Vocalista e guitarrista da banda Graveola, trabalha e instrumentista que Julia Branco e Castello. Essas são alguns dos postos ocupados por Luiza Brina. Como é bem característico da atual cena da música independente de BH, não são os únicos papeis que ela desempenha. Luiza Brina é também compositora, instrumentista e arranjadora. No próximo dia 24 de novembro, por exemplo, ela lança em Belo Horizonte o novo disco. Tenho saudade mas já passou é o terceiro álbum da cantora que também já lançou Tão tá (2017) e A toada vem é pelo vento (2012). O trabalho conta com parcerias estreantes e já experientes e renomados.
Fernanda Takai, Tuyo e César Lacerda (que também assina a direção artística) são participações de Tenho saudade mas já passou, que tem patrocínio do UniBH. São nove canções e, entre elas, faixas autorais e versões. Queremos saber, de Gilberto Gil e conhecida na voz de Cássia Eller, é uma das regravações. Mas não pense que é simples assim: a música em versão voz e violão tem a cara de Luiza Brina. Já para as composições, Brina conta com um time e tanto de parceiras e parceiros.
Com Ceumar fez a delicada Como será que a música começa, com um belo piano. Julia Branco é parceira em Quero Cantar, gravada com participação do grupo Tuyo. Brisa Marques assina Oração 11, que também o piano como base. Ainda da cena musical de BH, o time de compositores tem Gustavito em Esmeralda e César Lacerda em De Cara. Acorda para ver o sol foi feita em parceria com Ronaldo Bastos e Estrela cega da Turquia, com Thiago Amud.
Shows
No próximo dia 14 de novembro, Luiza Brina faz show no Distrital dentro da programação do Música Mundo. Ainda em novembro, dia 24, será a vez de se apresentar no Teatro Raul Belém Machado, no bairro Alípio de Melo em BH. Este show especificamente terá a participação de Marina Machado.
Se você ainda não conhece o trabalho de Luiza Brina, preparamos para você um conteúdo com algumas curiosidades sobre a carreira dela. Confira:
História na música
Desde sempre Luiza teve contato com a música. Ambas as avós eram pianistas e uma delas era professora do instrumento. Dessa forma, desenvolveu habilidade musical e interesse em aprender quando ainda era bem pequena. “Foi nessa época que eu descobri que música era a minha vida”, conta Luiza Brina. Após anos estudando com a avó, entrou no curso de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com ênfase em composição.
Entretanto, o desejo de conhecer novas pessoas e expandir ainda mais o conhecimento na área, Luiza Brina fez as malas e partiu para o Rio de Janeiro. “Decidi terminar o curso no Rio para conhecer outra cidade e interagir com outras pessoas”, explica Brina. “Assim me apaixonei pela cidade e fiquei quatro anos”, comenta a artista que, nesse período, teve a oportunidade de tocar com Itiberê Zwarg, baixista de Hermeto Pascoal desde 1977.
Ainda na questão de aprendizados no Rio de Janeiro, Luiza Brina conheceu e fez parte do projeto de José Izquierdo. A Orquestra de Conga tem repertório abrangente e tem como base a extensa criação popular latinoamericana. Isso é feito com a finalidade de proporcionar o encontro das diferentes culturas que passam por heranças indígenas, africanas e os desdobramentos da colonização. Para fazer isso acontecer são usados instrumentos como atabaques, cajones, xequerês, flauta, contrabaixo e muitos outros, além, claro, da voz.
Volta para Belo Horizonte e participação no grupo Graveola
Após o período em terras fluminenses, Luiza Brina foi convidada a participar da banda Graveola e o Lixo Polifônico, agora apenas Graveola. Foi assim que assumiu a percussão e os vocais e passou a compor para o grupo de BH. O Graveola é conhecido pela sua versatilidade em instrumentos, timbres, arranjos e gêneros musicais. Ao todo são seis trabalhos lançados desde 2004, o que levou, em 2012, o coletivo à sua primeira turnê internacional pela Europa e indicação para o Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Grupo.
Antes disso, em 2011, Brina gravou o primeiro disco, intitulado A toada vem pelo vento. “Reuni diferentes músicos para compor a banda Liquidificador, cada um contribuiu de uma forma e tinha até um quarteto de sopros. Era eu que fazia os arranjos”, resume Luiza Brina. A banda foi montada em função do álbum e somava dez artistas. A mesma formação foi utilizada no segundo CD, Tão tá, de 2017. “Esse álbum começou a ser construído em 2014, mas só foi lançado três anos depois”, destaca Luiza Brina. O segundo trabalho demorou a sair porque foi sendo criado aos poucos. A produção ficou a cargo de Chico Neves, que já produziu nomes como, por exemplo, Lenine e Los Hermanos.
Em terceiro lugar chega o mais novo disco Tenho saudade, mas já passou. Desta vez, Brina contou apenas com duas pessoas para a gravação. Yuri Vellasco na bateria e Davi Fonseca nos planos e nos teclados. A própria artista completa o trio, no baixo e no violão. “A diferença deste disco para os outros é que ele foi feito de forma mais orgânica. Ou seja, os meninos também contribuíram com arranjos e ideias”, esclarece Brina.
Show em BH com Marina Machado
Se ser musicista é uma vocação que veio da infância, tocar com referências é uma vontade que surgiu na adolescência. Quem sobre ao palco ao lado de Brina em 24 se novembro é Marina Machado. Entretanto, a história vem das antigas. “Sempre escutei a Marina e um dia vi o show e fui falar com ela no final, como fã. Convidei ela para uma apresentação minha e inacreditavelmente ela foi”, revela.
No dia, Luiza Brina no formato voz e violão cantou canções autorais e interpretou Marina Machado. “Ela ficou emocionada e ainda chorou no meu show. O que eu não esperava é que ela me convidaria pra tocar com ela em uma turnê. Estar do outro lado é realização de um sonho adolescente”, completa. A participação de Marina Machado no show inclui no repertório música de ambas as artistas.