Nesta edição do prêmio, a novidade é a categoria Quilombolas, a homenageada será Maria Gregório Ventura, mais conhecida como Dona Tita
Na quinta-feira, dia 28 de novembro, a Cia Baobá Minas promove a cerimônia do 15º Prêmio Zumbi de Cultura, no Grande Teatro do Sesc Palladium. Considerado um espaço de troca, reflexão, aquilombamento, articulação e valorização dos fazeres artísticos e culturais dos negros, o Prêmio é entregue aos que se destacaram nos campos das artes, política e da cultura negra, em Minas e no Brasil. Criado em 2009, o prêmio é fruto da parceria da Cia Baobá Minas com mestres populares, artistas e grupos culturais e comemora 15 anos de existência nesta edição.
A cerimônia é realizada em novembro devido ao (Dia Nacional da Consciência Negra), que, como lembra o próprio texto referente à entrega da premiação, é um dia para “reverenciar os que vieram antes e lutaram contra um processo escravagista que tanto violentou e ainda causa danos ao povo afrodiaspórico”. A estatueta do Prêmio Zumbi de Cultura é confeccionada pelo artista plástico Jorge dos Anjos. A idealizadora do certame é Júnia Bertolino.
Categorias
O Prêmio Zumbi de Cultura agracia as categorias dança, teatro, música, literatura, manifestação cultural, audiovisual e artes visuais. Tal qual, destaque mulher negra, destaque homem negro, personalidade negra, mestre de cultura popular e comunicadores negros (as) e empreendedorismo negro. A gastronomia é outra seara contemplada, bem como a religiosidade e educação. Há, também, uma menção honrosa. Atuação política, protagonismo juvenil, resistência LGBTQIA+ e representatividade mirim são outras categorias.
Nesta edição do Prêmio Zumbi de Cultural, a novidade é a categoria Quilombolas. E a homenageada será Maria Gregório Ventura, a Dona Tita, uma senhora de 100 anos que vive no Quilombo Morro do Santo Antônio, em Itabira. Além de Júnia Bertolino, a comissão curadora da área cultural reúne pessoas com vasta experiência no campo das artes, cultura e história afro-brasileira.
Premiados 2024
1) Kenya de Fatima Oliveira – Destaque mulher negra
2) Karú Torres – (Empreendedorismo Negro)
3) Mestre Jurandir /FICA – BH Fundação Internacional de Capoeira Angola – (Manifestação Cultural)
4) Paulo Henrique Santos – (Dança)
5) Gabriel Souza – (Protagonismo Juvenil)
6) Vivian Monakiezi – (Personalidade Negra)
7) Maria Aparecida Moura – (Educação)
8) Amora Tito – (Literatura)
9) Maria Nilce Cardoso – Mãe Nilce – (Religiosidade)
10) Flavia Tambor – (atuação política)
11) Glaucia Cristine Martins de Araújo Caetano – Kilombo Souza – (Menção Honrosa)
12) Mestre Linguinha – (música)
13) Ademir Fernandes Gonçalves – (Destaque homem negro)
14) Rodney Nicodemos – (Artes Visuais)
15) Eda Costa – (Teatro)
16) Danilo Candombe – (Audiovisual)
17) Gisella Lima – (Resistência LGBTQIAPN+)
18) José Alberto Fernandes – (Representatividade Mirim)
19) Tia Rosa – (Gastronomia)
20) Gersino Alves Batista – (Mestre de Cultura Popular)
21) Etiene Martins (Comunicadores negros)
22) Maria Gregório Ventura – Dona Tita – (Quilombolas)
Atrações
Para a celebração, além dos escolhidos de cada categoria, a noite Prêmio Zumbi de Cultura terá as atrações: Cia Baobá Minas, Bloco Swing Safado e o Grupo Na Jira. Nascido nas ladeiras do Conjunto Santa Maria o Bloco Swing Safado, que em 2024 completou 10 anos. Jefferson Gomes, agente cultural do Conjunto Santa Maria, viu na inicialização do Bloco Swing Safado, uma possibilidade de descentralização e fortalecimento da cultura local.
Movimento musical que nasce no território da Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, o Na Jira, outro destaque na noite do Prêmio Zumbi, se inspira nas tradições dos terreiros de candomblé e umbanda. Sob a direção artística e coordenação de Ricardo Moura, sacerdote, mobilizador cultural e líder comunitário, o grupo se destaca como uma força viva e inovadora no cenário cultural afro de BH. Na Jira surge como mais um movimento que integra o Complexo Cultural Buraco Quente.
Cia Baobá de Dança /Minas
Criada 1999, busca abordar o cotidiano do negro, a cultura, ritmos, poesia e dança afro-brasileira do povo brasileiro no intuito de trazer a público uma imagem do negro em toda sua beleza e altivez. Além disso, mostrar a cultura popular das diversas comunidades do território nacional. Isso, ao ressaltar valores e temáticas importantes nesta cultura, como a oralidade, memória, ancestralidade e identidade. Sobretudo notório saber dos mestres populares e a valorização da cultura de matriz africana.
Júnia Bertolino, idealizadora da Cia e do Prêmio Zumbi de Cultura, é responsável pela direção e coreografia da Companhia, que completou 24 anos de trajetória tendo encenado diversos espetáculos. Atualmente, a Baobá segue com diversas ações na cidade em Centros culturais e escolas públicas e fóruns.
Sobre diretora e fundadora da Cia Baobá Minas
Júnia Bertolino é diretora e coreógrafa da Cia Baobá. Também é capoeirista pela Associação Cultural Eu Sou Angoleiro a partir da formação do Mestre João Bosco. Aliás, ele também é um dos seus mestres de dança afro em Belo Horizonte, junto a Evandro Passos, Carlinhos Afro e Marlene Silva. Em 2023 ganhou título de Mestra de cultura popular pela FMC/SMC de Belo Horizonte. Em 30 anos atuando no cenário nacional, tem também experiência na África (Senegal e Guiné Bissau), bem como na Índia. Já na Europa, em países como Itália, Alemanha, Espanha Bélgica, França e Inglaterra.
Bailarina, atriz e capoeirista Júnia utiliza o aprendizado da cultura popular e da academia (sendo jornalista e antropóloga) a partir de pesquisas que passam pelo congado, samba, coco, capoeira, soul, dança contemporânea e a religiosidade de matriz africana. O trabalho utiliza sons musicais e corporais acompanhados do legado ancestral que permeia a poesia, o teatro, a música e a dança.
Serviço
15º Prêmio Zumbi de Cultura da Cia Baobá Minas
Quando: Quinta-feira, dia 28 de novembro, a partir das 20h.
Onde. Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro).
Quanto. Ingressos pela Simpla: https://bileto.sympla.com.br/event/99389/d/283080/s/1934300