Até 4 de novembro, a 44ª Mostra Internacional de Cinema em SP é realizada majoritariamente em ambiente digital. Em sua 44ª edição, a mostra reúne 198 filmes de 71 países, que podem ser conferidos pela plataforma exclusiva Mostra Play. Cada título vai custar R$ 6 por visualização. Haverá, também, exibições em drive ins de São Paulo.
A curadoria selecionou produções do cinema contemporâneo e as suas diferentes temáticas, tendências, narrativas e estéticas. Sendo assim, serão cinco sessões. Apresentação Especial, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil, Mostra Brasil – Competição e Perspectiva Internacional. E não para por aí! A pandemia também é discutida, bem como o futuro do audiovisual no IV Fórum Mostra.
Em parceria com o Sesc Digital e o SPCine Play, a mostra oferece 31 dos filmes gratuitamente. A programação completa da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e demais atividades estão disponíveis no site. Em resumo, o público vai poder conferir filmes premiados em grandes festivais pelo mundo, títulos clássicos do homenageado Fernando Coni Campos e muito mais. Por isso, preparamos uma seleção especial do que você não pode perder. Confira!
Viagem ao fim do mundo, de Fernando Coni Campos (1968)
O diretor brasileiro é o homenageado deste ano e terá três filmes exibidos na mostra. Neste longa, a história acontece durante uma viagem de avião. Antes de embarcar, o personagem principal, vivido por Fábio Porchat (o pai) compra um exemplar de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Além dele, embarcam uma modelo, uma atriz, um time de futebol, duas freiras e um homem que tem medo de avião. A viagem é recheada de conflitos individuais e coletivos.
Não há mal algum, de Mohammad Rasoulof (2020)
Vencedor do Urso de Ouro e do Prêmio do Júri Ecumênico no 70º Festival de Berlim, o filme é um marco. Foi rodado em segredo no Irã, assim como outros filmes do diretor, e questiona a pena de morte no país. Para isso, acompanha a história de quatro homens que serão responsáveis por execuções. Além de pena de morte, o filme discute liberdades individuais, regimes autoritários e suas ameaças.
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Vivos (2020) e Coronation (2020), de Ai Weiwei
Tem dobradinha de um dos maiores artistas contemporâneos disponível na mostra. Vivos aborda o desaparecimento de 43 estudantes após seis mortes e dezenas de feridos em um ataque de forças policiais no México. É um documentário principalmente sobre a violência e tráfico de drogas no país. Além disso, foi exibido nos festivais de Sundance e CPH:DOX.
Já Coronation acompanha a batalha pela contenção do coronavírus em Wuhan, na China. Dessa forma, a partir de imagens de ex-colegas e amigos do Diretor, o filme mostra a pandemia de dentro. Além disso faz uma crítica à China que, no início, negou a potência de transmissão do vírus.
Shirley, de Sarah Gubbins (2020)
Outro filme que merece atenção também esteve presente no Festival de Berlim e foi o vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance. Com Logan Lerman e Elizabeth Moss no elenco, o longa é um terror biográfico inspirado na escritora Shirley Jackson. Ela e o marido recebem um jovem casal, que tem o relacionamento comprometido por causa de uma crise de inspiração da escritora.
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Todos os mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (2020)
O filme expõe o desenrolar do racismo estrutural no Brasil a partir de 1899, pouco tempo depois da abolição da escravidão. Na narrativa, uma paralelo entre dois lados: uma família de antigas donas de terras e escravos que voltam para São Paulo para se adaptarem ao “novo” Brasil; do outro uma família ex-escrava que enfrenta uma sociedade sem espaço para negros recém libertos. O longa concorreu ao Urso de Ouro em Berlim e foi exibido no IndieLisboa.
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Um dia com Jerusa, de Viviane Ferreira (2020)
O filme mostra o encontro entre duas mulheres negras de gerações diferentes que compartilham memórias e vivências para encontrar respostas para diminuir a solidão do dia a dia. Elas são vividas por Lea Garcia e Debora Marçal. A diretora Viviane Ferreira é a segunda mulher negra a dirigir um longa metragem no Brasil desde 1983, depois de Adélia Sampaio. Além disso, é a nova presidente do Comitê de Seleção do Oscar 2021. Aqui você confere um bate-papo que fizemos com ela na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
O lodo, de Helvécio Ratton (2020)
Tem filme mineiro na lista! Eduardo Moreira interpreta Manfredo, um trabalhador que vive uma vida normal até perceber que está deprimido. Dessa forma, procura ajuda do psiquiatra Dr. Pink em busca de uma solução rápida. Entretanto, não é isso que o médico consegue e pode oferecer. Então, Manfredo desiste do tratamento e passa a ser perseguido por Pink insistentemente. Leia aqui impressões sobre o filme.
Kubrick por Kubrick, de Gregory Monro (2020)
Stanley Kubrick é um dos maiores diretores da história do cinema. Foi o responsável por filmes como Laranja Mecânica, O iluminado, De olhos bem fechados e 2001 – Uma odisseia no espaço. No entanto, nunca deu muitas respostas sobre o seu trabalho. Para este documentário, o crítico de cinema e especialista em Kubrick, Michel Ciment, cedeu entrevistas feitas com o diretor durante 30 anos. Elas foram unidas a arquivos da família.
De Volta para Casa - Marina Abramovic e seus filhos, de Boris Miljkovic (2020)
O longa acompanha Marina Abramovic se preparando para a exposição The Cleaner. A mostra faz um retrospectiva da carreira, passando por lugares como Florença, Oslo, Estocolmo e Copenhague. O último destino é Belgrado, cidade natal que Marina não visita há 40 anos. Abramovic é um dos maiores nomes da arte performática no mundo em uma carreira de mais de 40 anos. O documentário faz parte da Competição Novos Diretores, com cineastas no seu primeiro ou segundo longa-metragem.
Ficou alguma dúvida? Acesse aqui a sessão de perguntas e respostas sobre a 44ª Mostra Internacional de Cinema em SP.