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Música

Sarará e Sensacional batem recorde de público em maratona musical

Festival Sarará. Foto: Culturadoria

Festival Sarará. Foto: Culturadoria

O encontro dos festivais Sarará e Sensacional começou com um dilema para o público. Escolher a passionalidade musical de Johnny Hooker ou a mpb soft e contemporânea de Mallu Magalhães. Não faltou plateia para nenhum dos dois na tarde do dia 18 de agosto. Se ele é irreverente no falar e no cantar, ela, tímida, não escondeu a alegria de estar encerrando a turnê do disco Vem em Belo Horizonte. Enfim, vibe positiva para todos os lados logo no início.

Aliás, o que realmente não faltou neste casamento de eventos foi gente. Se nas edições passadas a soma do público Sarará e Sensacional foi de 21 mil pessoas, a união e a transferência dos shows para a esplanada do Mineirão fez esse número se ampliar muito. Os dados oficiais ainda não saíram mas o que tinha de gente por lá nos permite afirmar isso.

Abertura

Hooker foi o primeiro a subir ao palco no evento. No caso, o local onde ele se apresentou ficou em um ponto mais escondido – em uma baixada – da Esplanada do Mineirão. Como o acesso se dava por uma rampa, quem chegou com planos de vê-lo primeiro, ficou meio perdido. As pessoas pediam informações umas para as outras porque a sinalização era escassa.

Um palco longe do outro é bom porque não há interferência de som. Por outro lado, obriga uma ginástica extra para quem quer aproveitar ao máximo todas as atrações. O vai e volta é para os fortes. E outra: valia um reforço extra tanto na sinalização do caminho para cada um dos espaços e também sobre a ordem da apresentação.

 

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Primeira escolha

Foi a segunda vez que Mallu Magalhães apresentou o show de Vem em BH. É o quarto disco da carreira dela e o mais maduro de todos. Segundo a cantora, essa maturidade tem a ver com as novas experiências vividas, entre elas, a maternidade. “Sem dúvida é uma procura de afirmação de identidade por tentativa e proposição. Por afirmação e semelhança. Para mim a composição tem a ver com entender o que a gente é como mulher agora”, contou.

Embora tenha uma sonoridade que tende a funcionar melhor em espaços fechados, ficou legal na versão festival. Ou seja, de dia, pra muita gente. O repertório foi focado principalmente no disco mais recente. Fugiu disso apenas nas participações.

 

Culturadoria/Divulgação

 

Convidados

Marcelo Camelo foi apresentado com o “produtor de todos os aspectos” da vida dela. Juntos cantaram Janta – interrompida por muita emoção da cantora – e Pro dia clarear. A primeira foi gravada no disco solo de Camelo e a segunda faz parte do repertório da Banda do Mar que eles tiveram juntos. “É evidente minha identificação com ele. É uma felicidade tê-lo no palco. Fico muito segura, calma – que é uma coisa às vezes difícil”, disse.

Maria Gadú foi a outra convidada. Apresentaram três canções juntas, entre elas, Tudo diferente, do repertório de Gadú. “É um encontro muito feliz. É uma pessoa que eu sinto muita identificação, sempre tive admiração desde sempre. Sinto que a gente mudou para lados parecidos e nossa trajetória se assemelha de uma certa maneira”, comentou.

Na sequência dela quem subiu ao palco foi Tom Zé. Outra geração, outra sonoridade, o que mostra um real exercício de quem escolheu a programação em ampliar o repertório do público muito jovem que compareceu ao evento. No mesmo palco, também se apresentaram Lagum (acompanhada da dupla de MCs Hot e Oreia), Emicida e Drik e, por fim Criolo. Um atraso cumulativo fez com que cada apresentação começasse cerca de 45 minutos depois do horário previsto.

 

Culturadoria/Divulgação

 

Na baixada

No mesmo local onde Johnny Hooker se apresentou, também passaram Nação Zumbi, Pequena Morte, Graveola + Castello Branco e, no encerramento, Glória Groove. Aliás, que simpatia e determinação ela tem! “Está tudo acontecendo de uma vez só, mas não posso dizer que nunca quis isso”, comemorou antes de subir ao palco.

Ainda colhendo frutos de sucessos como Bumbum de ouro, e Arrasta, single lançado em parceria com Leo Santana, a cantora diz que tem muito por vir ainda em 2018. “Quero muito me destacar pela versatilidade”, diz. A próxima música, por exemplo, promete ser diferente de tudo o que lançou até agora.

Também tem disco previsto para 2019. “Não sei ainda o que vai vir. Gosto de produzir em excesso para depois ver o que vai sair. Ainda tenho esse negócio do álbum. Acho que é uma coisa saudosista de fã de cultura pop apesar da nossa era não ser mais assim”, comentou.

Glória Groove começou a carreira em 2002 e a partir de 2014 passou a se identificar mais fortemente com a cultura Drag. Para ela, é uma grande satisfação poder representar esta comunidade. “É uma sensação de estar fazendo mais do que só música”, completa.

A cantora sabe da importância do papel social e político que desempenha. “A gente tinha uma carência de representatividade. Não lembro de ter ídolos gays, trans, lésbicas para me inspirar quando era criança. Pensar que eu não tive e hoje eu posso ser isso ao lado de vários outros artistas é gratificante”, afirmou.

 

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