“A arte vai dando um jeito e a gente vai se virando”, disse a cantora e compositora Regina Souza no Show da Tarde, que vai ao ar todas as quartas-feiras no nosso Instagram. Ela se referiu às mudanças na arte e cultura após a pandemia. A cineasta Ana Luiza Azevedo, diretora de Aos olhos de Ernesto, também participou da live e contou como se reinventou para exibir o filme.
Aos Olhos de Ernesto
O longa de Ana teve sua estreia mundial em outubro do ano passado no 24º Festival Internacional de Busan, na Coréia do Sul. Contudo, a estreia nos cinemas do Brasil foi interrompida. Dessa forma, o jeito foi partir para On demand.
“Tive um luto no início da pandemia. Já estava com tudo pronto para a estreia no dia 2 de abril no cinema. A gente está acostumado com lançamento nas salas e, do nada, não é mais isso. Daí, tem que reaprender. Mas tive descobertas interessantes. O streaming tem outra capilaridade”, conta.
Aos Olhos de Ernesto conta a história de um idoso de 78 anos que enfrenta as limitações da idade avançada. Sobretudo a solidão e o avanço da cegueira. Contudo, a amizade com uma jovem cuidadora de cães faz a vida do homem mudar. A trama foi inspirada na vida do fotógrafo italiano Luigi Del Re.
“Uma temática que fala para todo mundo. Um filme sobre afeto, carência e a importância de se conviver com pessoas diferentes. Eu gosto de tratar com a velhice sem demagogia e eufemismos da melhor idade”, conta Ana. A produção está disponível nas plataformas Net Now, Vivo Play e Oi Play. No currículo, carrega prêmios como, por exemplo, da crítica na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e do público no 23º Festival Internacional de Cine de Punta del Este.
Chegaí
Regina Souza também teve que se redescobrir durante a pandemia e coma as novas tecnologias para lançar o novo disco autoral. Sendo assim, recorreu às plataformas de streaming. Chegaí é o quarto álbum solo da carreira da artista. O projeto apresenta samba, baião e ijexá em 13 faixas.
“Morei seis meses no Porto e a experiência influenciou a chegada do disco autoral. Comecei a compor há três anos. Gravei antes de ir para Portugal e resolvi lançar agora. Não fiz disco físico, não existe mais. Foi difícil encarar. As pessoas falavam: você vai lançar um álbum? Ninguém faz mais isso. Mas não consegui desmembrar as músicas. Elas conversam entre si”, conta Regina.
É a primeira vez que a artista encara um disco autoral com letras escritas por ela mesma. Ou seja, um trabalho que fala sobre espiritualidade, questionamentos de vida e muita coisa que Regina passou durante um período da vida. “Me sinto confortável cantando minhas músicas. É tão bom cantar o que eu quero cantar, que eu escrevi e tive inspirações”, afirma.