A série “Sweet Tooth”, da Netflix, terá uma terceira e última temporada, na qual a trama se desloca para o Alasca
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Os produtores da série “Sweet Tooth” (Netflix) foram claros: a próxima temporada será também a última. Compreensível, posto que boa parte do elenco é formada por crianças – afinal, o intervalo entre a estreia de uma temporada e a de outra faz muita diferença nesta faixa etária. Os dois principais atores do cast mirim – Christian Convery (Gus) e Naledi Murray (Wendy) -, por exemplo, já estão com uma altura próxima à dos adultos.
De toda maneira, os fãs da série baseada na HQ homônima de Jeff Lemire vão sentir saudades. “Sweet Tooth”, como se sabe, insere (muitos) elementos fantasiosos em um cenário distópico. Na trama, os poucos humanos que sobreviveram a um vírus passam os dias a sonhar com a descoberta da cura do flagelo.
Rumo ao Alasca
Enquanto isso, tentam entender o papel que os híbridos têm neste inóspito cenário.
Bem, para quem não assistiu, primeiramente vale situar: os híbridos são crianças que nasceram com algumas características de um certo animal. Gus, por exemplo, é um garoto-cervo, enquanto Wendy, por seu turno, carrega características de um porco.
Dito assim, parece difícil que algum adulto embarque neste tipo de fantasia. E, de fato, em alguns casos, mesmo a produção caprichada faz com que algumas situações ou personagens de “Sweet Tooth” quase ultrapassem a linha tênue que separa o convite a uma viagem por um mundo fantástico do ridículo.
No entanto, se o espectador embarcar, a diversão é garantida. Enquanto a saga não adentra o território do Alasca (que será a tônica da terceira temporada), confira, a seguir, cinco destaques desta segunda, segundo o Culturadoria.
Tommy Jepperd, o Big Man
O grande companheiro de Gus em “Sweeth Tooth” é interpretado pelo excelente ator britânico (de ascendência nigeriana) Nonso Anozie. O apelido do personagem faz todo o sentido: aos 44 anos, Nonso tem praticamente dois metros de altura.
Conhecido por ter atuado em “Game of Thrones”, Nonso, porém, é um ator que veio do teatro. Já tem bastante prêmios no currículo e “Sweet Tooth” é uma poderosa confirmação de seu talento. O Big Man de Anozie é irresístivel. Sério candidato a melhor personagem da série.
Aimée Eden
Interpretada pela atriz Dania Ramirez, nascida na República Dominicana, Aimée é a grande protetora dos híbridos e “mãe” de Wendy. Nesta segunda temporada de “Sweet Tooth”, ela, que havia se separado das crianças no curso da primeira, finalmente se reencontra com a filha.
Porém, ela logo descobre que um dos garotos híbridos acabou sendo sacrificado a mando dos Últimos Homens, na tentativa de encontrar a cura para o vírus. A presença de Dania sinaliza a intenção dos grandes estúdios e plataformas de inserirem cada vez mais atores latinos em suas produções – não mais só como coadjuvantes, mas como personagens de merecido destaque.
Bear
De origem neozelandesa, ainda que nascida em solo norte-americano, Stefania LaVie Owen, 25 anos, dá vida a Bear, integrante do Exército Animal. Nesta segunda temporada, a personagem já inicia a história afastada de seu grupo, chegando, no curso dos capítulos, a se unir a outro, para sobreviver. Ao mesmo tempo, Bear procura desesperadamente pela irmã mais nova, de quem foi separada.
A segunda temporada de “Sweet Tooth” reserva a ela bons e péssimos momentos, além de delegar uma grande responsabilidade à garota de cabelos cacheados. Bom é que Stefania lida com todos estes momentos com muito talento.
Marlon Williams
Precisamos falar de Marlon Williams, porque, se os demais atores já haviam mostrado a que vieram na primeira temporada de “Sweet Tooth”, ele foi a grande surpresa desta segunda.
Particularmente na cena (exibida no último capítulo) em que seu personagem, John, irmão do malvadão Abbot (Neil Sandilands), solta a voz interpretando lindamente, a serviço de “The Boxer”, da dupla Simon & Garfunkel.
Bem, aos 32 anos, o neozelandês é cantor, compositor e guitarrista, além de, claro, ator. Particularmente no último episódio, quando seu personagem reviveu traumas do passado e intentou tomar drásticas decisões, Marlon mostrou demais a que veio.
Ah, claro… O ator (e também diretor) sul-africano Neil Joseph William Sandilands, que interpreta Abbot. Problema é que ele é tão bom que… gera um certo ranço (pelas maldades).
Os híbridos.
Vamos combinar? O time de híbridos de “Sweet Tooth” é uma overdose de fofura. E formado por atores mirins de nacionalidades variadas: Apii Pukeiti, por exemplo, é das Ilhas Samoa. Além dos já citados Christian Convery (Gus) e Naledi Murray (Wendy), o grupo traz outra atriz que vem dando o que falar: Amie Donald, 13 anos, a Maya Monkey. Como boa parte do elenco, ela também é da Nova Zelândia e, sim, é a protagonista do blockbuster “M3GAN”.
Da Nova Zelândia também vem Ruby Hall (embora a atriz tenha nascido na Califórnia), que faz Haley Mockingbird. E temos, ainda, Harvey Gui, chinês nascido por lá (Nova Zelândia, de novo), o Max Skunk.
As irmãs Aeon Lin Scott e Cyan Lin Scott interpretam Hanna e Anna Rabbitt, enquanto a fofura Elin Minchin, Jo Jo Raccoon. O estadunidense Christopher Cooper Jr., que interpreta Teddy Turtle, é um capítulo à parte. Em seu perfil no Instagram, esbanja talento. Ah, sim, ele também é modelo e já fez campanhas para Tommy Hilfiger, Nike, Target e UNIQLO.
O elenco infantil de “Sweet Tooth” também engloba Yonas Kibreab (Finn Fox) e Ravi Narayan (Earl Elephant).
O casal Singh
Por último, mas não menos importante: o casal formado Rani e Aditya Singh. Aqui, vamos deixar nossa preferência explícita pela personagem Rani. Em “Sweet Tooth”, ela é vivida por Aliza Vellani, atriz de televisão canadense, de ascendência indiana. Correta até a medula, ela está infectada com o vírus, sabe que pode estar condenada, mas entende que sobreviver à custa da vida dos outros não é algo assim, pelo qual anseia.
Adeel Akhtar, por sua vez, é um ator britânico. Tem ascendência paquistanesa e queniana e já participou de diversos filmes conhecidos, como “Enola Holmes”. Na série, ele é um médico que pesquisa a cura do vírus. Apaixonadíssimo pela esposa, quer, a todo custo, salvá-la. Problema que, por conta deste objetivo, muitas vezes ele não age assim, de uma maneira, digamos, muito ética.