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Agenda Cultural

Montagem “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” inicia temporada em BH

Cena de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”, que chega agora à capital mineira (Paula Kossatz/Divulgação)

Cena de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”, que chega agora à capital mineira (Paula Kossatz/Divulgação)

Idealizada pelo ator Paulo Verlings, “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” será apresentada no CCBB BH até o dia 31 de julho

Patrícia Cassese | Editora Assistente

Idealizador do espetáculo “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”, que estreia hoje, no Teatro I do CCBB BH, após passar pelas outras unidades da instituição (Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo), Paulo Verlings situa a montagem como uma “fábula contemporânea”. “Narra a trajetória de Salvador, um músico que está em busca da namorada, que, por sua vez, sumiu no dia do casamento. Daí, ele descobre que ela está em Ermo, uma cidade distópica, totalmente imersa no corporativismo, e na qual as pessoas perderam a subjetividade, as identidades. Assim, só pensam em produzir, produzir, produzir, produzir. Logo, direcionam todo o tempo que têm para a linha de produção”.

Em outras palavras, tudo por lá é ditado pela “TimeTime”, uma fábrica de relógios que controla o tempo. Ou seja, mais que uma história de amor, trata-se de uma trama que aborda a qualidade do tempo que estamos dedicando às nossas relações, às nossas famílias. “Assim, indaga sore onde estamos colocando nosso tempo. Assim, que qualidade de vida temos hoje? Do mesmo modo, até que ponto perdemos a mão ao seguir esse estilo de vida contemporâneo?”, condensa Paulo.

Trilha sonora com sotaque baiano

Um diferencial é que a narrativa de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” é contada também por meio da música. E com a presença, no palco, de uma banda, formada por João Vinícius Barbosa (guitarrista e violonista), João Marcos Freitas (baterista), Lucas Fixel (baterista), Tássio Ramos (baixista) e Guilherme de Menezes (baixista).

O repertório, no caso, traz músicas do Carnaval de Salvador. A escolha não foi aleatória: serve inclusive de contraponto ao corporativismo que marca a vida contemporânea. “Temos Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Ivete Sangalo, Banda Eva, Daniela Mercury, Timbalada, Olodum, (o trio de) Armandinho, Dodô e Osmar… E também Caetano Veloso. Enfim, compositores baianos que construíram clássicos da música brasileira, que estão no nosso imaginário, que fazem parte nós cotidiano até hoje, né?”, comenta.

Dramaturgia musical

Diretor musical de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”, Marcelo Rezende, segundo Paulo Verlings, teve que construir uma dramaturgia musical. “Inclusive, há músicas que têm um arranjo completamente diferente do original, o que por vezes levam o espectador a uma reflexão sobre as letras, o que é bem interessante”, diz o ator. Uma música que desde sempre ele pensava em ter, no repertório, era “Beleza Rara”. “Mas tem outras que não teve jeito, né? A gente não teve com encaixar”.

Em contrapartida, entre as que entraram, estão: “Nobre vagabundo” e “Canto da Cidade”, de Daniela Mercury; “Haja Amor”, de Luiz Caldas; “Várias Queixas” e “Vem meu Amor”, do Olodum; “Cara Caramba”, do Chiclete com Banana; “Levada Louca”, de Ivete Sangalo; “Dandalunda”, de Margareth Menezes; além de “Chuva, Suor e Cerveja” e “Não Enche”, de Caetano Veloso.

Duas versões

Além de Paulo, o elenco de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” traz Aline Carrocino, Carolina Pismel, Ester Dias, Jefferson Melo, Nando Brandão, Patricia Elizardo e Udylê Procópio.

Um outro – e importante – diferencial da peça é que ela será apresentada em duas versões. Com dramaturgia de Marcéli Torquato e direção de Vilma Melo, a peça foi concebida em uma versão para maiores de 14 anos, apresentada às sextas e segundas, às 19h, e outra para o público infantil, com sessões aos sábados e domingos, às 17h.

“A origem do projeto sempre foi investigar a construção de uma fábula contemporânea. E, dentro desse universo, a gente entendeu que o espetáculo contemplaria tanto o público adulto quanto o infantil, sendo livre para toda família. O espetáculo na versão adulta tem dramaturgia mais completa. Na versão livre, tem algumas edições de cenas, são coisas que não podem estar dentro da classificação livre, que só são comportadas na versão de 14 anos+”.

Feedback

“Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” estreou no CCBB Rio, tendo passado, na sequência, por Brasília e São Paulo, “A receptividade dos espectadores tem sido incrível, sensacional. Em Brasília, tínhamos uma fila enorme de pessoas esperando desistência, pois estava esgotado. O Rio de Janeiro é a nossa casa, né? Então, foi uma temporada muito acolhedora e impressionante também. E São Paulo tem uma vivacidade cultural muito, muito grande”, analisa Paulo Verlings.

De acordo com ele, as pessoas têm saído “muito, muito felizes” do espetáculo. “Por que, enfim, a gente aborda assuntos muito contemporâneos, né? A gente fala sobre o tempo, sobre a qualidade do tempo. E por se tratar de trabalharmos com músicas muito conhecidas, o espectador, ele canta junto e sai do teatro com uma empatia muito grande, vibrando. O retorno tem sido o melhor possível”. Encerrando a temporada em BH, a produção vai estar atenta aos resultados de outros editais. “Também temos um circuito municipal de cultura para fazer em São Paulo. Então, o espetáculo está a todo vapor aí, seguindo estrada e seguindo Brasil afora”.

Serviço

“Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”

Data: de 7 a 31 de julho de 2023

Horários: Versão noturna: sexta e segunda, às 19h – Classificação indicativa: 14 anos
Versão vespertina: sábados e domingos, às 17h – Classificação indicativa: Livre

Duração: 75 minutos (Noturna – 14 anos) / 70 minutos (Vespertina – Livre)

Classificação: as sessões noturnas são recomendadas para maiores de 14 anos, já as vespertinas são livres para todas as idades

Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 15 (meia-entrada)*, à venda em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB BH.

Horário de Funcionamento do CCBB BH: de quarta a segunda, das 10h às 22h.

  • Clientes BB têm direito à meia-entrada na compra com Cartão Ourocard

Mais informações: 31 3431 9400 – bb.com.br/cultura

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