A nova edição do Pequenas Sessões se inspira na temática curatorial O Som e a Água Enquanto Vida
Realizado desde 2008, o Festival Pequenas Sessões deu início à 13ª edição, que se inspira na temática curatorial “O som e a água enquanto vida”. Assim, faz um chamado à necessidade de ressignificar os modos de existir enquanto civilização. Desse modo, a programação convida artistas, público e demais interessades a pensar um outro mundo, por meio de programação variado. São oficinas de vivência e formação, webinários, chamada aberta para seleção de projetos artísticos, além de atividade destinada ao público infantil e juvenil. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições para as ações de formação poderão ser feitas através de formulários online disponíveis no site do evento: www.pequenassessoes.net.
Temática
Idealizador do Pequenas Sessões, o músico Daniel Nunes conta que foi durante a pandemia que começou a ficar mais sensível a temáticas ambientais. “Por achar que parte do que nos aconteceu está relacionado ao modo de vida que praticamos atualmente”, complementa. Foi neste momento que o integrante da banda Constantina e do projeto Lise pensou em constituir, nesta nova edição, um elo de dois elementos que entende como vitais. Assim, a água, essencial para a vida humana e não humana, e, tal qual, o som, elemento que, lembra, dá vida a este festival. “A partir disso, abranger diversas áreas do conhecimento e expandir a perspectiva de debate, de experiência e de formação. O som e a água dão vida para tudo. Inclusive para este festival”, sublinha Daniel.
Ações
Inaugurando a programação desta edição do Pequenas Sessões, quatro ações de vivência e formação estão sendo oferecidas – algumas tiveram início no dia 20 de novembro. Em “O que pode ser um rio?”, por exemplo, os artistas Marco Scarassatti e Claudia Holanda partem dos rios enclausurados de Belo Horizonte. Assim, através de derivas de escuta e gravação, reúnem áudios que tragam à tona a complexidade do que possa ser um rio. A ação vai se resultar em uma instalação que complexifique a existência de um rio.
Em “Como a água nos ouve?”, Ricardo Garcia (Oceano Atlântico) convida o público para, a partir da escuta, perceber e analisar parte das interferências provocadas pelo projeto civilizatório no habitat aquático/marinho. Isso a bordo do “estudiofitacrepe flutuante”. Trata-se de um veleiro clássico de madeira onde atualmente vive e realiza as investigações sonoras. Já o artista visual e sonoro Gustavo Torres ministra a oficina “Vibrar com tudo – Atividade de Estética Vibracional”. Desse modo, ela parte de objetos presentes no cotidiano dos estudantes da Escola Estadual Francisco Sales, instituto dedicado a educação de pessoas surdas.
E mais
No Festival Pequenas Sessões, Oscar Capucho e Gil Amâncio investigam as relações entre som, corpo e espaço em “Interação Orgânica – relações entre som, corpo e espaço”. Ao final, os participantes apresentarão as performances experimentais resultantes dos exercícios propostos ao longo da oficina.
Novidade
Uma novidade é a seleção de projetos artísticos provenientes de uma chamada aberta ao público geral. Ao todo, 10 projetos inéditos que estejam em consonância com a abordagem curatorial contarão com uma ajuda de custo para a realização e terão as estreias durante a programação desta 13ª edição do Pequenas Sessões. Assim, as obras irão compor uma galeria digital de artes no website oficial, que poderá ser (re)visitada pelo público por até 30 dias após o evento. Tal qual, serão exibidas através de projeções mapeadas em empenas de prédios no centro de BH em ação conduzida pelo Bloco da Bicicletinha.
“O Festival ainda não tinha realizado uma curadoria a partir de projetos artísticos vindos de diversos territórios do país”, diz Daniel Nunes. A possibilidade de estrear estes trabalhos inéditos, ele percebe como uma forma de ressignificar a ideia do presencial neste festival que, na verdade, começou com uma perspectiva de shows. “E está sendo muito legal constatar o interesse das pessoas em inscrever projetos de diversas possibilidades de expressão. Assim, ampliar o espectro de trabalhos artísticos que tragam, na essência, a ideia do experimental, é algo que dá um novo sentido à programação e, do mesmo modo, às possibilidades de atuação do Pequenas Sessões”, comenta Nunes.
Debates
Com foco no compartilhamento de vivências, contextos sociais, culturais, criativos e econômicos no campo das artes experimentais, o Pequenas Sessões terá quatro debates. Eles transmitidos no formato de live streaming no website e YouTube oficial do Pequenas Sessões. Entre os convidados, estão Cacique Babau, um dos maiores nomes de lideranças indígenas do país. Tal qual, Yanna Porcino, artista surda, preta e LGBTQIAP+, que se dedica à cultura surda e à defesa dos direitos humanos. E, ainda, Renata Mara, mineira, artista de dança, docente e pesquisadora, e que é praticamente cega.
Encerramento
Encerrando o festival Pequenas Sessões, no dia 25 de novembro, sábado, na Rabiola – Instituto de Arte e Educação, o brincante Roquinho convida o público infantil e juvenil para a segunda edição da “Pequenas Infâncias Sonoras”. Desta vez, o tema escolhido é “Escuta Só Pra Você Vê”. Trata-se de uma audição dos sons urbanos do bairro Jardim Felicidade, onde está localizado o Instituto. Assim, vozes, histórias, pássaros, rios, trânsito, ventos e imagens correspondentes, para arquitetar, em argila, e outros materiais da natureza, o mundo que essas gamas – sonoras e visuais – inspiram.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Serviço
13º Festival Pequenas Sessões
Até 25 de novembro
Centro de Referência das Juventudes – CRJ; Escola Estadual Francisco Sales; website e canal do Youtube do Pequenas Sessões
Inscrições gratuitas através do site www.pequenassessoes.net
Instagram: @pequenassessoes