Jornalista Sulamita Esteliam lança "O Livro de Dora e Suas Irmãs" - Culturadoria

A jornalista Sulamita Esteliam e, ao lado, a capa de "O Livro de Dora e Suas Irmãs" (Estúdio Foto Beleza/Divulgação)

Mineira de Belo Horizonte, hoje residente no Recife, Sulamita Esteliam traz à cena relatos nos quais a força feminina emerge a cada acontecimento

Houve um tempo em que as pessoas tinham o costume de registrar seu dia a dia em diários. Foi o que fez Maria Dora, que residia no Bairro das Indústrias, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Em vida, ela confiou suas anotações para sua melhor amiga desde a infância. Quando Dora faleceu, um dos filhos entregou-lhe os demais volumes. Essa amiga é a jornalista mineira Sulamita Esteliam, que assumiu
o compromisso de publicá-los. Mineira de Belo Horizonte, hoje residente no Recife, Sulamita lança neste sábado, 7 de dezembro, na Cervejaria Galpão Flor do Campo, “O Livro de Dora e Suas Irmãs”, editado pela Comunicação de Fato.

De acordo com o material de divulgação da obra, os relatos de Dora são uma profusão de histórias de afeto, fantasias, dores e silêncios que extrapolavam o cotidiano de uma família. Assim, contam a saga de uma mulher simples – uma costureira – que estava à frente de seu tempo, desconhecia
preconceitos e levava a vida a trabalhar, criar sua prole e apaixonar-se. Para escrever o livro, o nome à frente da Comunicação de Fato, Marcelo Freitas, conta que Sulamita foi primeiramente atrás dos personagens citados no diário. Mas não só. Também ampliou as passagens em que ela própria era a protagonista.

Complexidade de uma vida simples

A autora do livro define assim o papel que lhe foi confiado por Dora e seus filhos. “A mim, contadora
de histórias, resta-me alinhavá-las de modo a torná-las apetecíveis ao correr dos olhos e ao acolher da alma”, pontua Sulamita. O livro tem prefácio da jornalista Eneida da Costa, que foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas. Ela considera “Dora e suas irmãs” um livro que descreve a
complexidade de uma vida simples. “Cada relato de dor, alegria, nascimento, casamento ou partida da família de Dora ou de Sula nos leva a uma memória de nossa própria história. É a vida que pulsa em encontros e despedidas, que emociona, decepciona muitas vezes, mas nos faz levantar mais fortes”, afirma, no texto de orelha, a jornalista Ana Karla Dubiella.

Sulamita Esteliam

Formada em jornalismo em 1979, Sulamita passou por várias redações de jornais e revistas em Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, quase sempre nas áreas de economia e política. Migrou para o Recife, onde trabalhou com os movimentos sindical e sociais, com breves passagens pelo poder público. É autora dos livros “Estação Ferrugem” (Vozes, 1998) e “Em nome da filha” (Viseu, 2018). Está radicada na capital pernambucana há cerca de três décadas.