Por Ana C. A. Souza*
O Robin Hood – A origem é uma aventura com cara de novidade. Mas, infelizmente, usa algumas formuletas para alcançar o efeito desejado. No entanto, o objetivo não é alcançado.
Ao lado de histórias milenares como Rei Arthur e Peter Pan, o príncipe dos ladrões já esteve diversas vezes nas grandes telas, mas talvez nenhuma tenha flopado tanto quanto esta. O longa é dirigido pelo estreante Otto Bathurst. São vários gaps de roteiro. Incoerência na direção de arte e muita influência da estética dos videogames de gráficos mega detalhistas.
Esse Robin Hood (Taron Egerton – Kingsman: Serviço Secreto), apesar de carismático, não tem mais do que isso. Acaba sendo um personagem de uma história sem nuances e que passa de um objetivo a outro, sem de fato transceder, ou demonstrar complexidade. Não fica claro o foco dele, como personagem, muito menos o foco do filme em si. Até parece uma colagem de referências de aventuras variadas.
Apesar de tentar ser um filme de origem da lenda do Robin Hood, a sensação que fica é que poderia ter sido a história de vários outros personagens. A pouca expressão do casal Robin e Marian (Eve Hewson) também não colabora. O suposto triângulo amoroso entre os dois e Will (Jamie Dornan) não funciona. Eis uma figura que parece ser meramente cenográfico e não tem tanta importância assim na trama, de fato.
Elenco
Entre os nomes que compõem o elenco, entra Jamie Foxx, interpretando o braço direito de Hood, Little John da melhor forma que deve ter sido possível. A inexperiência do diretor e o enredo não ajudaram. O excelente ator acabou perdendo força no meio de uma trama sem viradas, sem dinâmica e um tempo de filme que não flui.
As quase duas horas de filme passam como se fosse o dobro do tempo na sala. O único ponto positivo dessa mistureba está no visual. A galera dos efeitos e da finalização está de parabéns por ter conseguido passar alguma veracidade nas batalhas anacrônicas que utilizam carruagens como carros de velocidade e flechas como balas.
O enredo do filme é muito fraco, especialmente com um vilão falastrão e sádico, que não convence e não contribui, se perdendo na tentativa de conseguir um efeito mais contemporâneo, em uma história já clássica. Trata-se de um filme que é uma compilação de mesmas coisas de longas de ação, numa moldura bonita.
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*Ana é contadora de histórias, blogueira há 10 anos, professora, cinéfila, empreendedora e fica tentando deixar a vida menos complicada, ainda assim transmidiática. Este texto foi publicado originalmente no blog Mesa de Café da Manhã. Confira os outros textos sobre séries e cinema.