito um disco do Letieres Leite Quinteto. É um disco ao vivo, gravado em Londres. Estamos mixando. E a fábrica e o estúdio seguem evoluindo, a todo vapor. A gente tem em vista outras gravações também, para lançamento em 2024”, conclui.

Em tempo: os CDs do selo Rocinante estarão à venda no evento de logo mais.